clube   |   doar   |   idiomas
Para que serve a liberdade de expressão - e quais os seus limites
O único controle da mídia necessário é o controle remoto; não gostou, troque o programa

Assisti ao famigerado especial de Natal do site Porta dos Fundos: algumas boas piadas avulsas ao largo de um enredo centrado em achincalhar Jesus Cristo, a Virgem Maria e Deus, que figura como um sujeito asqueroso e despudorado. 

A despeito do material ofensivo a muitos cristãos, não pode ser censurado.

Afinal, para que serve a liberdade de expressão?

Quando pode e quando não pode

Quando um indivíduo se expressa livremente, ele materializa seu pensamento, sentimento, emoções, dúvidas, crenças etc. — trata-se de seu direito intrínseco, garantido pelo simples fato de ele existir e ser o proprietário de suas cordas vocais, membros e cérebro. Nenhuma proibição pode revogar isso.

A liberdade de expressão é a matéria-prima da arte e da filosofia, promove a paz e a cooperação, e nos legou tecnologias vitais como a agricultura, a penicilina e o avião. A capacidade de se expressar de maneira complexa e argumentada constitui um traço distintivamente humano — o qual, ademais, é em grande medida responsável pelo nosso progresso civilizatório. Ao longo da história, todas as inovações foram produto da livre expressão daqueles que pensavam diferente.

Mais: a capacidade de se expressar livremente é o mecanismo por meio do qual o ser humano mantém a sociedade funcionando.

Portanto, a liberdade de expressão é o motor do desenvolvimento humano. Mas isso não significa que se possa dizer o que quiser, onde quiser. 

Há limites, e citarei dois. 

Primeiramente, um indivíduo não tem o direito de exigir que um jornal publique um artigo seu, nem o direito de proferir insultos em casa de terceiros. Tampouco pode portar sem autorização um cartaz com propaganda de seu produto ou de sua causa dentro de um shopping.

Sim, em última instância, todos os direitos humanos, inclusive a liberdade de expressão, são baseados em direitos de propriedade. Em seu livro Man, Economy, and State, Murray Rothbard abordou exatamente a questão da liberdade de expressão:

Peguemos, por exemplo, o "direito humano" à liberdade de expressão. Supõe-se que a liberdade de expressão significa que todos têm o direito de dizer o que bem entenderem. Mas a questão negligenciada é: onde?

Onde um indivíduo possui esse direito? Certamente ele não possui esse direito em uma propriedade que esteja invadindo.   

Ele possui esse direito apenas em sua própria propriedade ou na propriedade de alguém que concordou voluntariamente — seja por meio de um contrato de aluguel ou mesmo por um ato de generosidade — em conceder a ele o espaço determinado.   

Portanto, na realidade, não existe isso de "direito à liberdade de expressão"; existe apenas o direito de propriedade de um indivíduo: o direito de ele fazer o que quiser com o que é seu ou de fazer acordos voluntários com outros indivíduos que, por possuírem uma propriedade, concedem a este indivíduo o direito de utilizá-la para fazer o seu discurso ou escrever o seu artigo.

Por tudo isso, o conceito de "direitos" somente faz sentido se eles são entendidos a partir do conceito de direitos de propriedade. Pois não apenas não existem direitos humanos que não sejam também direitos de propriedade, como todos esses direitos perdem sua incondicionalidade e clareza, e se tornam confusos e vulneráveis, quando os direitos de propriedade não são usados como padrão.

A liberdade de expressão, portanto, deriva e é indissociável do direito individual primordial: o fato de a pessoa ter a propriedade de seu corpo e de seus meios de produção adquiridos de forma honesta e voluntária, o que lhe dá o direito de fazer uso destes seus meios para expressar suas ideias.

Sendo assim, todo o debate sobre liberdade de expressão nada mais é do que uma situação na qual pessoas livres exercem livremente seus direitos de propriedade. 

Assim como na sua propriedade só entra quem você quiser (e tal pessoa só pode falar aquilo que você aprovar; caso ela esteja insatisfeita com o arranjo, pode simplesmente se retirar da sua propriedade), o mesmo raciocínio deve ser aplicado também, por exemplo, à liberdade de imprensa. 

Ninguém tem o direito de dizer o que quiser onde quiser. Por exemplo, uma pessoa jamais teve e — torçamos! — jamais terá o "direito" de escrever o que quiser em um jornal. Pessoas só podem escrever coisas em jornais se os proprietários destes jornais assim permitiram.  Qualquer outro arranjo configura agressão à propriedade privada. 

Consequentemente, tudo o que é necessário para que haja liberdade de expressão é permitir que proprietários de jornais — ou de portais de internet, ou de livrarias, ou até mesmo de saboneteiras — exercitem seus direitos de propriedade.

De novo: sem propriedade privada não existe liberdade de expressão. A ex-presidente Cristina Kirchner tinha isso em mente ao tomar o controle da única empresa produtora de papel-jornal argentina, em 2011, subjugando em uma só tacada a mídia impressa independente. A mera ameaça da coerção estatal de interromper o fornecimento de um insumo fundamental encabresta a imprensa.

Ou seja, tão logo o estado se intromete, a situação muda inteiramente. Se os governos começarem a determinar o que jornais podem e não podem publicar, ou o que serviços de streaming podem ou não veicular, estará havendo uma restrição dos direitos de propriedade destes veículos. E isso é um ataque direto à propriedade privada.

Finalmente, o segundo limite à expressão é a ameaça iminente de agressão física, um ódio prestes a descambar para as vias de fato de forma manifesta e presente. Exemplo prático: se João jura Pedro de morte ou promete agredi-lo fisicamente, João está, de livre e espontânea vontade, deixando explícito que irá ou retirar a vida de Pedro ou atentar contra a propriedade de Pedro (seu corpo). João, o agressor, está de livre e espontânea vontade confessando sua intenção de matar ou agredir Pedro.

Sociedades decentes criminalizam tal ameaça. No entanto, vale dizer que, em legítima defesa, Pedro está liberado para se antecipar e fazer o mesmo com João.

Mas a situação já extrapolou para outras áreas

No entanto, a legislação e prática recentes vão além e refletem um intenso desejo de calar vozes dissidentes e críticas, e de banir piadas de mau gosto, insultos e as chamadas "fobias". Sob a alegação de repúdio à intolerância, tem surgido uma nova espécie de intolerância. 

Em 2019, a deputada Maria do Rosário (PT) invocou a força do estado para calar o brilhante comediante Danilo Gentili, que rasgou a notificação oficial de censura, enfiou em sua roupa de baixo e reenviou à remetente. Gentili acabou condenado a seis meses de prisão por insultar um político à distância!

A opinião ofensiva não deve ser banida porque não podemos confiar em que um burocrata ou um poderoso do governo decida o que deve ser permitido. Em geral, o defensor da censura julga que serão calados apenas os odiosos, mas, uma vez que o governo tenha a prerrogativa de banir opiniões, a sociedade inteira está em risco.

É preferível que racistas e intolerantes se expressem livremente e se exponham, virando alvo de críticas por gente com alta reputação. Se querem ser odiados e ostracizados, é sua opção. A sociedade faz melhor em lidar com o conteúdo da mensagem e ignorar o mensageiro. 

Para concluir

Rui Barbosa dizia que não merece a liberdade o povo que não saiba sofrer os males derivados da liberdade e que conte com outros meios que não a própria liberdade para vencê-los.

O Netflix deve ter o direito de manter ou barrar conteúdo de sua grade a seu critério. O único controle da mídia necessário é o controle remoto. Não gostou, troque o programa, desligue, critique, boicote. Faça o que quiser dentro dos limites. Mas afaste de mim esse cálice!


autor

Helio Beltrão
é o presidente do Instituto Mises Brasil.

  • JOAO LUCAS COUTO CORREIA  21/01/2020 17:08
    Ler o conteúdo do Mises é um misto de satisfação e desespero. Cada artigo abre a nossa visão sobre a realidade em que vivemos e como nossa liberdade é depenada sem dó pelos algozes do Estado. Mas sempre que a sensação de iluminação passa, vem o desespero de saber que nada vai mudar, que a maioria ainda vai pedir mais Estado para resolver qualquer problema cotidiano sempre colocando a culpa no capitalismo e na liberdade, dita "excessiva". Os conservadores e os progressistas são os dois lados de uma mesma moeda, sempre pedindo para o poder estatal reprimir a liberdade de outrem em favor de suas vontades. O especial do Portal dos Fundos é sem dúvida uma excrescência contra a maioria cristã, mas em nenhum momento somos obrigados a assistir aquela porcaria. Mas parece que têm gente que não percebe que criticar algo dá mais fama do que falar bem. Tão logo os grupos conservadores cristãos correram para pedir suspensão e processar o Portal dos Fundos por esse especial, a mídia já estampava isso com gosto nas manchetes. Os mais ofendidos pela produção foram seus principais difusores. O mesmo ocorreu com o Crivela e aquele gibi com beijo gay, a esmagadora maioria da população nem sabia da existência daquele gibi. Foi o Crivela querer proibir evocando a "decência moral" que os meios de comunicação estamparam aquilo como censura e preconceito, e os ditos "defensores da liberdade individual" com toda sua lacração foram denunciar o caso como um atentado fundamentalista contra a arte e a cultura, com direito a foto do gibi no Fantástico. Crivela, que tanto queria que o gibi com beijo gay fosse esquecido, foi seu principal garoto propaganda. E com papel de vilão, deu holofote para várias figuras abjetas da sociedade com seus discursos progressistas. Tivesse ele e os grupos cristãos lido esse artigo, poderiam ter feito o mais racional diante de algo que consideram errado: ignorado e seguido com suas vidas. Até porque, na Bíblia diz para VOCÊ sair da roda dos escarnecedores, e não expulsar eles de perto de você.
  • Robert Santana  28/01/2020 14:55
    Camarada, vc descreveu com perfeição o que penso. Leio muito os artigos aqui do Mises, mas, as vezes confesso que nem me dá vontade de ler, n por ser um site ruim, pelo contrário, apenas por ser excelente. Começo a perceber a realidade que vivo, como as coisas de fato funcionam, porém, ao mesmo tempo isso me deixa muito triste, pois também acredito que nada de fato irá mudar ( ao meu ver, não nessa geração). Quanto mais o estado destrói as coisas, mais as pessoas clamam por intervenção, e quanto mais o estado intervém, mas as coisas de destroem, fechando assim um círculo vicioso. Presencio essas aberrações todos os dias, principalmente na família, onde as pessoas ao mesmo tempo que odeiam políticos, clamam por intervenção estatal por qualquer motivo, não confiam nos mesmos mas tem uma fé cega no estado, e , mesmo com todos os avanços e maravilhas que temos hj em dia graças ao mercado, as pessoas no final creditam todas essas coisas ao estado; uma pessoa comum, mesmo com toda burocracia imposta pelo estado, pega seu capital, investe em uma empresa, contrata pessoas, oferece conforto e no final o crédito vai para políticos que se gabam dizendo que eles geram empregos. Depois que passei a entender como funciona uma clt e todas essas aberrações trabalhistas, mais tenho vontade de cuidar de minha vida e do meu próprio dinheiro, pensar no meu futuro e n esperar que isso seja papel do estado. Mas, infelizmente, a maioria esmagadora da população acha que se vc n tiver uma "carteira assinada", vc é um vagabundo preguiçoso, que posso ganhar a grana que for, mas isso é ruim pq é necessário ter uma carteira assinada, affffff a galera defende com unhas e dentes essas aberrações mas nem elas sabem explicar nada sobre a mesma. No final, percebo que tenho que pensar em mim e deixar a galera de lado, pois falar de liberdade para muitos é a mesma coisa que assinar o atestado de retardado. Graças a Deus tenho meu inglês bem avançado e busco muito conhecimento das coisas, para quando eu tiver meu Filho eu possa ensinar coisas boas a ele para n ficar dependente do paizinho estado.
  • Marcelo  21/01/2020 17:13
    Uma dúvida: uma ofensa verbal pode ser considerada liberdade de expressão do ponto de vista libertário?
  • Guilherme  21/01/2020 17:20
    Sim, totalmente. Não há crime nenhum em ofender verbalmente. O que você não pode fazer é ofender fisicamente, pois aí você já está atentando contra a propriedade (corpo) da vítima.

    P.S.: obviamente, estou levando em conta apenas a agressão física a alguém que não lhe agrediu fisicamente. A partir do momento em que alguém lhe agride fisicamente, este alguém perde o direito de não ser também agredido fisicamente, podendo você então agredi-lo.
  • Henderson  21/01/2020 17:25
    Desculpe-me, mas, sim, há crime em se ofender verbalmente alguém! Apenas a título de informação, dentre outros, a legislação brasileira tipifica (descreve como crime) as condutas de calúnia (imputação falsa de um crime a alguém, por exemplo: "vc é o assassino de Fulano"), difamação (ofensa à honra objetiva de alguém, por exemplo:" vc é um corrupto") e também a injúria (que ofende a honra subjetiva, por exemplo: "vc não passa de um viadinho escroto"). Com algumas variáveis e pontualidades, as condutas acima, tipificadas no código penal brasileiro, decorrem, principalmente, de ofensas verbais a alguém, podendo ser praticadas direta (quando a ofensa é proferida à vítima) ou indiretamente (quando proferida a terceiros e chega ao conhecimento da vítima). Como fiz questão de destacar, existem particularidades penais e processuais penais, mas, em tese, há, sim, crime em se ofender verbalmente alguém.
  • Guilherme  21/01/2020 17:32
    Citar o código penal não invalida (e também não reforça) um argumento. Algo não passa a ser certo ou errado só porque políticos e burocratas assim o determinaram.

    Existem apenas três direitos naturais, e todos eles são negativos, no sentido de que eles denotam coisas que não podem ser feitas contra você:

    1) Você tem o direito de que não tirem a sua vida;

    2) Você tem o direito de que não confisquem sua propriedade honestamente adquirida; e

    3) Você tem o direito de que não impeçam a sua liberdade de empreender e agir (desde que você também não infrinja a mesma liberdade alheia).

    Em lugar nenhum há o direito de não ser xingado ou ofendido. Ser xingado e ofendido não atenta contra nenhum direito natural seu. Mais ainda: ao ser xingado e ofendido, você pode perfeitamente contra-atacar por meio da razão, mostrando por que seu interlocutor está errado. Esta mesma liberdade você não possui ao ser morto, roubado ou impedido de agir.
  • Neto  21/01/2020 17:34
    Se ofensa verbal fosse crime, juízes de futebol e políticos teriam direitos a indenizações milionárias (e diárias).
  • Ricardo  21/01/2020 17:45
    A liberdade de expressão não é absoluta, tanto é, que existem crimes tipificados, quais sejam, calúnia, difamação e injúria, que se concretizam pela manifestação do indivíduo e sua publicidade nos casos de calúnia e difamação. A liberdade sua não pode ofender a liberdade, dignidade, do outro, não se trata de censura, mas limite ao exercício do direito. Não se pode confundir liberdade de expressão com banalização.

    "A liberdade de expressão deve respeitar os limites éticos, morais, sociais e familiares, deixando de lado, e não confundindo com a imoralidade, palavras de baixo calão, ou qualquer forma e pensamento destrutivo de conceitos como o respeito, a dignidade humana, as opções das pessoas, não tornando, portanto, um meio prejudicial e danoso."

    É tão simples entender essa limitação, que nada tem a ver com censura. Me assusta ver que pessoas que parecem ter uma boa educação e formação não conseguirem compreender o óbvio!
  • Tulio  21/01/2020 17:51
    "A liberdade de expressão deve respeitar os limites éticos, morais, sociais e familiares"

    Dentro deste seu conceito extremamente abrangente, qualquer coisa pode ser censurada. Afinal, quais seriam "os limites éticos, morais, sociais e familiares"? Apresente sua lista e podemos conversar.

    É tão simples entender que essa sua limitação tem tudo a ver com censura, bastando para isso enquadrar qualquer opinião como sendo transgressora destes "limites" que você impôs. Me assusta ver que pessoas que parecem ter uma boa educação e formação não conseguirem compreender o óbvio.
  • Rodolpho  24/01/2020 02:26
    Esse é um problema típico dos libertários que os coloca na mesma curva q o marxismo. Para o marxismo todo valor cultural é em última análise valor econômico. Os libertários também tentam explicar tudo em termos econômicos.

    É por isso q em geral desemboca no direito de propriedade muitas questões morais quando os libertários tentam responder certas coisas. Acontece q o próprio direito de propriedade se funda uma dimensão moral distinta e não redutivel à simples propriedade material.

    Perceba q o argumento está errado por se apresentar incompleto. O aspecto de direito de propriedade está sim presente, mas ele ñ é único. A questão se situa numa tensão onde direito de propriedade é um pólo, mas há também outras coisas envolvidas.
  • Alessandro silva  03/02/2022 18:30
    Amigo. Leia os artigos 142 do Código Penal; Art.188 do Código Civil e Art.8º da Lei de Abuso de Autoridade. Se esses fossem levados mais a série e interpretados conjuntamente a ideia de RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. Logo não deveria passar , a maioria dos casos, ter processo criminal por que poderia ficar apenas na reparação de Danos Morais de Provar que o interlocutor ESTÁ MENTINDO e EXAGERANDO na forma de outras ações.
  • JOAO LUCAS COUTO CORREIA  21/01/2020 17:42
    Caro Henderson,
    O que o Marcelo quis indagar é a visão libertária da ofensa verbal. E baseando-se no que diz o artigo, a ofensa verbal pode ser categorizada como liberdade de expressão de acordo com o local em que é exercida. Se eu ofendo uma pessoa em um ambiente privado, no qual tal atitude é repudiada por seu proprietário, eu não estou exercendo liberdade nenhuma e sim violando as regras de um espaço privado. Assim, caso exista um espaço em que o seu dono permite que outros exponham sua opinião de forma ofensiva, ai sim, estará sendo exercido a liberdade de expressão com respaldo nas determinações do proprietário do local. Obviamente, que a legislação brasileira(criada pelo aparato opressor do Estado) tipifica ofensa verbal como crime. E assim como outras ações tipificadas como crime por essa mesma legislação criminal(como roubo e assassinato), ocorre livremente e em demasia pelas ruas das cidades brasileiras, até porque são locais públicos, onde tudo é de todo mundo e ao mesmo tempo de ninguém, o eficiente Estado pouco faz para impedir.
  • Leonardo   21/01/2020 21:49
    Me xingue algumas vezes e vai tomar um belo de um soco no meio da cara. Se vc discorda que eu possa fazer isso, você é um idiota
  • “Idiota”  22/01/2020 10:45
    Discordo. Ao contrário de você que banca o machão na internet (e tenho certeza que apanharia fácil em público), eu que treinei e sei muito bem como machucar pessoas nunca deixo os pequenos me afetarem com suas ofensas.
    Querer brigar porque foi "ofendido" não é atitude de homem, é atitude de fraco. Não seja um deles.
  • Eu sou livre  23/01/2020 21:59
    Eu prefiro usar o bom e velho .38- O agressor verbal fica mansinho, mansinho...
  • "Idiota"  24/01/2020 22:55
    Em uma sociedade armada tudo fica mais civilizado. Isso é um fato.
    E também, um homem armado é um homem de verdade, com dignidade, que sabe ser mais calmo e comedido porque ele está completo, não sairá atirando em ninguém porque foi xingado, como o machão acima que se acha no direito de bater em alguém por xingamento.

    Nos Estados Unidos, por ser uma sociedade armada, já vi duas pessoas se xingando a alguns centímetros do rosto da outra e nenhum dos dois tendo coragem de iniciar agressão física, porque sabem que se tocar no outro o bicho pega e o cara pode se defender.

    Agora aqui um bando de fracos fica achando que é de alguma forma respeitável, ou lhes fazem mais "macho", brigar com alguém porque foi xingado. isso é coisa de criança, de homens pequenos que nunca cresceram.

    Palavras não são agressão com exceção ÚNICA de ameaça iminente (alguém lhe ameaçar verbalmente e você ter toda os elementos possíveis para considerar que aquela ameaça se torne real, como por exemplo, um cara armado dizer que vai te matar).
  • Leandro C  24/01/2020 19:50
    "Leonardo 21/01/2020 21:49
    Me xingue algumas vezes e vai tomar um belo de um soco no meio da cara. Se vc discorda que eu possa fazer isso, você é um idiota"

    Sim, na atualidade é o que acontece; mesmo existindo polícia, estado, exército etc, para defender tanto você dos xingamentos quanto o "desrespeitoso" que resolveu o importunar. Acredito, inclusive, que acontecerá cada vez mais em razão do politicamente correto imposto pelos progressistas, posto que cada vez mais a sociedade ficará intolerante com qualquer coisa que se diga a respeito de qualquer assunto; e tudo piora quando se pensa que a tecnologia aproxima pessoas do mundo todo (e, portanto, é possível xingar pessoas sem a imediata presença física) e deixa o registro (as palavras, o vídeo etc) guardado indeterminadamente (ou seja, você pode dizer algo agora e então mudar de ideia e então outra pessoa se ofender daqui a um mês). Na atualidade acontece desta forma porque fomos todos mimados pelo estado (é cultural e apenas com muita terapia e com uma natureza muito elevada alguém conseguiria se desprender disto; acredito haver os mais e os menos evoluídos, mas talvez ninguém esteja completamente livre da cultura estatal) e não sabemos muito bem como nos relacionar uns com os outros, posto que praticamente acabamos deixando os princípios da voluntariedade de lado em detrimento dos princípios da coercibilidade e violência que caracterizam os arranjos em torno de um estado sempre presente em todos os momentos, locais e assuntos.

    Doutra forma, acredito que, em uma situação em que o estado vá se ausentando (vá sendo ausentado), as pessoas acabam adquirindo novamente a capacidade de interagir sem qualquer violência, seja física, seja verbal; ademais, as pessoas, por também não se sentirem mais também sugadas pelo estado (ou em razão do estado), acabem sendo também mais tolerantes, não se ofendendo tanto por qualquer coisa e, portanto, não se sentindo vilipendiadas com qualquer coisa que se diga delas ou para elas.

    Enfim, não sendo obrigatória a relação que você mantém com outrem, não há razão para um desgaste tão grande que resulte na vontade do terceiro em te xingar, mormente repetidas vezes, e então, na sua, de queirar quebrar a cara dele após ele esbravejar a raiva dele em você. Sendo voluntária a relação, ela se mantém enquanto satisfatória. Quando a relação é coercitiva é que ela continua a se manter, mesmo quando já não é saudável há tempos.

    Perceba que, em resumo, as pessoas não sabem lidar com as outras por voluntariedade e então tentam as coagir, mutuamente, resultando no estado, que retroalimenta o problema, dando aspecto de legitimidade a relações coercitivas, que, obviamente, demandarão outras sucessivamente.

    Agora, independentemente disto que acredito, perceba também que, de todo modo, pela regra geral apresentada no texto, se alguém te xingou reiteradamente é porque alguém está violando a propriedade de alguém, posto que, em condições normais de pressão e temperatura, os xingamentos não são completamente gratuitos e costumam possuir uma causa anterior mal resolvida por uma ou mais partes envolvidas, de modo que só me ocorrem os seguintes situações:

    1. ou você está na propriedade (casa, veículo etc) do xingador e deveria ter ir embora antes mesmo de ter sido xingado e ainda mais após ser xingado e, preferencialmente, antes que seja impelido fisicamente (agredido talvez não seja a palavra, posto que está desobedecendo ordem legal para sair de propriedade alheia);

    2. ou então é ele, o xingador, quem está na sua propriedade e também você teria o direito de o colocar para fora (ainda que utilizando a força, que passaria a ser um direito seu no caso de desobediência por parte dele);

    3. ou então ambos, você e o xingador, estão na propriedade de terceiro, este o qual deverá optar entre mandar o xingador (ou você, ou ambos) embora, sob o risco de ser conivente e então você mesmo sair por conta própria; a princípio, seria um desrespeito não apenas entre ambos, mas também (e principalmente) ao próprio proprietário do local que um de seus convidados venha a xingar, ou mesmo agredir, um outro convidado. Enfim, nesta caso, ambos (o xingador e também você) estariam a merecer uma surra do proprietário do local, por absoluto desrespeito à casa (em sentido genérico) dele.
  • Diego   22/01/2022 19:30
    E quanto a locais públicos, onde não exista a propriedade privada(ruas,praças…), como seria a solução caso alguém insulte outra pessoa ???
  • Edson  23/01/2022 02:23
    Proferir palavras insultuosas não é crime. Você me chamar de bobo e feio deveria lhe render cadeia?

    De resto, você próprio já deu a resposta: o problema todo está na propriedade estatal das ruas. Fosse este "crime" cometido dentro de uma propriedade privada, cujas regras são especificadas via contrato voluntariamente firmado, a solução e a punição seriam muito mais simples e diretas.
  • Pedro_N  22/01/2020 14:50
    Dúvida:
    Ter minha propriedade invadida por ondas de rádio-frequência que estajam transmitindo dados/sinais de um programa de TV que eu não me agrade...
    Isso pode ser considerado invasão de propriedade?
  • Guilherme  22/01/2020 15:02
    Não. Seu aparelho de rádio ou TV pode estar capturando as ondas, mas você não é obrigado a ver ou ouvir. Basta você não sintonizar naquela estação.

    Perceba que este seu argumento, se levado às consequências lógicas, pode fundamentar a censura de todos os canais de TV e estações de rádios religiosos pela esquerda progressista. Ou de todos os sites pornográficos (plenamente acessíveis e gratuitos) por conservadores.
  • Salvador Liu  17/10/2020 12:39
    Mas é claro!!
  • VALDERI SANTOS  21/01/2020 17:16
    Exatamente, não me convém, simplesmente ignoro.
  • Drink Coke  21/01/2020 17:31
    Eu concordo, porém o que é interessante é que hoje fazer piadas de alguma das "minorias": negro, gay ou mulher não pode, se você fizer só falta te queimarem em praça pública, mas fazer piada de cristão é só brincadeira.
  • Arthur  21/01/2020 17:43
    Sim, isso é rotulado como "discurso de ódio". Eu acho extremamente cômico quando uma pessoa bem intencionada no Brasil fala que apoia a liberdade de expressão, mas fala que apoia também o combate ao "discurso de ódio". A cabecinha da coitada não percebe que isso é uma contradição de termos. Ela não consegue ver nas próprias notícias que existem pessoas louquinhas para enquadrarem tudo o que discordam no tal "discurso de ódio" (e muitas vezes tendo sucesso). Estão apoiando a censura sem se darem conta.

    Mas é óbvio que essa aberração politicamente correta seria rapidamente abraçada pelo nossos políticos e juízes com louvor. O Brasil sempre teve pavor da liberdade de expressão e de pensamento, ideias totalitárias como essa fazem nossos burocratas salivarem de tesão.
  • Walter B.  21/01/2020 17:35
    O verdadeiro compromisso com a liberdade de expressão não está em permitir que as pessoas sejam livres para expressar apenas aquelas idéias com as quais concordamos. O verdadeiro compromisso está em permitir que outras pessoas digam coisas que consideramos profundamente ofensivas, seja sobre raça, gênero ou religião.

    Ou a liberdade de expressão é absoluta ou ela não existe.

    Aliás, o mesmo é válido para a liberdade de associação. Todo mundo diz defender, mas poucos realmente a aceitam.

    Para mim, um estabelecimento que proíbe a entrada de negros é tão válido quanto um que proíbe a entrada de brancos. Um estabelecimento que proíbe a entrada de homossexuais é tão válido quanto um que proíbe a entrada de heterossexuais. Um estabelecimento que proíbe a entrada de judeus é tão válido quanto um que proíbe a entrada de neonazistas.

    Nos EUA, empreendedores cristãos têm sido perseguidos por se recusarem a fornecer serviços de bufê para casamentos de pessoas do mesmo sexo. As pessoas que apóiam esse tipo de coerção deveriam se perguntar se elas também defenderiam ataques ao judeu proprietário de uma loja de iguarias que se recusasse a fornecer serviços para o casamento de simpatizantes neonazistas.

    O negro dono de um bufê ou mesmo o negro que é garçom deste bufe deveriam ser forçados a prestar serviços para supremacistas brancos? ONGs que defendem políticas de ação afirmativa em prol dos negros deveriam ser obrigadas a aceitar em seus quadros skinheads racistas? O chef homossexual de um restaurante deve ser obrigado a cozinhar e servir um cliente avesso a gays? A cozinheira feminista deve ser obrigada a atender um cliente machista?

    Associação forçada não é liberdade de associação.
  • JOAO LUCAS COUTO CORREIA  21/01/2020 17:50
    Muito válido seu argumento. Contudo, é bem sabido que isso pouco importa para essa gente. O que vale é o choro emotivo, onde o importante é defender as "minorias oprimidas" e corrigir o que eles chamam de "dívida histórica".

    Para os progressistas, um especial que escarnece a religião cristã não pode ser censurado, pois é um desrespeito a liberdade de expressão pelo fundamentalismo religioso.

    No fim, o que impera é a hipocrisia pura, o vitimismo irracional e a lacração com frases de efeito. Nunca vi uma geração tão imbecilizada como a minha.
  • Leandro C  24/01/2020 19:56
    "JOAO LUCAS COUTO CORREIA 21/01/2020 17:50"

    Concordo com o que disse, mas sinto que tudo seja orquestrado por alguns (artistas, políticos etc) como oportunidade para lucro em cima das massas, ou seja, a finalidade é o lucro fácil; infelizmente parece haver mercado; fomos, enquanto sociedade, suficientemente emburrecidos para acreditar nos discursos fáceis e nos almoços gratuitos.
  • Elias  21/01/2020 18:04
    Mas e quando a propriedade privada restringe a liberdade de expressão, como as redes sociais, por exemplo? E quando certo credo religioso tem mais proteção estatal em relação com outras religiões, como no caso do islamismo?

    Lembro de um experimento social que a libertária Lauren Southern fez na Inglaterra, depois que uma revista famosa no país colocou em sua capa que "Jesus é Gay". Ela só trocou Jesus por Maomé, e simplesmente a revolta foi generalizada, a polícia prendeu ela e foi deportada do país. O que chamou a atenção foi esse "dois pesos, duas medidas", e tenho certeza que se o Porta dos Fundos fizer sátiras com Maomé da mesma forma que fazem com Jesus, sofreriam não só perseguição do Estado como perseguição dos lacradores.

    A diferença de tratamento entre os credos religiosos (e também na política) é que me preocupa, pois de um lado há uma superproteção e do outro simplesmente ignoram. Esquerdistas podem escrever a vontade, inclusive incitar violência nas redes sociais, que fazem vista grossa. Mas se algum conservador disser "a...", são bloqueados e tem sua liberdade de expressão reprimida pela propriedade privada. O livre mercado, infelizmente, não resolve esse problema, pois já estão contaminados com o progressismo.
  • Lucas  21/01/2020 18:11
    Você só deu exemplos de intervenção estatal. Quanto às redes sociais, são plataformas privadas, com donos (você nem paga para usá-las). Podem excluir e aceitar discursos como bem entenderem (por mais chato e aborrecido que possa parecer).
  • Ex-microempresario  21/01/2020 19:43
    1) Redes sociais podem escolher o que publicam da mesma forma que jornais e revistas sempre escolheram. Liberdade de expressão não significa que os outros são obrigados a concordar ou a publicar a minha ou a sua opinião.

    2) Governos avacalham tudo em que põem a mão, e a liberdade é sempre uma das primeiras vítimas. O livre mercado, se existir, resolve sim este problema: haverá jornais, revistas, blogs e site de esquerda e jornais, revistas, blogs e sites de direita.

    3) Muitos conservadores querem exatamente a mesma coisa que os esquerdistas: o monopólio da liberdade ("o que eu digo tem que ser aceito por todos, mas o que os outros dizem tem que ser censurado porque me ofende").
  • Consagrado  21/01/2020 20:31
    Mas e quanto ao Nazismo? Não se pode veicular "legalmente" suas mensagens em nenhum lugar. Onde está a liberdade de expressão?
  • Elias  23/01/2020 14:58
    Gostaria só de complementar meu comentário com uma citação do Leandro Ruschel que eu achei interessantíssimo, e que é bastante pertinente com a censura das redes sociais e corrobora com o meu comentário acima:

    "Só há uma forma de garantir a livre expressão na internet: leis que estendam o direito à livre expressão nas grandes redes. É isso ou o fim da democracia representativa. Ou, no caso brasileiro, a impossibilidade da sua implementação. O livre mercado não resolverá o problema da censura na web. Hoje, a internet é controlada por um punhado de empresas que não permitem a entrada de novos players. Só ver o exemplo do Gab, uma rede social livre que teve seus aplicativos banidos das lojas da Apple e Google".

    É por esse e outros motivos que eu não acredito no anarco-capitalismo, pois acabar com o Estado e deixar tudo nas mãos de empresas como estas, só traz mais problemas e conflitos de interesses. Neste caso, o Estado (se for liberal) é útil para que os usuários possam garantir a liberdade de expressão nas redes sociais.
  • Golias  23/01/2020 15:23
    Meu Pai do Céu, esse comentário é sério?! Quer dizer então que você acredita que Fernando Haddad e Manoela D'Ávila (sim, pois eventualmente seus semelhantes voltarão ao poder em uma democracia; é questão de tempo) irão atuar para obrigar redes sociais a deixarem conservadores exporem suas ideias?!

    Olha, eu já li muita asneira por aí. Mas um relincho desse tipo é inédito. Se você afirma que só o estado pode garantir a liberdade de expressão em redes sociais, o que você fará quando este mesmo estado for tomado por esquerdistas autoritários? Estando o estado no total controle das redes sociais (controle este concedido gostosamente por você), como você terá qualquer chance de livre expressão em um cenário de redes sociais controladas pelo estado, e o estado controlado por esquerdistas autoritários?

    Detalhe: o movimento conservador cresceu exatamente neste cenário que você diz ser de censura. Como você explica isso? Veja a forte guinada conservadora ocorrida no mundo desde 2016. Se o cenário que você descreveu fosse verdadeiro, era para a esquerda estar triturando. E, no entanto, ela só encolhe.

    Dica: cheque seu cérebro. A região das sinapses que responsável pelo processamento da lógica básica já atrofiou
  • Elias  23/01/2020 18:26
    Nossa Golias, que comentário grosseiro! Não viu no meu comentário que eu coloquei "o Estado (SE FOR LIBERAL)"??? É óbvio que um Estado TOTALITÁRIO, seja de que lado for, não faria isso!! Eu já deixei isso claro. Bom, nem vou me alongar nessa discussão. Caso encerrado. Eu não estou aqui para ficar brigando.
  • Golias  23/01/2020 19:18
    Sim, eu vi perfeitamente este seu condicional. Por isso seu comentário é totalmente inacreditável. Você defende uma política que, segundo você próprio, só funcionaria se pessoas perfeitas estivessem no comando do estado. E, também segundo você próprio, seria calamitosa se pessoas diferentes estivessem no comando do estado.

    Ou seja, a política que você defende é, na melhor das hipóteses, de uma ingenuidade que beira a burrice. Na mais realista das hipóteses, ela é suicida.

    Como é que uma pessoa que defende a liberdade, como eu, deveria reagir a isso?
  • Estado o Defensor do Povo  23/01/2020 21:06
    Oi Elias tudo bem? Por que você não muda no seu comentário de "Estado Liberal" para "Empresas Liberais"? Qual deles você acha mais factível? Qual deles você confia mais? Bom, eu mesmo não vi a direita conservadora tendo tanto espaço quanto hoje com os novos aplicativos, com Nando Moura e o escambau fazendo sucesso.
  • Elias  23/01/2020 22:27
    Vocês tem razão, fiz um comentário idiota e bastante incongruente. Vou ficar mais atento nas próximas oportunidades que eu for comentar por aqui. E peço desculpas se eu excedi em alguma coisa. Obrigado por apontarem os erros no meu comentário.
  • Rodolpho  24/01/2020 02:43
    Elias. Seu comentário não foi idiota. Acontece q os libertários estão na mesma curva q os marxista na medida em q tentam explicar tudo de um ponto de vista econômico. O poder econômico é apenas uma modalidade do poder, ele ñ é tudo. Por exemplo: o direito à propriedade privada. Como se garante esse direito? Ñ é por vias econômicas, mas por via político-militar. Antes de haver mercado deve haver quem garanta a propriedade privada, e quem garante é o Estado. Isso ñ significa q o poder Estatal não possa ser corrompido. Significa q o poder econômico tem sua esfera de atuação e se ele tentar sair dessa esfera ele nada pode e isso é ruim. O poder político-militar também tem sua esfera de ação e se sai dessa esfera é também ruim. O Estado de Esquerda, ou totalitário, é um Estado q tenta abarcar tudo em si. Por isso ele é ruim, mas quando o Estado ñ faz isso e fica no seu lugar próprio ele é bom. Algumas pessoas te achincalharam por vc postar isso, mas os ignorantes da questão são eles. Uma dica: em termos econômicos os libertários estão sentados na razão, mas saiu da esfera econômica é bom procurar outras correntes de pensamento.
  • Pobre Mineiro  21/01/2020 21:23
    Só que em um genuíno livre mercado, o estado é muito fraco ou até mesmo inexistente.

    Sendo muito fraco o estado, como este vai impor a sua ideologia na marra, e ainda tendo que enfrentar uma população armada e que não o legitima ?.

    De que vale as "minorias" lacradoras terem como aliado o estado, se este estiver falido e decadente ?.

    Ou seja, o livre mercado resolve sim o problema.
  • 4lex5andro  05/03/2020 13:39
    Posse de armas, simples desse jeito.

    No fim, em qualquer país, quem possui as armas, possuirá a discricionariedade sobre os outros ''direitos'', inclusive o de propriedade.

    Daí por ser tão cara a defesa de irrestrito acesso da posse de armas á civis, tão quanto, a plena posse de seu trabalho (e seus rendimentos) e posse de propriedades.
  • Imperion  21/01/2020 18:37
    Perfeita colocação
  • anônimo  21/01/2020 19:18
    Em termos gerais concordo com o artigo, mas e quando algo ofende a moral mais básica da população? Por exemplo, alguém passa pedofilia na TV aberta ou faz um grupo de defesa dela (com imagens) na casa dele.

    Imaginar um mundo onde todos fiquem assistindo isso em nome da liberdade de expressão é achar que somos todos vulcanos (aquele personagem spock do jornada nas estrelas, que age sempre como um automato pautado em regras lógicas), quando na pratica um sujeito assim levaria um soco na cara e perderia os dentes se passar na TV e ir pro meio do Maracanã sem disfarce
  • Alfredo  21/01/2020 19:51
    Impossível passar isso na TV aberta, pois o canal perderia anunciantes e iria à falência.

    Brasileiro é tão anti-capitalista que tem dificuldade de enxergar até mesmo características básicas do capitalismo, e aí fica inventando cenários bizarros (e totalmente anti-capitalistas) pra tentar provar sua tese.
  • Usando o bom senso  27/01/2020 18:45
    Boa resposta, mas não convenceu. Para começar, você parte do princípio de que a pedofilia não passaria pelo crivo moral dos patrocinadores e isto não é necessariamente verdadeiro. Vez ou outra, a polícia prende um grupo de pedófilos. Isto mostra claramente que sempre há pessoas dispostas a consumir produtos ou serviços de natureza pedófila. Estas pessoas atuam às escondidas somente por que existem leis que criminalizam e proíbem suas atividades. Em uma sociedade libertária, no entanto, elas teriam a liberdade de se expressarem livremente. Isto posto, se um canal fizesse algum programa pró-pedofilia, ele até poderiam perder algum patrocínio de um lado, mas também poderia ganhar mais patrocinadores de outro -- entusiastas do movimento pedófilo (que, aliás, parece que já existe), ativistas pró-pedofilia que estivessem dispostos a patrocinar a causa etc. E, como bem diz o artigo, não gosto? Troque o programa...
  • Claudia  22/01/2020 15:19
    Caro, em um arranjo liberal clássico seria impossível veicular pedofilia na TV por um motivo simples: pedofilia é obrigar uma criança a ter relações sexuais e afins. Uma vez que obrigar alguém a ter relações é atentar contra sua liberdade e contra seu corpo, tal crime deveria ser punido rigorosamente tão logo fosse conhecido. Assim, do mesmo modo como imputar um crime não é liberdade de expressão, cometer um crime também não é.
  • Drink Coke  22/01/2020 19:06
    "pedofilia é obrigar uma criança a ter relações sexuais e afins."

    Não, isso é estupro de vulnerável.

    Pedofilia é um transtorno e um comportamento sexual, onde o individuo tem desejo por crianças.

    A pedofilia em si não é crime, mas suas consequência podem ocasionar em algum crime.

    O mero ato de pensar e desejar sexualmente um menor não constitui crime, o que constitui crime é a divulgação ou posse de pornografia infantil, o abuso sexual da criança em qualquer nível, aliciamento de criança, utilizar a criança em algum ato sexual e etc...
  • Estado o Defensor do Povo  22/01/2020 19:29
    Desculpa Claudia mas só uma correção, pedofilia não é obrigar uma criança a transar, isso é estupro, pedofilia é sentir atrações sexuais por crianças -> pt.wikipedia.org/wiki/Pedofilia
    Logo a pedofilia em si não é um crime, e sim um transtorno psiquiátrico que deve ser tratado, enquanto um pedófilo não molestar crianças ele é uma pessoa inocente, e também do que eu entendi aqui->deniscaramigo.jusbrasil.com.br/artigos/406255800/vamos-falar-corretamente-sobre-pedofilia , um pedófilo que declara abertamente pras outras pessoas que é um pedófilo não comete um crime, só há crime quando há abuso físico ou psicológico, pedófilos também são seres humanos e muitos deles precisam de nossas ajuda.
  • SERGIO SIENKIEWICZ  21/01/2020 19:27
    Não estamos mais nos anos 1800, quanto o preto era preto e o branco era branco e não havia duvida alguma sobre isto.
    Quem tem a liberdade de expressão ?
    Um jornal que tem clara orientação politica pode ser enquadrado dentro deste leque de liberdade de expressão ?
    Se no topo do jornal viesse escrito : " Este jornal é militante de esquerda, e por este fato maquilamos , distorcemos e mentimos para que os leitores sejam sejam induzidos a linha de raciocínio que pregamos ". Quando veremos a Folha de São Paulo ou o Globo com um cabeçalho assim ?
    Sou de direita ou de esquerda ?
    Parece que toda discussão se resumo nesta escolha, mas não é assim. Existe uma senhora sendo trucidada neste embate. Esta senhora atende pelo nome de verdade.
    Os jornais e meios de propagação de noticias ´precisam relatar os fatos , pura e simplesmente, mas até nisto conseguem ser desonestos, pois o que é ruim , agente conta com letras garrafais, e o que é bom para os nossos adversários, a gente não conta nada.
    Toda esta discussão não se resume a um filmeco de quinta categoria que na semana que vem ninguém se lembrará mais, mas de algo que vem acontecendo todos os dias , varias vezes por dia, com pessoas que estão numa posição previlegiada e não poderiam mentir, mas mentem descaradamente.
    Isto causa algum tipo de revolta ou indignação ? De jeito nenhum. A mentira é sua própria vacina. Estes meios de comunicação sendo tão mentirosos , ao propagaram uma peça publicitária de um supermercado ou uma cerveja, levará os leitores a acreditarem que é só mais uma mentira no meio de tantas outras , ou senão , no fim da peça ´publicitária escrever em letras grandes e vermelhas : "Isto não é uma mentira como tantas espalhadas por este jornal".
  • Mr Citan  21/01/2020 20:02
    Como aqui na banânia a tal galera da "liberdade de expressão" também vem com a narrativa do "discurso de ódio", que na real é "você é um verme se criticar minha crença/fé/idéia/opinião", eu acho bastante válido apelar para militância jurídica vias tribunais, pois além de meter o Estado pra quem quer mais Estado, ainda mostra a todos quem são os protegidos pelo Estado bananense, como foi mostrado no processo movido pelo Centro Dom Bosco.

    A melhor opção ao meu ver é BOICOTE COMPLETO, ou seja, realizar o boicote, e ainda incentivar outros a faze-lo.
    O Centro Dom Bosco e demais católicos se sentiram ofendidos?
    Preguem o boicote a Netflix, e ainda incentivem as pessoas a deixar de pagar streaming ao usar serviços free, como o Popcorn, Torrent, AZBox e outros.

    Garanto que em pouco tempo os executivos da Netflix tiram o filme da grade, e ainda pedem desculpas.
  • Ex-microempresario  21/01/2020 20:56
    Sim, boicote é a solução do livre mercado para este tipo de problema.

    Mas sempre existe o perigo do grupo "ofendido" descobrir com o boicote que ele não é tão relevante como pensava.
  • Gestapo  21/01/2020 21:16
    Sim, exatamente. É o mesmo pessoal que diz: "não importa esses artigos da Constituição, o que importa é a Liberdade de Expressão". Aí depois: "você é nazista, então é um criminoso e vai ir pra cadeia".

    Esse episódio mostrou, mais uma vez, que a lei não é válida pra todos. É demasiada arbitrária e seletiva.
  • HELLITON SOARES MESQUITA  21/01/2020 20:26
    A liberdade de expressão foi criada para permitir falar o que quiser. Liberdade de expressão é pra permitir que as pessoas deem sua opinião sobre atos públicos, principalmente do governo. É uma ferramente de limitação do Estado.
    Porém "inventar" não se torna liberdade de expressão, afinal você pode cita o ato de alguém, ou seja um jornalista que publica uma noticia. Porém se a noticia for falsa ou inventada da mente do jornalista, deixa de ser liberdade de expressão. Porém você criticar uma matéria não é, afinal já é publico. Nesse contexto liberdade de expressão não tem limite, porém usar a expressão pra fabricar coisas ruins, é extremamente perigoso. O Estado aliás só existe porque não tendo esse limite, o Estado se permite a mentir, enganar e falsificar dados, o que leva a criação de um Estado. Por exemplo é muito comum que a máfia ameace alguém de morte. Se ela realmente cumprisse todas as ameças, uma máfia não existiria pois criaria um sentimento individual de combater uma ameça eminente. Porém ao ameaçar de morte, cria um sentimento individual de prevenção, que é justamente evitar confrontos diretos. Sem o confronto direto a máfia e governo prosperam.
    Como muitos citam aqui. o Estado não rouba através da punição de morte. O Estado ameaça, porque é essa uma ferramenta mais eficiente.
  • Nomine  21/01/2020 20:33
    O pessoal do IMB já assistiu aquele filme PARASITA ?


    Tão dizendo que é uma baita critica ao capitalismo. Filme ta sendo bastante elogiado e vai concorrer ao Oscar.

    Talvez mereça um artigo do IMB dedicado ao filme hein....
  • Gestapo  21/01/2020 21:01
    Eu concordo com o texto, mas vou escrever algumas ressalvas.

    6 meses depois do pior totalitarismo dos últimos anos no Brasil, que foi a criminalização da homofobia, os "defensores da liberdade" ainda não abordaram o tema de forma séria. Já teve comércios e vidas destruídas por causa disso, e nada dos "guardiões da liberdade" se pronunciarem com medo de ficarem mal vistos.

    É hilário ver como simpatizantes left-libs fielmente acreditam que passando pano ou ignorando as aberrações civilizacionais que progressismo faz, irá atrair mais gente pro Liberalismo. Esse pessoal acredita em igualdade; liberdade nunca foi pra eles.

    Eu entendo os cristãos que fizeram isso daí. Eles viram outros grupinhos tendo agrados do Estado e quiseram fazer o mesmo. Mas acabaram descobrindo que a lei no Brasil não é para todos, aqui segue-se a máxima: "aos amigos tudo, aos inimigos a lei".
  • Gestapo  21/01/2020 22:08
    Não estou falando do site, amigo.
  • vitor  21/01/2020 22:06
    E o que dizer deste caso aqui, em que um colunista, em uma charge, associou duas cantoras ao nazismo?


    www.diarioonline.com.br/videos/entretenimento/fama/547802/maiara-e-maraisa-afirmam-que-vao-processar-escritor-e-jornal-por-charge-sobre-nazismo


    Um comentário que me chamou a atenção:

    "Merece um processinho. Eu sou totalmente defensor da liberdade de expressão, até mesmo a troca de insultos, mas daí a chamar de nazista é demais".
  • Rafael a.  22/01/2020 11:07
    Nesse caso, ao expor uma imagem de ambas associadas ao nazismo sem autorizacao ou consentimento das mesmas, ele violou direitos individuais delas que nao lhe pertencem. Pelo menos é a minha leitura sobre o caso. Ele tem direito de afirmar que sertanejos sao nazistas, porem n tem direito de veicular imagens das mesmas com adereços nazistas.
  • Católico  21/01/2020 22:45
    "Assisti ao famigerado especial de Natal do site Porta dos Fundos: algumas boas piadas avulsas ao largo de um enredo centrado em achincalhar Jesus Cristo, a Virgem Maria e Deus, que figura como um sujeito asqueroso e despudorado. "

    Puxa vida, vc ainda foi dar o teu dinheiro pra esses caras?

    No mais, leiam a Encíclica "Libertas, praestantissimum" do Papa Leão XIII e entendam pq ñ se deve defender a liberdade de expressão ilimitada como vcs defendem:

    "Agora devemos considerar brevemente a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa. Dificilmente é necessário dizer que não pode haver tal direito, se não for usado com moderação e se ultrapassar os limites e o fim de toda a verdadeira liberdade. Pois o direito é um poder moral que - como dissemos antes e devemos repetir novamente - é absurdo supor que a natureza tenha concedido indiferentemente à verdade e à falsidade, à justiça e à injustiça. Os homens têm o direito de livre e prudentemente propagar por todo o Estado o que de fato é verdadeiro e honroso, para que o maior número possível possa possuí-lo; mas opiniões mentirosas, sobre as quais nenhuma praga mental é maior, e vícios que corrompem o coração e a vida moral devem ser diligentemente reprimidos pela autoridade pública, para que eles não trabalhem insidiosamente com a ruína do Estado. Os excessos de um intelecto desenfreado, que terminam infalivelmente na opressão da multidão sem instrução, não são menos corretamente controlados pela autoridade da lei do que os ferimentos infligidos pela violência aos fracos. E isso é ainda mais certo, porque, de longe, a maior parte da comunidade é absolutamente incapaz, ou capaz apenas com grande dificuldade, de escapar de ilusões e sutilezas enganosas, especialmente como lisonjear as paixões. Se a licença desenfreada da fala e da escrita for concedida a todos, nada permanecerá sagrado e inviolável; mesmo os mais altos e mais verdadeiros mandatos da natureza, justamente considerados a herança comum e mais nobre da raça humana, não serão poupados. Assim, sendo a verdade gradualmente obscurecida pela escuridão, erros perniciosos e múltiplos, como muitas vezes acontece, prevalecerão facilmente. Assim, também, a licença ganhará o que a liberdade perde; pois a liberdade será sempre mais livre e segura em proporção à medida que a licença for mantida em maior restrição. No entanto, com relação a toda questão de opinião que Deus deixa à livre discussão do homem, a plena liberdade de pensamento e de expressão está naturalmente dentro do direito de todos; pois essa liberdade nunca leva os homens a reprimir a verdade, mas freqüentemente a descobre e a torna conhecida."
  • Victor  22/01/2020 15:00
    A liberdade depende da independência! Se você é a favor da censura,para proteger a sua religião, você perde a independência pois dependerá da "boa vontade e cristandade" do censurador para atender o seu desejo...amanhã, pode chegar um "censurador ateuzinho toddynho"(coisa que você não pode controlar, pois a vinda desse censurador pode depender do voto ou da decisão de algum comitê ou da sorte ou, resumindo, de qualquer coisa que você não pode controlar) e censurar a sua missa por elaa ser "machista, misógina e não vegana"...você perdeu a independência e a sua liberdade religiosa..tiro no pé
  • Skepic  23/01/2020 12:32
    Muito bem, esse trecho deixa claro que o catolicismo é incompatível com o libertarianismo. Mas basta analisar a Doutrina Social da Igreja para perceber que é muito pior do que isso.
  • Rodolpho  24/01/2020 14:44
    Acontece que o catolicismo leva em conta elementos que os libertários ignoram. Os libertários estão na mesma curva que o marxismo quando acham que tudo se resume à economia ou que tudo se revolve por vias econômicas. Por exemplo: achar que a liberdade de expressão é derivação direta de propriedade privada. Economicamente eles estão certos, mas há mais coisas além de economia.

    A diferença humana sempre existe e sempre irá existir, ou seja, a maioria da população não entende e nunca entenderá os fundamentos filosóficos da liberdade e uma série de outras coisas. Por isso elas precisam viver debaixo de outras que lhe forneçam uma proteção intelectual.
  • Rodrigues  24/01/2020 15:05
    "ou seja, a maioria da população não entende e nunca entenderá os fundamentos filosóficos da liberdade e uma série de outras coisas. Por isso elas precisam viver debaixo de outras que lhe forneçam uma proteção intelectual."

    Concordo. E você, por exemplo, já deixou claro que tem de viver estritamente sob a minha proteção intelectual, pois não é capaz de pensar por conta própria; precisa de um tutor. Você só deve aceitar intelectualmente tudo aquilo que eu autorizar.

    De acordo?
  • Leitor  24/01/2020 18:22
    Que quebrada!

    Ele precisa estar de acordo, para defender aquilo que ele mesmo propôs!

    O autoritarismo de uns só é bom e válido e nobre, e obrigatório, e cristão quando é com os outros.
  • Rodolpho  24/01/2020 22:30
    Você não quer aceitar um fato. Você tem Aristóteles como tutor? Se você a acredita em argumentação lógica você tem. Nem todo mundo consegue resolver problemas profundos de filosofia, tais pessoas, na verdade todos eventualmente, precisam ter alguma solução pronta. Como diz o ditado: subimos em ombros de gigantes.

    Agora significa você aceitar argumentação lógica que você conhece completamente as bases metafísicas da lógica aristotélica? Por aceitar a lógica você compreende a gnosiologia aristotélica. Provavelmente não! Porém quando você se colocar esse problema você não precisa investigar sozinho questões da gnosiologia aristotélica, como o próprio Aristóteles disse: devemos começar pelas opiniões dos sábios.

    Quanto ao Catolicismo a conversão é pessoal. Mas a maior parte da população não sabe e nunca vai saber por exemplo qual a relação entre uma cosmovisão determinada e por exemplo propriedade privada.

    Isso é fato. Nunca vai existir um mundo onde todos são filósofos e sábios. Sempre existe uma elite intelectual e o povão segue eles. O que eu estou falando: não há arranjo mágico de governo, qualquer arranjo que você pensar terá alguma falha.
  • Skeptic  24/01/2020 20:03
    Completamente errado. Libertários se baseiam principalmente em ética. Resumir até o liberalismo clássico em só economia também é um enorme absurdo.
    Sua visão é o paternalismo político, os santos burocratas/políticos guiando as vidas do povo incapaz e dependente. Você quer impor a sua moral através do estado, porém não há coisa mais imoral que o estatismo.
  • Rodolpho  24/01/2020 23:03
    Não. Porque no final a ética é reduzida a um fenômeno econômico. Por exemplo: a liberdade de expressão é reduzida a propriedade privada. Agora pensa. A propriedade privada é garantida como? Economicamente?

    A propriedade privada é garantia pelo poder político-militar. Quando digo político-militar não estou dizendo formalmente um estado, mas uma modalidade de poder alheia à economia. É o poder da violência justa. Se malandro violar a propriedade privada ele sofrerá uma sanção.

    Liberdade de expressão não é uma simples questão de propriedade privada. Veja se fosse assim não haveria do reclamar quando a globo faz isso, quando o google orientasse pesquisas para determinados resultados em termos políticos, quando milionários donos de meios de comunicação fazem carteis de notícia, e não temos isso, graças a Deus, mas donos de domínios da internet poderiam muito bem vetar sites de direita.

    Não estou falando que a repressão impede isso. Estou falando que a repressão ajuda algumas pessoas, porque nem todo mundo é filósofo ou sábio, a ter valores fundamentais salvaguardados. Valores esses que fundamentam a própria propriedade privada.

    Basicamente não existe solução mágica. Esse é um problema humano que vai acompanhar a humanidade. Não tem solução definitiva.

    O filme do Porta do Fundos se você for ver num quadro maior não é simples sátira. Ele se insere num contexto político e atende a determinadas demandas que tem por objetivo acabar com a própria liberdade de expressão, ainda que os próprios autores não saibam.

    Jesus gay é uma construção típica da liderança intelectual dos movimentos homossexuais. Agora eu vou te dar um exemplo de como a coisa é complicada. O objetivo é desmontar o cristianismo porque ele é contra o homossexualismo, mas há alguma errada com o homossexualismo?

    Me concentro unicamente no aspecto médico para não ter que discutir outros aspectos. Você já ouviu falar da relação entre cáries dentárias e doença cardíaca? As bactérias migram da infecção dentaria por via sanguínea e se instalam no coração causando pericardite.

    Pois bem o mesmo acontece com a relação anal, o ânus não foi feito para ser penetrado. Micro feridas fazem a escherichia coli entra na corrente sanguínea. A relação entre sexo anal e pericardite é um fato médico, mas é um fato escondido e muitas vezes falsamente refutado por grupos interessados. Outro fato médico: a percentagem de câncer de próstata em heterossexuais homens é de 1%, entre praticantes de sexo anal frequente é de uns 33%, a penetração anal contunde a próstata aos pouco que inflama com o tempo.

    Você acha que pessoas comuns vão ter tempo é mesmo querer saber todas as consequências médicas, todas as consequências filosóficas, éticas etc implicadas nisso? Não!

    Assim é muito mais fácil você salvaguardar o valor moral com censura.
  • Victor  25/01/2020 16:23
    "Agora significa você aceitar argumentação lógica que você conhece completamente as bases metafísicas da lógica aristotélica?"

    E desde quando precisamos de conhecer essa tranqueira para entender o básico: se perdemos a independência, perdemos a liberdade! Vide a minha situação problema...se deixarmos a janela aberta, o ladrão entra...se deixarmos a luz acesa, a conta de luz será cara! Situações reais (na percepção humana)

    Metafísicas da lógica aristotélica? Ela é verdadeira? O mundo metafísico é essencialmente lógico? "Se A então B" funciona lá? NÃO SABEMOS! ESPECULAMOS! E por faltar explicações factíveis PARA a mente humana (que chamamos de racionais... não quer dizer que são reais, mas não sabemos), TEREMOS CONFLITOS, que, provavelmente, serão INTERMINÁVEIS (a menos que o ABSOLUTO se revele) e PERIGOSOS (os riscos que eu sempre falo)

    Se "adotamos o princípio econômico", como você disse, é porque ele é, no mínimo, racional...se isso é insuficiente, não sabemos, mas é o que temos e é o que sabemos que pode afetar a nossa sobrevivência aqui na Terra... deixamos para cada indivíduo as incertezas...

    Claro, o meu sistema também precisa convencer...eu não convenceria nenhum iraniano com essa história...o ponto forte dele é a neutralidade que evita "potenciais conflitos"... lógico, nenhuma tirania vive para sempre...o povo pode escolher a tirania mas quando ela desmoronar (pelos conflitos), o povo vai junto (vide Síria)
  • Rodolpho  29/01/2020 15:29
    Percebo que você tem certa rejeição pela filosofia, mas acho que isso é porque te ensinaram coisa errada. A filosofia se baseia em princípios autoevidentes. Autoevidente não significa que a verdade dele se impõe, mas que se trata duma verdade necessária, ou seja, a verdade dele não vem de outra coisa, mas de si mesmo.

    Uma coisa interessante dos princípios autoevidentes é que eles não podem nem provados, nem refutados por via lógicas, ou seja, não são dedutíveis. Só é possível perceber, intuir (em sentido filosófico). Não é nenhuma mágica nem nada, mas uma espécie de abertura que deve ser treinada.

    Esse tipo de coisa você nunca vai apreender numa universidade. Nas universidades ensinam que filosofia é só pensar e interpretar textos.

    A lógica aristotélica vem da metafísica aristotélica e, os três princípios dela: identidade, não-contradição e terceiro excluído, são autoevidentes. A não percepção disso levou à criação de lógicas alternativas. As lógicas alternativas são válidas, mas não se referem ao mesmo plano do ser que a logica aristotélica, ou seja, criaram algo pensando que estavam refutando Aristóteles, mas não.
  • Victor  03/02/2020 21:07
    Rodolpho, este tipo de assunto, que envolve a liberdade das pessoas, envolve mais conhecimentos sobre guerra (combate, persuasão e dissimulação) do que sobre filosofia. Por mais racional que seja qualquer motivo racional, nenhuma pessoa irá aceitá-lo ,por livre e espontânea vontade, se esse motivo for contra o "próprio eu" dela.
  • Rodolpho  24/01/2020 23:12
    E outra coisa. Como eu disse o povo é guiado sempre por elite intelectuais. O povão não pensa por si mesmo. Se assim fosse não existiria movimento comunista, onde muitos são usados como massa de manobra. Todos seriam libertários.
  • Leandro C  24/01/2020 20:42
    "Skepic 23/01/2020 12:32
    Muito bem, esse trecho deixa claro que o catolicismo é incompatível com o libertarianismo. Mas basta analisar a Doutrina Social da Igreja para perceber que é muito pior do que isso."

    O catolicismo eu não sei, posto que parecem historicamente apreciar a união com o estado, tanto que chegaram a criar um para chamar de seu (o Vaticano); agora, as religiões, num geral, não apenas são compatíveis, como carecem da liberdade para sua plena expressão.
  • Rodolpho  29/01/2020 15:45
    Complicado. A separação entre Igreja e Estado é um princípio cristão. o altar não pode ser palanque e o palanque não pode ser altar. Igreja e Estado separados não significa que eles são coisas completamente sem relação alguma.

    A insistência da Igreja em validar o Estado tinha como preocupação as perseguições anteriores. É digno de notar que a Igreja no fim do Império Romano assumiu as funções do Estado, mas ela não queria isso. Ao longo da Idade Média a Igreja quer passar tais funções (segurança pública, por exemplo) ao Estado, mas ela não queria passar para um Estado que depois iria perseguir cristãos.

    Quando falo Estado me refiro à aristocracia militar da Idade Média.

    Mas a Igreja sempre lutou pela liberdade. O escravo romano sem direitos foi gradualmente transformado em servo da gleba (este tinha direito a ter família e deixar bens móveis) e, no final do processo ocorreu a libertação total. Mas isso foi onde ela teve mais influencia, na França. O processo era chamado de franquear (de franco) e até hoje a gente nomeia zona franca como um lugar livre e algum sentido. Ou seja o surgimento da burguesia e o fortalecimento do capitalismo foi responsabilidade direta do catolicismo.

    Até a Escola Austríaca deve sua existência à Escola Jesuítica de Economia do renascimento escolástico espanhol. Na época a Austria fazia parte da Espanha (por casamentos de aristocracia) e houve um forte intercambio entre Salamanca e Viena.

    A Igreja Católica quer liberdade, mas ela não quer a coisa vire bagunça. Por exemplo o malleus maleficarum (o famoso martelo da bruxas). Ele criado por um padre católico (numa época em que o clero era pouco instruído), mas Roma avaliou e imediatamente o colocou sob o 'index librorum prohibitorum' (o índice dos livros proibidos) não apenas pela suas heresias, mas pelos absurdos do livro que foi classificado como perigoso. Bem acontece que o livro caiu nas mãos dos protestantes e como eles tinham um governo central o livro foi ironicamente usado por eles e o resultado foi desastroso. O livro é misógino e várias mulheres foram mortas por besteira. No lado católico não problema porque o livro foi proibido para católicos.
  • Ex-microempresario  29/01/2020 21:01
    Que bonitinho, a igreja nunca quis mandar, ela só se aliava aos poderosos para "defender a liberdade". Até na França...

    Pena que na revolução francesa o "primeiro estado" que era a nobreza e o "segundo estado" que era o clero estavam unidos e coesos contra o "terceiro estado" que era o povo, o único que pagava impostos. Pena que a igreja pregava a obediência ao rei como obrigação de todos (e o rei retribuia concedendo privilégios à igreja). Pena que a igreja declarava guerras e convocava cruzadas. Pena que a igreja abertamente atuou como força política durante toda a Idade Média, a Idade Moderna, e até o século XIX.

    "A Igreja Católica quer liberdade, mas ela não quer a coisa vire bagunça"

    Ou seja, todo mundo é livre para obedecer às ordens da igreja e do estado. "Liberdade é escravidão", dizia Orwell. "Escravidão é liberdade", dizem as igrejas.

    Aproveito e peço uma fonte que diga que o Malleus Maleficarum foi colocado no index e quando. A informação que achei em uma googlada rápida foi da Enciclopédia Britânica, que diz:

    "The Malleus went through 28 editions between 1486 and 1600 and was accepted by Roman Catholics and Protestants alike as an authoritative source of information concerning Satanism and as a guide to Christian defense [against acts of Satan]."

    Claro que com o livro ou sem o livro a Inquisição católica perseguiu e matou do mesmo jeito que a protestante. Aliás, o último país a abolir a Inquisição foi a católica Espanha, em 1834.

    Último detalhe: Espanha e Áustria só estiveram "unidos", e mais na teoria do que na prática, durante as três décadas do reinado do imperador Carlos V, que herdou a coroa de ambos. Após a morte de Carlos, os impérios austriaco e espanhol seguiram separados e às vezes inimigos, embora as famílias reais fossem parentes.
  • Rodolpho  01/02/2020 02:58
    Ñ é tão simples. Em primeiro lugar parece haver continuidade entre os estados (clero, aristocracia e povo) da época da revolução francesa e a situação medieval em torno do ano 1200, mas ñ tem. Na época da revolução francesa a coisa já tinha mudado e muito, a aristocracia da época de 1200 é bastante diferente da época da revolução francesa. Antes ela tinha uma função autêntica, mas na altura da revolução ela era só um parasita.

    Inquisição tb é bastante complicado. Poucas pessoas sabem, mas houve três tipos de inquisição, inquisição católica, inquisição Imperial e inquisição protestante. Elas se relacionam de maneira complicada.

    Esqueça tudo q vc sabe sobre idade média. São esquemas ideológicos aprendidos na escola. Só lendo especialistas mesmo q vc vai ter alguma real do q foi a idade média. E enciclopédia tb enganam. Mesmo as mais famosas, já vi enciclopédias boas e conhecidas trazerem na definição de verbetes uma visão profundamente unilateral.

    O problema da inquisição se complica mais ainda quando sabemos q os hereges ñ eram simples mocinhos querendo levar a vida em paz, eles competiam crimes como arrastões e os condenados à morte tinham cometido crimes capitais.

    A própria Igreja é complicada. Diversas vezes Roma queria implantar reformas e esbarra em dificuldades colocadas pelos bispos do continente.

  • Christopher A. Ferrara  21/01/2020 23:36
    Segundo o regime americano da Primeira Emenda constitucional pró-liberdade, o Estado não deve agir em defesa da verdade contra o erro em assuntos de religião ou de Moralidade. A noção moderna (e idiota) de liberdade é que todos têm "o direito ao erro", até mesmo o direito a defender o assassínio de crianças no útero materno ou o "casamento" de pessoas do mesmo sexo.

    Ah! Mas não quando se trata de dinheiro! O absurdo do nosso regime de liberdade de expressão demonstra-se com um simples exemplo: Alguém que espalhe mentiras sobre o valor de um produto comercial, induzindo as pessoas a gastar alguns dólares a mais, pode ficar sujeito a penas civis e até criminais, inclusive a uma pena de prisão, por defraudar o consumidor. Mas alguém que propague mentiras sobre Deus e a Sua Lei, induzindo as pessoas a abandonar a Fé e a Moral, com consequências eternas infinitamente piores do que a simples perda de algum dinheiro, tem o "direito constitutional" absoluto de o fazer.

    Pior ainda: quem interferir com a promulgação de erros mortais para a alma é que se sujeita às penalidades da lei, incluindo a prisão.

    Este regime escandaloso é ainda mais ofensivo na Quadra Natalícia. Por exemplo, em Boca Raton, na Flórida, uma estação local de TV relatou que, entre uma árvore de Natal e um presépio, que fazem parte de uma "exposição festiva" em propriedade pública, um adorador de Satanás ergueu um "grande pentagrama em que se lê: 'Confiamos em Satanás', 'Celebremos o Solstício de Inverno' e 'Viva Satanás, e não os deuses'."

    O autor desta atrocidade é um tal Preston Smith, professor das escolas públicas de Palm Beach — parte do sistema de educação pública que funciona como um vasto seminário de conformismo que fabrica robots obedientes que repetem automaticamente os slogans do modernismo político, como "todos têm o direito ao erro" e "o que é verdadeiro para si não é necessariamente verdadeiro para os outros."'

    E segundo o nosso regime de "liberdade de expressão" sem restrições, ninguém pode fazer nada sobre a exposição satânica num espaço público, em Boca Raton ou em qualquer outro lado. Como esclareceu o Supremo Tribunal no processo Lynch v. Donnelly (1984), a montagem de um Presépio num espaço público só pode ser tolerada se fizer parte de uma "exposição festiva", juntamente com outros símbolos festivos, tais como (nesse caso) renas de plástico, ou (neste caso) uma exposição satânica apelando à celebração do Solstício de Inverno. O Supremo Tribunal conclui que estas exposições mistas têm uma "finalidade secular" que não viola a Primeira Emenda, que proíbe o "estabelecimento" da religião por parte do Governo.

    Todavia, num caso posterior, Condado de Allegheny v. União das Liberdades Cívicas Americanas (1989), o Supremo Tribunal decidiu não ser permissível um Presépio dentro do tribunal do Condado, com uma inscrição que dizia "Glória a Deus pelo nascimento de Jesus Cristo", mas não tinha as tais renas de plástico do regulamento nem outros símbolos de neutralidade, como uma árvore de Natal ou uma Menorah. Mas o Supremo Tribunal, coçando o seu queixo colectivo, decidiu que uma exposição do lado de fora do tribunal, com uma Menorah, uma árvore de Natal e um cartaz a celebrar a Liberdade tinha um propósito suficientemente secular para passar no exame da Constituição.

    Em suma: o Estado não deve favorecer Cristo sobrepondo-O a Satanás, nem na Quadra Natalícia. Nem deverá permitir qualquer enfeite e/ou exposição de Natal que possa fazer passar, de facto, a mensagem de que Cristo é Deus Incarnado e o Salvador daqueles que n'Ele acreditam, ou que Satanás é o próprio mal corporizado, a cujas obras devemos renunciar. Deus e o demónio têm os mesmos "direitos", de acordo com a Primeira Emenda.

    Claro que sabemos o resultado final desta loucura: Quando o bem e o mal são colocados em plano de igualdade perante a lei, o mal prevalecerá na sociedade civil. Foi isto que o Papa Leão XIII apontou em 1888 na sua encíclica fundamental sobre a verdadeira natureza da liberdade humana:

    "Se for concedida a todos uma liberdade de expressão e de escrever sem entraves, nada restará que seja sagrado e inviolável; nem serão poupados os mandatos mais altos e mais verdadeiros da natureza, justamente considerados como o património comum e mais nobre da raça humana. Deste modo, sendo a Verdade gradualmente obscurecida pelas trevas, o erro pernicioso e multifacetado, como muitíssimas vezes acontece, facilmente prevalecerá."

    O Papa Leão XIII descreveu a situação exata em que o Ocidente que já foi cristão se encontra agora: o mal triunfou, enquanto que a verdade é denunciada e até processada criminalmente como "expressão de ódio". E os nossos dirigentes políticos, e até religiosos, portam-se como "majorettes desmioladas" para aquela mesma loucura que está a destruir a nossa civilização e a levar almas sem conta para um naufrágio eterno.

    E a Mãe de Deus, que previu tudo isto… Foi por isso que Ela apareceu em Fátima, para ter a certeza de que se daria a Conversão da Rússia e o Triunfo do Seu Imaculado Coração. Mas, à medida que nos aproximamos do centenário destas Suas mais significativas Aparições na terra, não podemos deixar de temer as consequências, que já pairam sobre nós, de não ter a liderança da Igreja atendido aos Seus pedidos urgentes.


    Texto traduzido de archive.fatima.org/perspectives/oc/perspective914.asp
  • Fernando  22/01/2020 14:00
    Deus não existe meu caro. Desencana dessa kkkkkkkk
  • Victor  22/01/2020 15:41
    Ou a racionalidade humana não consegue compreender a Sua existência...até no Porta dos Fundos tem um episódio que era assim: "o carinha morria, pensando que o Divino não existia, e, de repende, estava cara a cara com Ele sendo julgado kkkkkk
  • Fernando  22/01/2020 16:54
    Se ele existisse, e no final me julgasse mal só pq eu não acreditei nele, sendo que passei a vida fazendo boas ações, então me desculpa, mas ele é um tremendo fdp
  • Victor  22/01/2020 22:14
    Essa sua lógica de "se x, então y" também não passa de um "racionalismo humano"... talvez, no Céu, a lógica pode ser "se abacate, joinha 125673" e o "se x, então y" pode ser a coisa mais absurda que existe!
    Tem uma escola que propõe que todas as funções da mente humana foram derivadas das primitivas experiências humanas e que elas permaneceram porque, evolutivamente, eram mais viáveis. Ex: o sentimento de pena foi útil para que os humanos fossem mais solidários, fortalecendo o bando e aumentando as nossas chances de sobrevivência... Agora, a espécie racional do planeta Zok pode ser uma espécie mais solitária, sem a necessidade de formar bandos e, assim, pode não sentir pena de ninguém!!! Agora, imagine a complexidade dos elementos da racionalidade Divina?
  • Fernando  23/01/2020 13:31
    Entendi sua linha de raciocínio, mas pelo menos concorda comigo que supondo que deus exista, ele não é esse deus aí que os cristãos propagam? Pode ser algo como você falou, algo além da racionalidade humana, porém repito, esse deus nesses moldes criados pelo humano aí não existe.
  • Victor  23/01/2020 14:17
    Ele pode ser o Divino cristão ou o asteca ou o macuxi ou todos eles juntos ou nenhum! A fé é uma questão individual e eu, católico, não posso obrigar nenhum islâmico a ser católico... por não ter como provar, racional-humanamente, se eu estou certo ou errado, o islâmico nunca iria aceitar essa imposição: conflito interminável...eu posso tentar convencer
  • Luiz Carlos Cezar  22/01/2020 00:02
    É por isso que a Igreja Católica condena o liberalismo.

    No lugar das figuras divinas, faça um simples exercício: coloque sua mãe como prostituta, seu pai como gay, seus irmãos como gays e suas irmãs como prostitutas e todos os seus amigos como vagabundos imprestáveis.

    Aí te pergunto: gostou de trocar algo infinitamente valioso por sua família, ou seja, ao invés de ofenderem Deus Todo Poderoso, coloque sua família no lugar e veja se é bom ou ruim.

    O liberalismo é uma desgraça que cega o homem moderno que, no fim, vê uma desgraça ofensiva e acha que é normal.
  • Ex-microempresario  23/01/2020 21:58
    Que igrejas não gostam de liberdade não é novidade nenhuma.

    Qualquer um que tenha estudado a história da humanidade sabe disso.

    Só por curiosidade, você já visitou o Museu da Inquisição? Houve exposições no Brasil uns anos atrás.
  • Consagrado  24/01/2020 00:38
    Não sei quanto a ele, mas quando estive nos EUA eu fui no Memorial das Vítimas do Comunismo pra ver as homenagens às vítimas dos ateus militantes.
  • Ex-microempresario  24/01/2020 20:15
    Dica:

    Nem todo ateu é comunista, nem todo comunista é ateu.

    (Sei que é difícil idéias entrarem em cabecinhas "consagradas", mas pelo menos tentei)
  • Consagrado  25/01/2020 07:16
    Com toda certeza, e nem todo cristão é inquisitor.

    E só pra constar, dentro do Comunismo existe uma coisa chamada ateísmo militante (derivado do materialismo histórico). Só fazer uma breve pesquisa para saber que uma parte considerável das mortes em países marxistas, foram causadas por isso.
  • Luiz  28/01/2020 10:54
    Infelizmente foi assim, os líderes ateístas poderiam ter tratado essa questão com mais humanidade tentando governar considerando o ser humano tendo valor e o bem social evitando assim a fome e desgraça para as pessoas e percebendo que o socialismo não daria certo mudar de planejamento econômico e político e se manterem ateístas ou agnósticos. Agora fiquei com uma dúvida: o que diz o materialismo histórico? Fala que o mundo é apenas materialista ou ensina a ser intolerante com as pessoas?
  • José Eduardo  22/01/2020 03:10
    A permissão de tão ampla liberdade de expressão sustentada no direito de propriedade de coisas tangíveis me parece uma simplificação inadequada da experiência humana. A propriedade pressupõe deter o domínio sobre alguma coisa e coisas podem ser materiais e imateriais. Se eu sou proprietário da minha dignidade (coisa imaterial) e ela sofre uma agressão por parte de alguém, eu julgo ter o direito de reagir a essa agressão antes e depois da sua efetivação. O mesmo vale para o direito autoral imaterial sobre uma obra científica ou artística que vier a ser expropriada por outra pessoa. O próprio direito de expressão é um direito imaterial e, portanto, por essa mesma lógica não poderia ser objeto de propriedade e valoração ou alguém já mediu ou pesou ou embalou ou transportou o direito de expressão de alguém? O direito de propriedade é fundamental mas não é o único, pois isso significaria reduzir a existência ao ter, como se não existisse o ser... Você pode não concordar que 1 + 1 = 2, ou mesmo discordar da lei da gravidade ou da lei da oferta e da procura, da crença religiosa de alguém em Jesus ou da crença econômica de alguém em Mises, mas embora esses conceitos sejam imaterais eles devem ser seriamente considerados e respeitados. De acordo com a segunda lei da termodinâmica que trata da entropia, todos os sistemas físicos (e socias) tendem naturalmente para a desorganização (anarquização) e a evolução humana se estabelece pela criação da organização.
  • raphael  22/01/2020 05:42
    fazer um maome bixa nao fazem neh
    num pais realmente livre nao deve existir mercado reservado pra conteudo nacional como acontece com a tv
    a partir do momento que obrigam as empresas a disponibilizarem conteudo produzido por aqui abre essa janela de porcarias lacradoras que jamais teriam publico pra se financiarem caso o conteudo estivesse puramente a crivo do consumidor, qualquer necessidade de concorrencia eh qualidade foi jogada pra escanteio
    sem contar que a maioria das vezes esse conteudo vem produzido e distribuido com "incentivos" de federacao e estados, ou seja, me garante que nosso dinheiro nao ta no bolso do "jesus gay" pra depois dizer o que eu devo "escolher assistir"
    e eh completamente nojento que a minha liberdade de pensamento seja usada como carterada pra um playboyzinho puxa-saco mamador de estatista ganhar dinheiro
    deveria eh ta discutindo a liberdade de soca um imbecil desses fala serio brasil nunca vai sair da mediocridade
  • Drink coke  22/01/2020 11:17
    Marcelo D2 disse que tinham que tatuar uma suástica na testa de cada liberal, se fosse alguém da direita diriam que é discusso de ódio e intolerância, mas como é um "intelectual" da esquerda passou batido pela mídia
  • Victor  22/01/2020 14:50
    Parabéns ao site! A minha fundamentação à favor da liberdade de expressão é a seguinte: Da mesma forma que os religiosos censuram o "Porta dos Fundos", um culto religioso pode, no futuro, ser censurado (qualquer coisa, inclusive as passagens da Bíblia, pode ser considerada ofensiva)...nunca irá faltar motivos, principalmente porque o poder da censura é muito útil para o censurador (provavelmente um político)...Mas não é a moral "quem com ferro fere com ferro será ferido", é uma questão de "riscos" que podem se tornar incontroláveis (é incontrolável a escolha, pensamento, do critério de definição, do censurador, sobre o quê é ofensivo ou não e quais são as intenções)....Sem falar que as religiões poderão ser as maiores vítimas da censura pois os seus fundamentos são irracionais (não quis dizer que são burros), ou seja, estão fora do alcançe da "racionalidade humana" (mas mesmo assim pode ser reais...O Divino pode existir): COMO DEFENDER UM FUNDAMENTO IRRACIONAL (repito, não quis dizeer que são burros) PERANTE UM JUIZ QUE SÓ ACEITA FUNDAMENTOS RACIONAIS (nossso governo positivista)...A censura é como uma arma que saiu da "Caixa de Pandora"
  • Victor  22/01/2020 19:06
    *Um "pode" e outro "pode" errados aê... escrevi com pressa
  • Rodolpho  24/01/2020 15:07
    O problema é que você cai no mesmo erro dos libertários. Acreditar que só existe a dimensão econômica na sociedade. Neste sentido libertários e marxista estão na mesma curva porque acreditam que economia tudo explica. O problema que você colocou não tem solução e, nesse sentido você também está sendo um pouco revolucionário no sentido de acreditar num mundo perfeito. Não há arranjo que vá resolver de uma vez por todas esse problema.

    A visão libertária depende de uma cosmovisão. Agora vamos supos uma liberdade irrestrita. Em primeiro lugar haverão sempre pessoas que serão contra essa cosmovisão. Vamos supor agora que essas pessoas resolvam fazer campanhas contra a visão libertária. É fato que a maioria das pessoas não compreende os fundamentos filosóficos de sua própria liberdade. E isso não se resolve com educação. Se você for estudar história da filosofia você vai ver como a decadência pode ir se instalando aos pouco mesmo num meio de pessoas capazes.

    Quem vence a batalha? As pessoas que não compartilham da visão libertária podem não concordar com propriedade privada. e podem conseguir recursos com fraude etc. Podem usar de mentiras, enganações... é a história do comunismo. Elas irão conseguir muitos mais adeptos para elas do que os libertários porque a mentira é fácil e breve.

    Pronto! O palco está armado para um revolução.

    A Igreja Católica impõe restrições à liberdade para proteger pessoas que não compreendem os fundamentos de sua própria liberdade. Ao mesmo tempo a Igreja Católica precisa também compreender melhor seu papel na manutenção da cultura. Por exemplo, eu sou católico tradicional, mas sou a favor da lei do divórcio. Aí você vai pensar: como isso é possível? Simples! Casamento indissolúvel é possível por meio do Espírito Santo e unicamente por ele. O Estado não tem nada a ver com isso. A Igreja não pode se garantir com o Estado porque viver um catolicismo forçado é o mesmo que não ser católico. Isso é teologia.

    Mas é o que eu falei. Não tem solução mágica. Qualquer arranjo terá seus problemas.
  • Gustavo Diniz  22/01/2020 17:01
    Parabéns pelo artigo.

    Tenho uma dúvida que surgiu durante a leitura.

    Se formos analisar a questão de propriedade privada, seria factual sobre o aspecto do nosso próprio corpo, inerente a natureza que nos rodeia. Se observarmos pelo aspecto material, o sentido de propriedade privada é bastante questionável, já que, não tenho 100% direito frente a este, podendo no caso, o Estado, realizar ações de coerção, atacando minha propriedade que considero privada. Se existe um limite expresso sobre o tal, como ficaria a liberdade de expressão do indivíduo, com poder limitado? Desculpe se não fui claro ou a pergunta é idiota.
  • Juliano  22/01/2020 19:27
    Você simplesmente demonstrou que o estado é o grande violador da propriedade privada, algo que este Instituto sempre explica em seus artigos.
  • Leigo  22/01/2020 17:24
    "Finalmente, o segundo limite à expressão é a ameaça iminente de agressão física, um ódio prestes a descambar para as vias de fato de forma manifesta e presente. Exemplo prático: se João jura Pedro de morte ou promete agredi-lo fisicamente, João está, de livre e espontânea vontade, deixando explícito que irá ou retirar a vida de Pedro ou atentar contra a propriedade de Pedro (seu corpo). João, o agressor, está de livre e espontânea vontade confessando sua intenção de matar ou agredir Pedro."

    Ser nazista não pressupõe uma ameaça iminente de agressão física aos não arianos? Afinal, ser nazista não é apenas enaltecer a raça ariana, é uma ameaça iminente de agressão física contra os não arianos. Ou estou errado?

    Eu diria que em vários casos o racismo não chega ao ponto de uma ofensa física, mas fazer parte de um grupo como a KKK que fazia atos de terror contra negros, não é o mesmo que uma ameaça iminente de agressão física?
  • Alfredo  22/01/2020 19:25
    Questão de propriedade privada (sim, sempre voltamos a ela). Na sua propriedade, você tem o direito de expor bandeiras nazistas e comunistas, organizar marchas etc. Em propriedades públicas, não.

    É realmente tão simples quanto isso.
  • anônimo  22/01/2020 20:02
    Não é tão simples assim. Isso é válido para propriedades como casas e comércios (em que a função primária não é essa e o dono só permite o que deseja), mas em uma rede social, que se propõe em permitir variadas discussões, é censura.

    O Raphael do Ideias Radicais ainda não entendeu que censura é não permitir que determinadas ideias sejam veiculadas, independe que seja pelo Estado ou pelas redes sociais. Mas vai entender rapidinho quando for banido pelo menos uma vez sem justificativa lógica.
    E não, não quero que o Estado intervenha nessa censura (que só pioraria a situação), só estou dizendo que a lógica de "propriedade privada" não funciona pra casos em que a função declarada da instituição seja discutir e se expressar. Isso sem falar na quebra de contrato explícito em vários casos e regras arbitrárias como 'discurso de ódio'.
  • Eduardo Neto  22/01/2020 20:22
    Na internet não existe propriedade privada pois não é um espaço fisico, é claro que existem donos do dominios que estão na rede, mas em teoria nehum discurso de propriedade privada serve para internet, no caso o site mises.org.br seria digamos assim "propriedade privada" ou seria um "local publico", não entendo muito bem como esse conceito de propriedade privada se aplicaria na internet.
  • Alfredo  22/01/2020 20:31
    Não muda nada. Internet é como se fosse um jornal ou uma revista. No seu site ou blog você publica o que quiser, mas não tem nenhum direito de publicar coisas em sites ou blogs alheios. Qual, realmente, é a dificuldade?

    Este site, por exemplo, publica o que quiser. E não tem obrigação nenhuma de aceitar comentários malcriados, pois o site é propriedade privada. Eles têm todo o direito de só aprovar os comentários que quiserem, e não estarão incorrendo em incoerência nenhuma.
  • anônimo  22/01/2020 22:07
    "Internet é como se fosse um jornal ou uma revista"

    Não, não é. Um site como o IMB essa lógica é válida porque o princípio do site é divulgar ideias libertárias, mas numa rede social essa lógica não é válida porque o princípio proposto é se expressar e discutir. Ao restringir discursos, a livre expressão já foi pro vinagre e a rede social está cometendo censura.

    E como já falei, se as regras fossem claras, até estaria ok, mas nunca é o caso. A justificativa "discurso de ódio" pode ser usada pra enquadrar praticamente qualquer coisa, até a negação do Holocausto ou falar sobre as diferenças científicas entre os sexos.
  • Drink Coke  22/01/2020 20:55
    "Na internet não existe propriedade privada pois não é um espaço fisico"

    Tecnicamente há um espaço físico sim. Os dados da página estão amarzenados em algum servidor e esses dados estão materializados dentro da memória do computador. Então, o espaço do site é uma propriedade privada, ainda que sua substância seja diferente do que é em outras propriedades.
  • Lucas Lima  22/01/2020 19:21
    Excelente artigo!!!!! Muito bom ter páginas como essa que nos incentiva todos os dias ao hábito da leitura e do aprendizado par formação de ideias próprias!!!
  • Eduardo Neto  22/01/2020 20:12
    Tem algumas duvidas se alguem souber, segundo a visão libertária calunia e difamação são crimes ou são permitidos?
    Apologia ao odio ou ao nazismo seriam considerados crimes ou estaria permitida na liberdade de expressão?
  • Lucas Lopes  22/01/2020 20:38
    "Apologia ao odio ou ao nazismo seriam considerados crimes ou estaria permitida na liberdade de expressão?"

    Ué, o que mais tem hoje é sites, revistas, partidos políticos e professores universitários defendendo abertamente o comunismo e o extermínio de "capitalistas", "reacionários" e "burgueses". E há também um bando de sites feministas estimulando o ódio ao (e a extinção do) do homem branco e heterossexual (que é rotulado de "estuprador"). Nada acontece com eles. Por que esse discurso de ódio é perfeitamente tolerável e aceito, mas o nazismo não? Qual a diferença em termos de ideias propagadas?

    Por que devemos tratar a foice e o martelo da mesma maneira que tratamos a suástica

    Por que o comunismo não é tão odiado quanto o nazismo, embora tenha matado muito mais?
  • Estado o Defensor do Povo  22/01/2020 21:58
    Lucas Lopes, você não respondeu a pergunta do cara, mas vou tentar responder, NA MINHA VISÃO, que creio que seja libertária, fazer apologia ao nazismo e outros ideais genocidas é crime sim, por mais que não seja uma ameaça direta (exemplo: "vou te matar"), é uma ameaça ainda ("vou matar os judeus", não especificando de que judeu se trata, ficando um negócio vago), se o seu "nazismo" for só do tipo:"judeus são inferiores, judeus são malvados, judeus são incapazes", nesse caso não é crime, pois não ameaça a propriedade de ninguém, apenas os inferioriza, MAS ISSO NÃO QUER DIZER QUE ISO SEJA LEGAL, tem que ser resolvido.
  • Edson  22/01/2020 23:19
    "segundo a visão libertária calunia e difamação são crimes ou são permitidos?"

    Já discutido aqui:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=3214&comments=true#ac246880
  • Revoltado  23/01/2020 16:14
    Ué, o que mais tem hoje é sites, revistas, partidos políticos e professores universitários defendendo abertamente o comunismo e o extermínio de "capitalistas", "reacionários" e "burgueses". E há também um bando de sites feministas estimulando o ódio ao (e a extinção do) do homem branco e heterossexual (que é rotulado de "estuprador"). Nada acontece com eles.

    === Fato! Teve uma youtuberzinha ridícula que fez um vídeo generalizando sobre o comportamento masculino e não ouvi nada a respeito dela ser processada ou mesmo a plataforma em tela impor restrições quanto ao conteúdo do vídeo. Além do quê, tempos atrás, a apresentadora Maísa escreveu uma declaração a seu namorado pelo Twitter e nele dizia que "mesmo sendo ele um homem, ela o amava", contando com o apoio massiço de milhares de ressentidas dedo-podre que poderiam relacionar-se com outras fêmeas, dado o desprezo que têm pelos homens. Quê ocorreria, se um rapaz famoso escrevesse que ama a namorada "apesar dela ser mulher"? O inferno começaria ao mesmo em contagem regressiva...
  • Rene  22/01/2020 20:59
    Sempre vejo libertários definindo como agressão apenas a agressão física, seja ao indivíduo ou à propriedade privada deste. Mas ainda tenho dúvidas a este respeito (É dúvida, não precisa jogar pedras).

    É difícil definir a reputação como propriedade privada, pois esta não é um patrimônio objetivo, tal como uma casa, um carro, ou mesmo dígitos em uma conta bancária. Entretanto, é fato que a reputação leva tempo para ser conquistada, demanda esforço e pode ser atacada. E é fato que a perda da reputação pode implicar diretamente em perda financeira.

    Dito isto, imagina que um indivíduo odeia uma outra pessoa e tem a intenção real de causar o maior dano possível a esta. Se o indivíduo partir para a agressão física, ou destruir o patrimônio de seu desafeto, pode sofrer consequências imediatas. Ofender publicamente até pode causar algum desconforto no desafeto, mas não é muito efetivo. Por outro lado, atacar a reputação da pessoa com mentiras, falsas acusações, etc, pode causar um dano real. Se o indivíduo tem recursos financeiros, então as chances de este fazer isto de maneira eficaz são bem maiores, pois ele poderia, por debaixo dos panos, pagar alguém para espalhar boatos falsos enquanto ele mesmo não suja as mãos. Pelo menos ao meu ver, se é permitida a agressão à reputação alheia sob bandeira de defesa da liberdade de expressão, automaticamente se cria um incentivo para que pessoas sem muita ética façam isso.

    Uma coisa é um especial de natal que ofende os cristãos. Por mais que o especial embrulhe o estômago qualquer cristão devoto, ninguém com mais de dois neurônios vai acreditar que o especial de natal é verídico. No máximo, a Netflix conseguiu propaganda gratuita, alguns abaixo assinados raivosos e uma porção de pedidos de cancelamento. Vida que segue.

    Por outro lado, imagina que é feito um documentário (ou uma série de reportagens) falando de uma pessoa, com nome, sobrenome e CPF, e associando o mesmo a diversas acusações falsas de crimes. Imagina que eles mostrem testemunhas falsas, provas forjadas, etc. Mesmo que a pessoa que sofreu as acusações consiga reverter o impacto negativo, até provar que focinho de porco não é tomada, vai sofrer um bom dano. Neste caso, quem fez a falsa acusação não poderia simplesmente argumentar que não atacou a propriedade privada do coitado do acusado? Que estava simplesmente exercendo sua liberdade de expressão e mostrando a sua versão dos fatos?
  • Régis  22/01/2020 23:29
    Isso já existe corriqueiramente no mundo ao seu redor. Vá morar em qualquer cidade do interior e o que mais tem ali é fofoca maldosa, principalmente de mulher falando de outra mulher, e de um concorrente denegrindo outro concorrente.

    Na minha cidade mesmo (60 mil habitantes), os principais donos de postos de combustíveis (aqueles que cobram mais caro) espalharam a calúnia de que um determinado posto (exatamente o que cobrava mais barato) estava batizando a gasolina e o diesel. A notícia se espalhou. E o que o caluniado fez? Nada. Mas eu e todos os outros clientes que sempre abastecemos nele, e que nunca tivemos problema nenhuma, simplesmente nos encarregamos de desmentir o boato. Simples assim. Ele manteve a clientela.

    Infelizmente, isso é do jogo e da natureza humana.


    P.S.: aliás, cazzo, existe pessoa mais caluniada que o Bolsonaro (e olha que nem simpatizo com ele)? Chamam o sujeito de nazista, de fascista, de assassino de Marielle, de miliciano, de matador de gays, e o escambáu. Imagina se ele saísse metendo processo em todo mundo? Seria mais rico que Bill Gates...
  • Revoltado  23/01/2020 16:07
    P.S.: aliás, cazzo, existe pessoa mais caluniada que o Bolsonaro (e olha que nem simpatizo com ele)? Chamam o sujeito de nazista, de fascista, de assassino de Marielle, de miliciano, de matador de gays, e o escambáu. Imagina se ele saísse metendo processo em todo mundo? Seria mais rico que Bill Gates...

    ==== Mais rico que o William Henry Gates? Duvido bastante!
    O Judiciário é vermelhaço e neste cenário hipotético o presidente acabaria é tendo de indenizar seus acusadores de tal maneira que se tornaria adepto do nudismo, dado que mesmo sua roupa íntima iria à penhora. Ele teria boas chances, quiçá... em algum país "miniarquista", digamos.
  • Raphael Chagas  22/01/2020 21:10
    Admiro pacas, até hoje, os autores da E.A. quando o assunto é Teoria Econômica, e já vivi a fase de ficar um tanto fascinado com Mises, Hayek, Rothbard e Hoppe, inclusive quando se tratava da fundamentação filosófica da visão desses autores. O livro "Uma teoria do socialismo e do capitalismo", do Hoppe, particularmente me deixou muito impressionado quando eu o li, 5 anos atrás, além de outros que ainda fazem parte da minha bibliotequinha. Mas... passou. É incrível perceber que os liberais de hoje em dia ainda estão presos a uma visão um tanto juvenil do homem, da sociedade, das questões morais, etc.

    Diga a um liberal que só é possível discutir questões morais a partir de uma verdadeira antropologia filosófica (saber o que é o homem, o que é a natureza humana), e esta a partir da metafísica (qual é o fundamento do ser; o que é o espectro de potências determinado por cada categoria de ser; a definição ontológica do ente de acordo com as 4 causas; etc.), e ele olhará para você como um marxista te olha quando você mostra um livro do Mises.

    Diga a um liberal que a liberdade de expressão logicamente deve ser limitada – para além das coisas que o Hélio diz no texto –, e ele arregalará os olhos em espanto. [Ora, qualquer um que já tenha escapado da tentação reducionista e alienante do individualismo metodológico percebe sem dificuldade que o caráter social/político do homem condiciona a fruição de sua liberdade ao bem comum, à vida virtuosa na comunidade, para que se criem as condições de florescimento e de busca da felicidade dentro do organismo social de acordo com os fins aos quais a natureza humana está intrinsecamente ordenada.] Aliás, diga a um liberal que o limite da propriedade é o bem comum e... ele provavelmente já terá te deixado falando sozinho antes de você completar a frase.

    É preciso dizer ao liberal que o próprio fundamento ontológico da liberdade é algo anterior e superior à mera capacidade de escolher entre isto e aquilo, e que a verdade – coluna fundamental da liberdade – tem certo aspecto "comunitário" (deve estar a serviço do bem comum, e não sujeita a eventuais caprichos pessoais conflitantes com este). Mesmo a hobbesiana/lockeana "liberdade negativa" não será verdadeiramente exercício virtuoso da liberdade se não se direcionar ao bem e à verdade. A liberdade, ligada à razão e ao dever, jamais será um fim, mas apenas um meio a ser disposto com prudência com vistas a alcançar certos bens (que são, estes sim, fins). A visão rasa e mutilada dos liberais sobre a liberdade acaba abrindo a porteira para que, por exemplo, a comunidade política mude as leis a torto e a direito, com base em critérios muito subjetivos e mero voluntarismo, independentemente da bondade ou maldade intrínseca dessas leis.

    Sidney Silveira: "(...) uma sociedade em que nada é censurável está fadada à autodestruição". É preciso também dizer ao liberal que a censura (cuja raiz etimológica está relacionada às ideias de "julgar", "avaliar") pode ser benéfica, numa visão de que a circulação livre de certas ideias – ou práticas – é nociva ao homem e à sociedade. Entretanto, claro, fica muito difícil um liberal entender isso, totalmente desgarrado que é (como diria o próprio José Guilherme Merquior, por exemplo) da ética cristã do Sumo Bem. O "individualismo moderno", somado a uma ingenuidade política incrível (o que leva alguém a acreditar que o absolutamente insosso e juvenil João Amoêdo teria alguma condição de entrar na briga anti-revolucionária com condição de vencer em todos os "fronts"?), é uma cobra que engole o próprio rabo. Como disse Olavo de Carvalho num texto de 13 anos atrás: "O liberalismo é um momento do processo revolucionário que, por meio do capitalismo, acaba dissolvendo no mercado a herança da civilização judaico-cristã e o Estado de direito".

    Em tempo: O que o Centro Dom Bosco fez obviamente não foi censura, no sentido negativo do termo, mas simplesmente um movimento plenamente razoável juridicamente e esperado moralmente de um dos bastiões ativos da cristandade no Brasil. Todos cometemos (muitos) erros, mas o erro e a relativização da verdade, em si mesmos, não "têm direitos", não podem ser colocados em plano de igualdade (jurídica ou de outra natureza) com o bom, o justo, o verdadeiro.

    O Liberalismo, ao fim e ao cabo, infelizmente é apenas uma ideologia, fruto de uma cosmovisão um tanto descasada da realidade, na esteira de uma decadência filosófica em relação ao que de mais elevado se produziu na antiguidade clássica e na escolástica. Dessacralize as relações humanas e o próprio homem, reduzindo-o a uma simples máquina de produzir, consumir e concretizar vontades, e as consequências políticas e culturais serão desastrosas – como têm sido, de fato, em progressão assustadora há alguns séculos. Deixemos o Porta dos Fundos publicizar ideias más ao ponto de cometerem crimes e estaremos abrindo mão de preservar os aspectos de unidade, retidão e equilíbrio necessários ao desenvolvimento maduro e sadio de qualquer sociedade.
  • Leitor Antigo  22/01/2020 23:17
    Fez essa logorreia toda só pra tentar justificar que você defende a censura estatal? Da próxima, tenha mais hombridade e apenas admita abertamente — sem rodeios, embromações e frescuras — que você defende que políticos e burocratas tenham o poder de escolher o que você e outros podem ou não podem ver.

    Com efeito, quando um eventual governo petista (ou psolista) censurar um programa religioso sob a desculpa de que o pregador é "homofóbico" (inclusive mandando-o para a cadeia pelo crime de "intolerância religiosa", algo que você defendeu veladamente em seu comentário), você, por coerência, terá de apoiar.

    É deprimente ver um marmanjo se rebaixar a isso.
  • Raphael Chagas  23/01/2020 02:39
    Leitor Antigo,
    como você, com toda a sua hombridade, parece não ter lido, não ter entendido ou deliberadamente ter distorcido o que escrevi (viva a pluralidade de ideias, hmm?!), vou responder, já que algum desavisado pode levá-lo a sério.

    Se você tivesse tido só um pouquinho mais de boa vontade (em vez de se apressar pra responder, coisa típica de adolescentes ou de quem vive numa bolha de pretensa autossuficiência), teria se tocado de que parte do meu ponto é justamente que esse tipo de "censura estatal" a que você se refere de forma geral – a proibição absolutamente arbitrária, desarrazoada e, portanto, autoritária – NÃO É a que está em questão aqui. É que, claro, sua visão sobre ética, sobre a natureza e o papel do estado e sobre a própria ideia de censura é, dentro do quadro que eu tentei pintar no comentário, muito limitada. [Na sua ingenuidade, você nem percebe que, por exemplo, só há tipificação penal de condutas que foram CENSURADAS pelo estado, na sua função de ratificador das normas de conduta social que, em consonância com a Lei Natural, visem ao bem comum. Um dia, quem sabe, você entenda a obviedade da frase do prof. Sidney que eu citei no comentário.]

    Sobre o exemplo proposto: é sério que eu preciso explicar o absurdo de um governo socialista proibindo um programa religioso, ainda mais num país de raiz profundamente cristã? Prefiro nem comentar. Aliás, nesse exemplo hipotético, o primeiro absurdo já é a própria presença de PTistas ou PSOListas no poder, coisa que sempre pode vir (ou voltar) a acontecer em função do resultado prático das SUAS ideias, não das minhas. De certo modo, a profusão de ideologias nefastas que afundam o ocidente desde o final do século XVIII tem origem, na esfera político-cultural, na porteira anticristã e anticomunitarista escancarada pelo Liberalismo. Como diria o Bruno Garschagen: "Não é a política, não é a economia. É a cultura, estúpido!".

    Não querer sair da bolha liberal pra ganhar um aprofundamento na filosofia conservadora e cristã, ok, escolha sua. Só não espere que a literatura liberal te leve a entender o porquê de os conservadores cristãos – aqueles marmanjos "censuradores" e sem hombridade – terem erguido a civilização ocidental em TODOS os aspectos e serem, até hoje, o muro de resistência antitotalitarismo mais forte e mais eficaz por aí.

    Pra fechar:
    1) releia meu comentário original com calma. Não, eu não espero que você saiba do que eu estou falando: o objetivo do comentário é justamente botar na mesa uma visão diferente do que normalmente se encontra aqui. Como disse, já estive mergulhado em Liberalismo e Escola Austríaca, mas depois disso eu me rendi, naturalmente, a um universo bem mais aprofundado de conceituação filosófica sobre um monte de coisas que os liberais simplesmente nem sabem que existem. [E por isso mesmo rebatem de pronto e superficialmente, exatamente como você fez, corroborando o que disse e dando vida àquela fala do Superman: "As pessoas odeiam o que elas não entendem".];
    2) se isso ainda for, contudo, pra você, uma disputa pra ver quem é o marmanjo com mais hombridade, então pegue sua "tolerância" e seu "respeito ao pluralismo de ideias" e vá lá aplaudir o Macri por ter estendido o tapete para a volta do kirchnerismo, ou o Amoêdo por ser membro da Casa das Garças (aquele ANTRO de esquerdistas)...
  • Victor  23/01/2020 02:13
    De qual metafísica que se tira o "fundamento do ser"? da Aristotélica? da Cristã? da Marxista? da Pragmaticista? E por que, por ser supostamente "a verdadeira", ela deve fundamentar os nossos direitos? E por que precisamos de "fundamentar o ser" ou de conhecer "o tal espectron" para fundamentar os nossos direitos? Como podemos conhecer a "veracidade" da sua metafísica? Ou será que a sua metafísica, que deve fundamentar os nossos direitos, é apenas um sistema fechado, um conjunto de regras ("...deve estar a serviço do bem comum, e não sujeita a eventuais caprichos pessoais conflitantes com este"), de valores ( "a verdade – coluna fundamental da liberdade") e de ações ("...censura...")?

    Conclusão: o sistema que você expôs é uma crença, que como as outras, tenta explicar e fundamentar, pela metafísica/lógica/afins, as coisas que nos envolve aqui na Terra (como los derechos!)...Nada contra mas...você precisa, para decidir qualquer coisa de interesse comum, convencer as pessoas a trocar a LIBERDADE DE EXPRESSÃO em prol da SUA CRENÇA sob o "credo" de que "há um exercício virtuosos da liberty", que "a liberdade, ligada à razão e ao dever, jamais será um fim, mas apenas um meio a ser disposto com prudência com vistas a alcançar certos bens", que "tem um aspecto comunitário", que causa "felicidade", etc.........nem todo mundo irá acreditar nisso e você só conseguirá impor essa sua "República Platônica do Dever" por meio da FORÇA...que nem os veganos

    Eu prefiro o meu sistema: Em "questões governamentais", cortemos a metafísica e qualquer interferência destrutiva/construtiva advindo dela, já que qualquer conflito se torna, pela incerteza, interminável (não fazer que nem o nosso governo que barra os missionários na Amazônia ou que nem os governos teocráticos de plantão)...E não deixemos as coisas, como a liberdade de expressão, dependente de fatores que não podemos controlar, como a "boa vontade" e o "dever" do "seu censurador" ao querer usar o "seu poder de censurar" somente para o suposto "bem comum" (que nem os commies naquela maximização do ESTADO para depois, após um ato de misercórdia e bondade do Kim Jong-Un, ELE se autoextinguir mirabolantemente!!!...kkkkkk )...claro, o meu sistema também precisa convencer...pelo menos é pautado em "evitar riscos"...todo mundo, inclusive você, quer acreditar, livremente, em algo...e você me vem com censura? TIRO NO PÉ!
  • Drink coke  23/01/2020 23:32
    Liberais que viram conservadores já virou bem comum, pelo menos não viram esquerdistas, aliás nunca vi um liberal virar esquerdista, apesar do oposto ter um monte.

    Para finalizar, reconheço a importância do conservadorismo, principalmente na cultura, porém esse nunca pode sobrepor a liberdade.
  • Leandro C  24/01/2020 21:24
    "Drink coke 23/01/2020 23:32
    Liberais que viram conservadores já virou bem comum, pelo menos não viram esquerdistas, aliás nunca vi um liberal virar esquerdista, apesar do oposto ter um monte.
    Para finalizar, reconheço a importância do conservadorismo, principalmente na cultura, porém esse nunca pode sobrepor a liberdade."

    Sim; acompanhei a discussão; ótimo; apenas não considero serem tão antagônicas assim as visões conservadoras e libertárias, pelo contrário, acho muito coerente eu ser (ou acreditar ser) conservador e, ainda assim ou justamente por isto, defender que os outros possam ser o que quiserem ser.

    Inclusive, acho muito bizarro que os liberais sociais (progressistas) gastem tanta energia visando obrigar todos a se enquadrar na guerra de gêneros, de classes etc etc, ora, não pregam a liberdade? que absurdo!

    Posso ser conservador nos costumes e defender a liberdade política para que outros possam não ser tão conservadores no costume; entretanto, aqui parece ser regra (quer dizer, não fiz um levantamento, mas, por vezes, já senti isto) o raciocínio de que se a pessoa é conservadora então ela irá automaticamente querer obrigar outra pessoa a ser conservadora também; não acho que seja assim... enfim, podem continuar.
  • Leonardo  23/01/2020 00:19
    O cometimento de crimes sob o manto da "liberdade de expressão" é vil e desonesto. A "liberdade de expressão", tal como a conhecemos hoje, é fruto da Revolução Francesa, que pregou a "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", tudo isto como um corolário da "liberdade de expressão". A mentalidade da Revolução Francesa, sempre condenada pela Igreja através de inúmeros pronunciamentos dos Papas através das Encíclicas, produziu uma "Liberdade" concedida somente a quem pensa como aqueles que governam a imprensa, uma "Igualdade", que coloca o crime com mais direitos do que a virtude e uma "Fraternidade" apenas para quem age contrariamente à lei de Deus, pois quem a quer fazer cumprir é declarado "intolerante". Desta forma, o lema da Revolução Francesa consiste na negação da natureza e da ordem das coisas, pois tenta deslegitimar a autoridade de Deus, em prol da decisão da maioria e do que se chama de "bem comum", seja lá o que se queira dizer com isso.

    Vivemos numa revolta da Cidade dos Homens contra a Cidade de Deus, como bem discorreu o saudoso professor Orlando Fedeli em seu texto "A Cidade do Homem contra a Cidade de Deus - As Revoluções da Modernidade".

    Com a desculpa da "liberdade de expressão", o especial de Natal do Porta dos Fundos faz parte de um processo de acostumar a sociedade a aceitar as ofensas ao Nosso Senhor, apesar de ser ilegal, nenhuma punição jurídica lhes é imposta.

    Este processo se inicia com a "liberdade de expressão", que consiste em permitir que o erro e o mal sejam difundidos, sem que se possa condená-los enquanto tal, e termina com a proibição da prática e defesa da moral católica e da lei natural, em nome da mesma liberdade de expressão.

    A guilhotina para a moral e para a fé católica está sendo armada!

    Em suma, a prática moderna da "liberdade de expressão", que consiste em uma supremacia da vontade sobre a inteligência, conduz, na realidade, a uma ditadura do erro.
  • Estado o Defensor do Povo  23/01/2020 02:45
    Deixe que Deus julgue os pecados das pessoas, e deixe que ele as puna e faça Justiça, não tente fazer você mesmo o que só Deus pode fazer.
  • Victor  23/01/2020 02:47
    Quando um governo maluco censurar a MINHA SAGRADA MISSA CATÒLICA, por considerá-la "sei-lá-o-quê-fóbica", você verá o verdadeiro inimigo da CRISTANDADE!!! Não dê armas (a censura) para o seu futuro inimigo (o governo)...sem falar que nós, religiosos, somos os mais vulneráveis
  • Raphael Chagas  23/01/2020 02:58
    Leonardo,
    estamos juntos! Você só foi um pouco mais, digamos, "direto" que eu heheh.

    Victor,
    1) leia minha resposta ao Leitor Antigo e a resposta do Leonardo abaixo da sua. Talvez elas ajudem a clarificar o que eu escrevi no meu comentário original;

    2) seu questionamento é importante. O que posso dizer em linhas muito breves – já que logicamente o assunto é vasto e complexo – é que a metafísica a que me refiro é aquela relacionada à "filosofia perene": de certo modo nasce com Sócrates/Platão, mas atinge a maturidade metodológica com Aristóteles e vai sendo lapidada pelos medievais até atingir o ápice com Santo Tomás. O que se vê depois é só má metafísica, degeneração do que havia sido construído. Muita gente escreve sobre isso, inclusive o já citado Sidney Silveira. Nessa raiz a que me refiro, você encontrará a fundamentação mais sólida e mais lógica já construída até hoje, e vale lembrar que para os antigos era óbvia a relação entre a metafísica e as ciências que derivam (necessariamente) dela, como a antropologia filosófica, gnosiologia/epistemologia, a psicologia, a ética, etc.;

    3) a sua proposição "antifilosófica" (chamemos assim) de abrir mão da metafísica pra formar nossos conceitos éticos e políticos TAMBÉM é, de fato, uma posição filosófica e TAMBÉM deriva de pressupostos metafísicos (como por exemplo o ceticismo epistemológico em relação à possibilidade do conhecimento da verdade e dos conceitos relativos ao ser). :) Fugir da metafísica é simplesmente fazer má metafísica, carregar ideias cuja origem ou pressupostos você desconhece. É com base nesse tipo de visão que você espera que as pessoas construam suas relações sociais e entendam profundamente as distinções entre certo x errado e bem x mal? Tô fora heheh
  • Victor  23/01/2020 21:05
    São Tomás de Aquino...li um pouco da Suma e achei ela extremamente, digamos assim, "racionalista humana"...o filósofo, sem nenhum tipo de certeza, falava que o Senhor era assim e que pensava assado... como que ele sabia? Só se for por meio das sagradas escrituras cristãs... legal, mas existe as sagradas escrituras astecas, as sagradas escrituras mórmons, as sagradas escrituras kemetistas e assim vai... olha uma ideia maluca: o simples fato de sermos concebidos (nossas mamães) pode fazer a gente pensar que tudo no universo deve ser concebido ou criado! Coisa de humano! Tudo é uma grande incerteza na metafísica! Agora, vamos construir o "castelo das coisas humanas" na incerteza?
    Ou vamos construir em cima de coisas que conhecemos tão bem, que são, p.e., as questões da sobrevivência humana e os riscos potenciais que ela corre... liberdade de expressão, é uma questão que envolve a sobrevivência humana (ainda que indiretamente)... censura, é um risco

    A minha filosofia não é cética, a sua que é cética ao não reconhecer a religião verdadeira, que é o Maradonismo, acreditando na mídia global cristã (brincadeirinha)...A minha filosofia só reconhece que, até o momento, não há quase nenhuma certeza nas questões metafísicas e por isso tenta não fundamentar as coisas que ditam a vida das pessoas nela (nem todo mundo irá acreditar o que gera conflitos)... Ceticismo é negar, interferir destrutivamente...Crentismo é aceitar, interferir construtivamente...A minha filosofia só é neutra
  • Ex-microempresario  23/01/2020 21:47
    Leonardo e Raphael: pessoas que escrevem textos empolados, pedantes, cheios de construções desnecessariamente complicadas, costumam ter dois motivos (não necessariamente excludentes entre si):

    1 - Vaidade.

    2 - Tentativa de defender o indefensável através de uma pretensa superioridade intelectual.

    Li (com grande sacrifício) seus textos. Tudo que dizem é que vocês se acham detentores do poder e da autoridade de julgar os outros.

    Não que seja novidade. Séculos atrás, Spinoza disse

    "é desejo de todo homem conseguir que todos sejam obrigados a gostar do que ele gosta e que todos sejam proibidos de gostar do que ele não gosta"
  • anônimo  25/01/2020 06:36
    Ou não consegue respondê-lo.
  • Askladden  23/01/2020 02:44
    Em um mundo democrático, sempre haverá censura ou a falta dela.
    Quero o voto dos evangélicos se censura isto vão achar que estou representando eles.
  • Bera silva  23/01/2020 10:33
    Os que são a favor da produção e divulgação desse tipo de material, peço que façam a seguinte reflexão:
    E se, ao invés da Sagrada Família fosse a sua família? O que você faria?
  • Pobre Mineiro  23/01/2020 20:17
    O que eu poderia fazer caso não gostasse, dentro da ética libertária, além de ignorar ?.

    Reputação é algo que não nos pertence, é a visão que os outros tem de nós.

    Se um programa famoso viesse a me escarnecer, eu primeiramente me perguntaria o
    que fiz para merecer tanta honra !, pois só os bons são escarnecidos,
    já viu algum medíocre ou imbecil ser escarnecido ?.

    Não se preocupe com você e sua família sendo ridicularizados na mídia, certamente vocês não são bons e ou relevantes o suficiente para isso.
  • Bera silva  25/01/2020 00:00
    Ofensas e escárnios têm conseqüências no mundo real. Ofender deliberadamente um inocente é um ato mau em si e merece punição. Uma pessoa pode ter a vida totalmente prejudicada por causa de uma "brincadeira" dessas. Se a punição será dada pelo estado ou por outros meios é outra discussão.
    Quando esse porta dos fundos, com total liberdade, concebe, reuni recursos e realiza este tipo de "trabalho" cuja intenção é ofender a Nosso Senhor Jesus Cristo e Sua Família, Homem Santo que nunca fez mal a ninguém, então eles merecem punição sim. Isso não é uma questão ideológica.

    "O que eu poderia fazer caso não gostasse, dentro da ética libertária, além de ignorar?."
    Eu não sei o que você faria, somente você pode responder.

    "Reputação é algo que não nos pertence, é a visão que os outros tem de nós."
    Tem razão, mas vivendo em sociedade há toda uma teia de relações que afetamos e somos afetados. Só para exemplificar: alguém que receba a fama de desonesto não conseguirá emprego; alguém que seja chamado de estuprador será jogamos na cadeia, estuprado e possivelmente morto.

    "Se um programa famoso viesse a me escarnecer, eu primeiramente me perguntaria o
    que fiz para merecer tanta honra !, pois só os bons são escarnecidos,
    já viu algum medíocre ou imbecil ser escarnecido ?.
    Não se preocupe com você e sua família sendo ridicularizados na mídia, certamente vocês não são bons e ou relevantes o suficiente para isso. "
    Pobre mineiro, eu sou só um caipira, não tenho problema algum com isso.
  • Skeptic  23/01/2020 12:44
    "Esta é a minha crença e ela é sagrada e todos devem respeitá-la como tal."

    Não! Imagina só um islâmico exigindo respeito pela sua fé e religião, como isso soaria absurdo para todo mundo.

    "Mas a maioria da população é cristã/católica."

    A maioria não modifica em absolutamente nada a lógica dos direitos individuais, de onde a liberdade de expressão é derivada.

    Tenho a forte impressão que muitos religiosos adorariam que a blasfêmia fosse um crime com duras punições, ou seja, são por dentro teocratas autoritários muito perigosos, agem da mesma forma que "justiceiros sociais" e deveriam ser considerados tão inimigos da liberdade quanto esses.
  • Ex-microempresario  23/01/2020 21:53
    Para um fanático religioso, é impossível compreender o conceito de que outras pessoas tem direito à liberdade. Claro que todos querem leis punindo a blasfêmia.

    Lembrando que:

    Em Roma, é blasfêmia dizer que Cristo não é nosso salvador.
    Em Bagdá, é blasfêmia dizer que é.
  • Skeptic  24/01/2020 13:40
    Pois é, isso me lembrou do episódio do pastor que chutou uma imagem da Virgem Maria.

    Acabei de ver uma notícia de um comediante de stand-up que teve que fugir da Russia por fazer piadas com Jesus. Os religiosos realmente gostariam que o mesmo acontece com os atores do Porta dos Fundos? A diferença com muçulmano que diz "compreender" atos terroristas contra os infiéis é muito pouca.

    Uma lei que protegesse a religião da maioria contra ofensas seria hoje uma lei católica, mas no futuro pode muito bem ser evangélica. Em países em que a maioria da população não tem religião, quem estaria acima de qualquer crítica com tal lei seria o secularismo. Onde que isso pode ser desejável, proibir ou limitar críticas e ofensas a ideias, crenças e ideologias? É insano esse nível de fanatismo, a crença religiosa de um não pode limitar a liberdade de outro.
  • Rodolpho  25/01/2020 14:24
    Você simplesmente caiu no conto do multiculturalismo. A própria moral depende da cosmovisão subjacente, mas a cosmovisão subjacente de diversas culturas ñ é compatível o q significa q a moral ñ é compatível. Por exemplo, há culturas onde crianças praticam livremente relações sexuais, há culturas onde o juros é proibido, há culturas onde propriedade privada é algo bastante irrelevante.

    O próprio marxismo ñ é simplesmente uma proposta econômica, mas uma cultura, e ñ obstante a gente quer o Estado para coibir o marxismo e preservar a propriedade privada, a gente quer punição contra pedófilos etc

    Oi vc aceita q tudo é relativo e válido por não existir objetivamente a verdade, ou aceita que há sim a verdade, ainda q ñ encontrada a seu ver e aí vc vai na posição q vc mesmo condena.

    Vcs acham q o Estado pode ser eliminado e ele sempre é ruim. Ñ. O Estado ñ pode ser eliminado e o Estado atual é ruim por sair de suas prerrogativas. O Estado ñ pode ser eliminado porque ele encarna uma das modalidades humanas de poder, a saber, o poder político-militar q é o poder da violência. Agora existe violência justa e esse é o papel dele.

    A questão é saber quais as prerrogativas do estado. Mas censura é certo as vezes. Por exemplo eu posso sair pelado por aí dizendo q a pública e falando meu corpo minhas regras? De quem a propriedade do espaço público? De quem é a propriedade do corpo?
  • Ex-microempresario  26/01/2020 00:30
    Se fosse por mim, você poderia andar pelado na rua quando quisesse. O preço que se paga por não ser cego é às vezes ver o que não quer, mas é só ignorar e seguir em frente.

    A única coisa que eu quero de você é o famoso PNA: não me mate, não me roube, não me agrida. O resto é sim relativo.

    De preferência, também não tente me dizer o que é certo ou errado com base na sua interpretação favorita de algum livro sagrado.

    Não sou desses que sentem prazer em impor regras de comportamento aos outros. Não quero estado para "coibir o marxismo" nem praticar "violência justa".
  • Rodolpho  28/01/2020 11:14
    Quer q outros ñ te roube, agrida ou mate já é impor normas de conduta. O exemplo do andar pelado foi só um exemplo, mas ele mesmo já mostra muitas coisas. O corpo ñ é neutro sexualmente, o pudor tem um significado mais profundo, q aqui ñ há espaço para expor, mas basta dizer q nudez pública é comum em tribos, mas ñ em civilizações avançadas.

    De fato há tribos q é comum crianças terem relações sexuais, outras onde a mulher pode ser estuprada pela tribo inteira só de entrar em locais proibidos.

    Agora se um bando de barbados pode andarem pelados na rua, sua mulher e suas filhas podem ñ gostar e terem q olhar para o outro lado ou abandonar o local. Imagina num parque onde é desagradável olhar para qualquer direção? Mas com isso vc já foi obrigado a mudar de local, mudar de atitude (ter q virar o olhar), ou vc pode aceitar a nudez pública e com ela as implicações éticas.
  • Nill  23/01/2020 13:19
    A liberdade continuará existindo enquanto as pessoas . Cada vez vão se tornando mais e mais corruptas,falsas, perversas ? Por ESA a razão que Fe' Cristã deve ser respeitada. Quando se agigalha e zomba de Jesus Cristo. Um povo mais se afasta de Deus e do Bem. Mas! Essa sociedade vai se afundando no Mal. Logo ! Dominada pelo Mal a liberdade não pode mais existir. O Ímpio jamais respeita o Direito e a Liberdade de seu próximo. Percival Puggina mostra a hipocrisia e perversidade dos esquerdistas que dizem ser contra a Censura. Mas ! Na calada da noite trabalham para censurar o que é contra eles e o desagradam. Sem Fé Cristã e devoção a Deus não existe Liberdade.
  • Pobre Mineiro  23/01/2020 15:52
    Se nem Jesus atentou contra a liberdade das pessoas, se nem Deus interfere no seu livre arbítrio;
    quem é você para ditar regras para as outras pessoas ?, baseado em quais critérios
    está concluindo que a humanidade está se afundando no mal ?.

    Sem Fé Cristã e devoção a Deus não existe Liberdade.
    Só se for, como disse George Orwell: "liberdade é escravidão."
    Se você quer ser gado de uma seita, isso não é problema meu, só não venha tentar me impor
    suas regras aleatórias.

    Obs: Eu sou cristão, só não sou um fundamentalista como você.



  • Estado o Defensor do Povo  23/01/2020 16:36
    concordo Pobre Mineiro, mas Deus não vai deixar os pecadores que não se arrependerem impunes, mas como diz a Bíblia em Romanos 12:"Amados, jamais procurai vingar-vos a vós mesmos, mas entregai a ira a Deus, pois está escrito: "Minha é a vingança! Eu retribuirei", declarou o Senhor." Então deixe que ele julgue.

    Se fosse um Estado teocrático então eu o defenderia já que Deus é superior mesmo, Ele sabe o que é melhor pra nós mais do que nós, e tem o direito de interferir nas nossas ações se quiser.
  • Nill  24/01/2020 02:02
    Eu sou o Nill. E responderei ao Pobre Mineiro. Palavras de Pobre Mineiro :"""'Se nem Jesus atentou contra a liberdade das pessoas, se nem Deus interfere no seu livre arbítrio;"" De fato sendo Jesus , Bom e Santo. Como poderia atentar contra a liberdade das pessoas. Se atentasse contra a liberdade das pessoas deixaria de ser Bom e Santo. Pois teria cometido um ato mal e injusto. Só os ímpios atentam contra a Liberdade do próximo. Deus é o criador do Livre Arbítrio. Se interfere nele. Já não existe mais o Livre Arbítrio. E Deus se contradiz a si próprio. Limitando a liberdade de alguém aceita-lo por livre escolha.

    """""quem é você para ditar regras para as outras pessoas ?""" Eu sou alguém muito fraco para ditar regras para pessoas. Nem os gatos da casa me obedecem. Logo ! Só expus meu pensamento. Todos tem livre arbítrio para concordar ou não.

    """baseado em quais critérios
    está concluindo que a humanidade está se afundando no mal ?. ""' O maior critério é ficar de olho na realidade, no que está acontecendo. Pelos atos e atitudes desta humanidade podemos chegar a conclusão se a Humanidade escolhe o lado do Bem ou do Mal. Um exemplo : Tivemos vários ditadores muito populares no mundo recentemente. Hitler na Alemanha, Fidel em Cuba, Stalin na URSS. Pelo menos por um tempo foram venerados. Multidões escolheram a Tirania no lugar da Liberdade. Mas ! Na humanidade também acontece coisas boas.

    "'Sem Fé Cristã e devoção a Deus não existe Liberdade.
    Só se for, como disse George Orwell: "liberdade é escravidão."
    Se você quer ser gado de uma seita, isso não é problema meu, só não venha tentar me impor
    suas regras aleatórias."""" Então ! Observemos o que acontece quando um povo vai, mais e mais . Se afastando da Fé Cristã e da devoção a Deus. Será que o resultado é mais liberdade, direitos e respeito ao próximo ou que acontece é o contrario disto ? Qual povo sem Fé Cristã e devoção a Deus, existe. Que possa ser um exemplo de respeito a Liberdade ? Existe muitos ? Então ! Aponte um ?

    ""Obs: Eu sou cristão, só não sou um fundamentalista como você. " Se é cristão ! Então acredita no Livre Arbítrio. E ele foi criado por Deus. O Livre Arbítrio é a base da Liberdade. Finalizando. Disse eu : " Percival Puggina mostra a hipocrisia e perversidade dos esquerdistas que dizem ser contra a Censura. Mas ! Na calada da noite trabalham para censurar o que é contra eles e o desagradam. "" O que Pobre Mineiro tem a dizer sobre essas minhas palavras. Existe mesmo pessoas que gostam de se vangloriar ser contra a Censura, a favor da Liberdade. Mas ! Que na calada da noite trabalham para censurar o que é contra eles e o desagradam ? ???????

    LIBERDADE DE EXPRESSÃO E HIPOCRISIA
    por Percival Puggina. Artigo publicado em 19.01.2020

    www.puggina.org/artigo/puggina/liberdade-de-expressao-e-hipocrisia/16951

  • CRISTIANO TAROUQUELA MEDEIROS  23/01/2020 19:27
    Quem definiu os direitos naturais?
  • Racional  23/01/2020 22:03
    1) Toda a civilização ocidental, que por sua vez se baseou nos ensinamentos de Aristóteles e São Tomás de Aquino.

    2) A simples lógica pura: a partir do momento que me é permitido matar você, confiscar sua propriedade, e impedir você de empreender (com você, obviamente, podendo fazer o mesmo com quem quiser), toda a civilização estará extinta em menos de uma semana. Simples assim.
  • Drink coke  23/01/2020 23:24
    Esse item 2 já é um argumento utilitarista em, e não jusnaturalista.
  • Skeptic  24/01/2020 13:26
    Não necessariamente, a noção jusnaturalista de derivar leis a partir de premissas racionais são a base tanto do Objetivismo da Ayn Rand como da Ética Rothbardiana, por curiosidade, os dois são ateus.
    O problema dos direitos naturais continua sendo a Guilhotina de Hume, e a Ética Argumentativa Hoppeana surgir para contornar esse problema.
  • Alyson Lima Vasconcelos  24/01/2020 13:27
    Uma pergunta: Uma ameaca a propriedade privada ou a direitos pessoais (defesa de sua propriedade- seja ela casa, dinheiro, posses, etc), liberdade de ir e vir... Seriam considerados uma ameaca que iria requerer uma intervencao da sociedade? Digo, isso deveria ser limitado?
  • Pobre Mineiro  24/01/2020 16:27
    Aí você teria o direito de reagir, ou ter a ajuda de outros nessa reação.
    Não se esquecendo de que a proporcionalidade da reação deve ser observada.

    Não é verdade que dentro da sua propriedade privada você é o policial, delegado, juiz e carrasco;
    isso fere a ética libertária, que diz que o uso da força é a última instância e ainda deverá ser usado
    o mínimo necessário para conter a ameaça.

    Um exemplo:

    você tem um casa com uma mangueira no quintal, um menino, ou um Zé ruela inofensivo pula o muro da sua propriedade para roubar uma manga, você dá um tiro de 12 no peito dele, que morre na hora.
    Numa sociedade libertária, você seria condenado por uso excessivo de força, visto que ele não colocou a sua integridade física em risco, mas você se excedeu no seu direito de defesa.

    Como tal situação poderia ser resolvida ?.
    Certamente uma justiça privada seria muito mais eficiente e proporcional em aplicar alguma punição em quem insistisse em ficar pulando o seu muro para roubar as suas mangas.
  • Amorim  24/01/2020 18:47
    Sendo a propriedade privada absoluta como, em termos lógicos, define-se e se sustenta tal proporcionalidade?
  • Pobre Mineiro  24/01/2020 21:12
    Amorim,

    Não sei se entendi a sua dúvida, mas imagine o seguinte cenário, até bizarro:

    Você me convida para um cafezinho na sua casa, lá você me mata sumariamente e me serve no churrasco com os seus amigos no próximo final de semana, tudo feito dentro da sua propriedade privada.

    Aí você argumenta que só exerceu o seu direito absoluto sobre a sua propriedade. (nada mais absurdo)
    Absurdo porque aí entra a questão da propriedade dentro de outra propriedade.
    Sim, uma pessoa dentro da sua propriedade, é uma propriedade dentro de outra propriedade, o mesmo caso se aplica ao aborto.

    O canal Ancap.su do youTube, se não me engano, tem um vídeo que trata dessa questão, que não é tão simples, nem mesmo pela ética libertária.

    Dado à complexidade envolvida, fica a pergunta: o estado é capaz de oferecer um serviço bom nessa área ?.
  • Consagrado  25/01/2020 07:04
    Pobre Mineiro, ótimo comentário. O princípio da propriedade privada que alguns libertários preguiçosos, como Ideias Radicais, usam para determinar se algo é ético ou não, é um dos motivos pelo qual o Libertarianismo não se torna mais popular e é alvo de paródias por críticos.

    O dono de um avião pode jogar alguém lá de cima? O dono de um navio pode jogar alguém em auto-mar? De acordo com esse princípio, sim, independente de qualquer coisa. Pois se o dono não quer mais o convidado dentro de sua propriedade, ele está em seu direito natural.

    Aí vamos para os detalhes. Pode-se argumentar que ambos concordaram do convidado não ser jogado fora, mas DUVIDO que algum contrato alguma vez tenha tido esses termos. Porque é algo extremamente intuitivo e sensato, portanto desnecessário ter acordo de ambas partes.
    Também pode-se argumentar, em complemento ao ponto acima, que se o convidado quebrou alguma regra (definida ou arbitrária) da propriedade, o proprietário não precisa mais cumprir seus termos. Portanto, está totalmente dentro de seu direito natural em jogar o convidado fora, mesmo quebrando seus próprios termos.

    Os exemplos acima, servem para outros casos. Por exemplo: nas ruas privadas, as redes sociais, o casamento, a criação dos filhos e o aborto. O princípio da propriedade privada, para alguns casos, é uma lógica demasiada preguiçosa. As leis humanas não são Exatas como as leis físicas.
  • Paul Kersey  24/01/2020 19:31
    Olhando-se em retrospecto, sim, fica fácil estabelecer que o tiro de 12 foi excessivo. Mas isso não existe no mundo real. No mundo real, se uma pessoa pula o muro da sua casa, você não pode se dar ao luxo de, primeiro, procurar saber o que o criminoso quer, e então, só então, decidir o que fazer. Tal hesitação pode representar a diferença entre sua vida e sua morte.

    Quem pula muro da casa alheia não está bem intencionado. Se quisesse uma manga, bastaria tocar a campainha e pedir.
    Se um meliante pula o muro da minha casa, eu não vou dialogar e nem negociar. Vou sim mandar bala. Ninguém tem o "direito" de pular o muro da minha casa. Sou pai de família. Se um meliante pula o muro da minha casa, eu não vou arriscar a integridade de minha mulher e minha filha de 4 anos procurando saber o que o "cidadão infrator" quer. Se ele pulou, com muita sorte ele irá receber apenas um "warning shot" (até porque pode ser que eu erre a pontaria). E aí é bom ele pular de volta para o outro lado.

    Vale lembrar que nada impede um meliante de 18 anos de pular o muro da minha casa dizendo que quer só uma manga, para então, em minha distração, me matar e seviciar minha mulher e filha. Isso não vai acontecer em minha propriedade.


    P.S.: como eu sempre digo por aqui, se um vagabundo entrar em sua casa, e você der cabo do meliante, jamais chame a polícia. Se fizer isso, você irá preso, terá sua arma confiscada e sua família ficará desassistida. Se você matou o vagabundo, coloque o corpo no porta-malas e vá desovar em um local afastado. Dá trabalho? Dá. É chato? Muito. É arriscado? Bastante. Mas ainda assim é muito melhor do que chamar a polícia.
  • Pobre Mineiro  24/01/2020 21:00
    Nesse caso, onde a mensuração do risco envolvido é muito difícil, certamente a justiça privada levaria em consideração e provavelmente você não teria problemas. (diferente do que ocorre no estadistão atual)

  • Luiz  24/01/2020 15:34
    Brasil acima de tudo, economia liberal acima de todos.
  • Nill  24/01/2020 18:51
    O Pobre Mineiro ainda não respondeu a minhas questões. Ele é livre para responder ou não. Também outros podem responder . Inclusive o autor deste Atrigo. Caso não respondam.
    Chegarei a conclusão que as questões levantadas por mim , são muito difiéis . E que todos libertários teriam tremenda dificuldade em dar uma resposta. Que fosse favorável as suas idéias. Agora. Que a questão do grupo humorístico Porta dos Fundos se torna cada vez mais difícil. E tende a ficar tremendamente difícil. Aqueles que no começo achavam tudo muito simples. Afinal. Tudo é uma questão de Censura e Liberdade de Expressão. Mas ! As coisas tornam cada dia mais complexas. Então ! Estes simplistas querem fugir do debate. Ess a questão é tremendamente complexa. E nao um simples fato. Disse ! Um filósofo cristão somente Deus pode entender a imensa complexidade deste mundo. Prova desta complexidade. E que com o passar do tempo, os simplistas.secularista, esquerdistas vão demonstrando toda sua hipocrisia, falsidade. E como eles mesmos praticam censura e não respeitam a Liberdade de Expressão.
  • Paulo Henrique  24/01/2020 19:11
    Creio que ninguém respondeu porque ninguém entendeu p@rra nenhuma do que você escreveu. Eu mesmo nem sequer identifiquei o idioma em que você escreveu.
  • Ex-microempresario  24/01/2020 20:12
    Como disse certa vez o Dr. House,

    "É impossível ter um debate racional sobre religião. Se fosse possível, não seria religião."

  • anônimo  25/01/2020 06:54
    Mas ele não estava comentando sobre religião, ex-microempresario. Pode ser que a sua falta de interpretação que o fez ser um ex-microempresario.
  • Ex-microempresario  25/01/2020 23:45
    O Nill disse que não responderam aos seus comentários. Se vc acha que os comentários anteriores (23/01/2020 13:19 e 24/01/2020 02:02) não são sobre religião, então quem tem um problema sério de interpretação é você.

    De qualquer maneira, tentar "argumentar" fazendo piadinha com o nick dos outros deixa bem claro o nível de debate que você pratica.
  • Jota  25/01/2020 02:04
    Tenho dúvidas, peço humildemente que me esclareçam.

    Com relação a xingar outra pessoa em uma via pública(na rua), suponhamos que uma pessoa ou grupo de pessoas sempre falam coisas que ofendam e insulte alguém, e uma dessas pessoas que "sofreram" com esses xingamentos se sente tão ofendido que contrai algum transtorno ou doença psicoloica e que clinicamente seja comprovada que derivou das ofensas proferidas por aquela pessoa ou grupo de pessoas.


    Um individuo pode exercer a sua liberdade de expressão ou fere algum direito de outrem?

    Com relação ao caso hipotético, acima citado, o ofendido que contraiu a doença teve algum direito violado?
  • Fabrício  25/01/2020 16:15
    Não há solução. O sujeito, como você disse, foi xingado em uma "via pública". De quem é a via? Exatamente, de ninguém. Sendo de ninguém, não é possível estabelecer direito nenhum.

    Vamos tentar de novo: só há direitos quando há propriedade privada.

    Sem propriedade privada não há direitos.

    Por isso seu cenário não tem solução.

    Percebeu agora toda a desgraça que ocorre quando não há propriedade privada?
  • Luiz  27/01/2020 10:52
    Acho que entendi, mas considerando que essa via não fosse pública esse espaço da via poderia ser de alguém? Na propriedade privada como determinar de maneira objetiva isso? Se a via é do Estado o mesmo não estaria acima dos cidadão no sentido de ter a competência para resolver isso?
  • Ex-microempresario  25/01/2020 23:50
    Jota, seu exemplo é um exagero de coitadismo.

    Ninguém tem o "direito de não ser ofendido", simplesmente porque a existência deste direito acarretaria a completa perda do direito de qualquer um se expressar.

    Vou tentar ser bem didático. Eu declaro que me ofendo com a burrice. Teria eu o direito de calar todos aqueles que eu considerar burros? Não vale apelar para um suposto "senso comum". Eu me ofendi e pronto.
  • "Idiota"  27/01/2020 12:37
    Pois bem. O que você está falando é do caso de bullying infantil certo? Porque acreditar que pessoas adultas irão contrair doenças porque foram xingadas em uma via pública na rua chega a ser absurdo. Este tipo de trauma vem de MUITO antes.

    Pois bem, e quanto ao bullying? Primeiro, se não tem agressão física (ou ameaça real de agressão física), não tem crime! Não temos que prender/multar/punir via ação estatal crianças e/ou os pais da criança que realizam o bullying (porque bullying, REITERO, é realizado É SOFRIDO POR CRIANÇAS, é absurdo pessoas acharem que adultos sofrem bullying, é de fato querer infantilizar nossa sociedade!)

    No entanto, isso não significa que não seja MORALMENTE repreensível. E dentro do campo MORAL se pode realizar diversas formas de "punições", como por exemplo, o boicote. Pais podem querer boicotar escolas que permitam o bullying. Pais podem querer BOICOTAR os pais de crianças que cometem bullying, e por aí vai. A sociedade é plenamente capaz de criar seus mecanismos de defesa para isso, não precisa apelar para estado nenhum.

    Se você sente que seu filho está em um ambiente que faz mal a ele, você tem total direito de leva-lo a outro ambiente.

    Mas mora aí o problema do estado. Somos obrigados pela máfia a colocar nossos filhos em escolas as quais não concordamos com o modelo de ensino, com os professores, com a quantidade de alunos por sala e etc.

    É O ESTADO que cria o ambiente para que surja o bullying ao AMEAÇAR prender os pais que tendo filhos mais capazes e/ou especiais sejam obrigados a colocá-los em um ambiente hostil.

    Por fim. Cabe a cada família saber medir o nível de provações que seus filhos tem de passar. Não adianta também isolá-los em uma bolha protetora que lhes torna incapaz de lidar com a realidade. Evidentemente que cabe aos pais a responsabilidade única de identificar quando tais provações estão exageradas e poderão causar algum dano "psicológico" mais sério.

    Quem disse que seria fácil a paternidade, afinal?
    Não existe responsabilidade maior em nossas vidas do que esta tarefa gloriosa de educar e preparar nossos filhos.
  • Nill  25/01/2020 02:24
    www.youtube.com/watch?v=WiREXtlx-oQ


    O mundo pôs -cristão é um mundo sem liberdade. Será ! Que entendem este vídeo.
  • Álesson Vaz  25/01/2020 15:46
    Discordo num ponto, atrelar a liberdade de expressão a propriedade privada soou como uma premissa falsa. Como dizem: nosso corpo é nossa propriedade, ao se utilizar de suas cordas vocais para proferir as palavras que quiser dentro da casa de outrem, não há nada que impeça tal liberdade, de fato. Basta relembramos de natais em família que alguém ficou ofendido com algumas palavras.
    Ainda observando o exemplo do shopping que é propriedade de alguém, ali não pode o dono limitar os assuntos que ele bem achar que são devidos, por exemplo: se o dono do shopping dizer que é proibido falar sobre gays, de nada vale essa regra. Noutras palavras o artigo carece de fundamentação básica.
    Outro ponto, é que frente ao nosso ordenamento jurídico existe o fato do direito de resposta, ou seja, o jornal é obrigado a publicar a opinião alheia, ainda que ofenda os seus princípios internos.
  • Bernardo  25/01/2020 16:06
    "Discordo num ponto, atrelar a liberdade de expressão a propriedade privada soou como uma premissa falsa."

    Vejamos.

    "Como dizem: nosso corpo é nossa propriedade, ao se utilizar de suas cordas vocais para proferir as palavras que quiser dentro da casa de outrem, não há nada que impeça tal liberdade, de fato."

    Errou tudo. O artigo fala exatamente o contrário. Eu posso falar o que quiser na minha casa, mas não na casa de outrem. Você não pode falar o que quiser na minha casa. Nem eu na sua.

    O artigo deixa isso claro.

    Mais atenção na próxima.

    "Basta relembramos de natais em família que alguém ficou ofendido com algumas palavras."

    Nem faço ideia do que isso tem a ver. Se você vai à casa de um amigo, e fica ofendidinho com uma piadinha dele, no que isso refuta toda teoria que foi apresentada?

    "Ainda observando o exemplo do shopping que é propriedade de alguém, ali não pode o dono limitar os assuntos que ele bem achar que são devidos, por exemplo: se o dono do shopping dizer que é proibido falar sobre gays, de nada vale essa regra."

    Não vale exatamente porque o estado se intrometeu autoritariamente na propriedade alheia, retirou do dono sua legítima atribuição de ser o dono da propriedade, e passou a determinar o que pode e o que não pode ser dito na propriedade alheia.

    Será que você não percebe que é exatamente esse autoritarismo o alvo da crítica do artigo? Assim como o estado passou a determinar o que pode e o que não pode ser dito na propriedade alheia, ele também passou a determinar quem pode e que não pode ser zoado em programas de TV. Próximo passo é determinar o que pode e o que não pode ser dito dentro de casa. E você vai aplaudir. Certo?

    "Noutras palavras o artigo carece de fundamentação básica."

    Todas as fundamentações foram apresentadas. Você, como ficou explicitado assim, confundiu fundamentação teórica (que é o que faz o artigo), com legislação política (que é o tema de que você está falando). Erro básico e primário, típico de quem desconhece filosofia.

    Mais atenção na próxima.

    "Outro ponto, é que frente ao nosso ordenamento jurídico existe o fato do direito de resposta, ou seja, o jornal é obrigado a publicar a opinião alheia, ainda que ofenda os seus princípios internos."

    Não falei? Você está em outro mundo. Enquanto o artigo está discutindo fundamentação teórica (o que é o certo e o que é o errado), você está discutindo legislação de políticos, jurando que ambas são a mesmíssima coisa.

    De novo: mais atenção na próxima.
  • Noelma  26/01/2020 19:32
    Pois é...sou a favor da liberdade de expressão, liberdade religiosa também. Não sou religiosa, no entanto, respeito quem tenha. Isso se chama educação. Algo tão simples, mas ao que parece, nem todo mundo a tem. Seria legal se as pessoas entendessem que existe religião. Não seria cerceamento a exigência de dar um fim a isso? Somos livres justamente por que podemos ter ou não um credo. O que custaria se adeptos e não adeptos de credos se respeitassem mutuamente?
  • Usando o bom senso  27/01/2020 18:25
    Liberdade de expressão ou direito de ofender? Ou: se eu estou dentro de minha casa tenho o direito de gritar chamando o vizinho de corno?
    Umas das cenas desse especial de natal é mais ou menos assim: um deus ou mensageiro divino está apresentando a Jesus outros deuses (ou mensageiros) que já encararam a árdua missão que foi dada a Jesus com o intuito de encorajá-lo, quando aponta para um lugar vazio e diz -- aquele ali é Alá. -- Jesus olha para o local e argumenta que não há ninguém ali. O sujeito então diz que "ele foi dar uma volta". Sabe-se que, para os islâmicos, é uma ofensa muito grande fazer qualquer representação artística, seja por desenho, escultura etc., de Alá ou seu profeta Maomé. Os produtores do filme tinham isto em mente quando tiveram o cuidado de não colocarem um ator para representar Alá. Possivelmente temiam a reação da comunidade islâmica. Ou seja, para escolheram não despertar sentimentos de ofendidos nos islâmicos, respeitaram a fé alheia, abrindo mão, dessa forma, de seu direito de exercer a liberdade de expressão. Mas, no concernente aos cristãos, puseram um Jesus gritando em alto é bom som "Vá tomar no c*" Por quê? Fica a perguntinha básica: por que tiveram a preocupação de não ofender islâmicos , mas não dispensaram o mesmo tratamento cortês aos cristão?...
    Para não me estender muito, vou resumir o que penso:o especial de natal é, sim, um exemplo de exercício do direito à liberdade de expressão, mas uma liberdade inconsequente, discriminatória e bárbara (no sentido de atentar aos princípios civilizacionais de respeito ao próximo e às diferenças.
  • Alfredo  27/01/2020 19:17
    "se eu estou dentro de minha casa tenho o direito de gritar chamando o vizinho de corno?"

    Se você chegar na janela da sua casa e me chamar de corno, você defende que eu acione a polícia e que você vá preso?!

    Pergunto isso com espanto porque, na vizinhança em que cresci na década de 80 e 90, isso era extremamente comum entre adolescentes. Só que ao invés de "corno" era "veado", "bicha" e "mãe na zona".

    Descobri agora que eu deveria ter mandado prender todo mundo…
  • Usando o bom senso  28/01/2020 14:14
    Pois é. Perguntei isto porque, pelo que eu entendi, tudo posso fazer dentro das minhas quatro paredes, pois estou atuando na minha propriedade. Ok. Isto, é bacana, porém me parece meio non sense na medida em que abre espaço para se fazer qualquer coisa desde que se obedeça ao quesito acima e desconsidera algo básico que é, esta sim, a regra mais valiosa de convivência humana: meu direito TERMINA onde começa o de outro. Ora, há coisas que mesmo eu fazendo dentro de minha propriedade afeta outros fora dela. Quando "os moleque" te chamavam de veado ou diziam que tua mão era da zona ou similar nos anos 80, você provavelmente ficava puto da vida e não rindo de felicidade. Pois então, me parece razoável que o exercício da liberdade privada inconsequente e DESMEDIDA atenta contra a civilidade humana e política de boa vizinhança. Já soube de pessoas que foram assassinadas por, digamos, inocentes bobagens como estas. Não é melhor evitar o mal? Eu gostaria de continuar, mas não estou conseguindo me concentrar. É que meu vizinho está ouvindo um som alto e isto está me incomodando. Mas tudo bem, afinal, ele está em pleno exercício de seu direito, pois o aparelho sonoro fonte está dentro da casa dele, embora som não reconheça fronteiras e chegue aos meus ouvidos. O mesmo vizinho ontem mostrou e balançou o pau para minha filha de 9 anos quando ela brincava no quintal de casa e, casualmente, olhou para a casa dele. Eu iria tirar satisfações, mas aí ela me contou que ele fez isto da janela do quarto dele...
  • Alfredo  28/01/2020 15:08
    "É que meu vizinho está ouvindo um som alto e isto está me incomodando. Mas tudo bem, afinal, ele está em pleno exercício de seu direito, pois o aparelho sonoro fonte está dentro da casa dele, embora som não reconheça fronteiras e chegue aos meus ouvidos."

    Você é burro assim mesmo ou está se esforçando?

    É óbvio que seu vizinho não tem o direito de obrigar você a ouvir a música dele. Isso é clara invasão da sua propriedade. Mas aproveito a oportunidade para mostrar que isso só ocorre porque as ruas são estatais e, logo, não há regras. Em um condomínio privado isso seria proibido, e o infrator poderia ser expulso.

    Como, no entanto, vivemos em um mundo estatal, e as ruas são públicas (e todo mundo quer que seja assim), então aguenta aí, pois burocrata nenhum da prefeitura vai impingir o seu direito de propriedade.


    "O mesmo vizinho ontem mostrou e balançou o pau para minha filha de 9 anos quando ela brincava no quintal de casa e, casualmente, olhou para a casa dele. Eu iria tirar satisfações, mas aí ela me contou que ele fez isto da janela do quarto dele…"

    Ele fez isso da janela dele, mas o fez acintosa e ostensivamente, com o objetivo de obrigar sua filha a vê-lo (sim, eu sei que você está inventando tudo isso, mas estou entrando no clima, pois não fujo de debates). Ao agir assim, ele atentou contra alguém indefeso (atentou inclusive contra os olhos de sua filha, que é propriedade dela).

    Em um arranjo liberal, você pode acioná-lo em um tribunal privado. Em um mundo estatal, você apenas chupará dedo.

    E aí, qual mundo você prefere?
  • Usando o bom senso  28/01/2020 20:18
    Meu caro, Alfredo. Em primeiro lugar acalme os ânimos aí. Você está com o sangue muito quente. Conte até dez antes de digitar o próximo período. Depois veja bem o que você escreveu:

    "mas aproveito a oportunidade para mostrar que isso só ocorre porque as ruas são estatais".

    Não é por isto. Repito: som não reconhece fronteiras. E agora acrescento: e nem arranjo político-econômico. Um sujeito expulso de um condomínio por se recusar a baixar o volume do som alto, pode comprar uma casa ao lado do condomínio, por o som nas alturas e sabe o que acontecerá com os ouvidos dos condôminos? Ouvirão! Física pura...

    "Em um arranjo liberal, você pode acioná-lo em um tribunal privado. Em um mundo estatal, você apenas chupará dedo.".

    Como?! Quer dizer então que eu posso acionar as autoridades em um caso desses? Homem, mas você já esqueceu de seus exemplos dos anos 80 e do quanto ironizou-me? Veja: " Se você chegar na janela da sua casa e me chamar de corno, você defende que eu acione a polícia e que você vá preso?! Pergunto isso com espanto porque, na vizinhança em que cresci na década de 80 e 90, isso era extremamente comum entre adolescentes. Só que ao invés de "corno" era "veado", "bicha" e "mãe na zona".


    "Em um arranjo liberal, você pode acioná-lo em um tribunal privado. Em um mundo estatal, você apenas chupará dedo."

    Man, você sabe que isto não é verdade. Eu posso acionar um tribunal mesmo vivendo sobre a égide estatual. Não força vai!

  • Alfredo  28/01/2020 23:18
    "som não reconhece fronteiras. E agora acrescento: e nem arranjo político-econômico. Um sujeito expulso de um condomínio por se recusar a baixar o volume do som alto, pode comprar uma casa ao lado do condomínio, por o som nas alturas e sabe o que acontecerá com os ouvidos dos condôminos? Ouvirão! Física pura…"

    E segue repetindo o mesmíssimo ponto já rebatido: isso é um problema decorrente da ausência de propriedade das ruas. Em uma rua privada, há leis. É proibido haver som alto, pois os moradores da rua privada, que são os proprietários daquela rua, irão exercer seu contrato e expulsar o invasor (que só mora ali porque assinou um contrato prometendo respeitar as regras, mas não o fez). Tendo quebrado o contrato, ele está livre para ser punido.

    Em rua estatal não há nada disso.

    De novo, qual a sua dúvida?

    "Quer dizer então que eu posso acionar as autoridades em um caso desses? […]
    Man, você sabe que isto não é verdade. Eu posso acionar um tribunal mesmo vivendo sobre a égide estatual. Não força vai!"


    Só pode estar de zoeira, não é possível. Um som continuamente alto, além de ser uma contínua transgressão à sua propriedade, é também um fonte de balbúrdia e distúrbio, algo que, como você disse, impede a concentração. Já alguém chegar da janela e gritar "ô, veado!", e se recolher, não está gerando balbúrdia nenhuma.

    Entretanto, já que você gostou, vou repetir o ponto: em um mundo livre, você tem toda a liberdade para ir a uma corte privada apresentar uma queixa-crime contra a pessoa que chamou você de veado. entretanto, você não tem direito nenhum de obrigar um advogado a aceitar esse caso (pois qualquer um sabe que a chance de vitória é nula).

    Qual a sua outra dúvida agora?
  • Usando o bom senso  28/01/2020 20:33
    "Aprenda de novo amiguinho. Você NÃO tem o direito de NÃO ser ofendido".

    Certo, mas espere: e o meu direito à propriedade? O que é adentrá-la sem minha permissão senão uma ofensa? Eu tenho direito NATURAL de não ter minha propriedade invadida certo?

    Ter direito de dizer o que bem entende sobre qualquer assunto é algo muito bom e um claro "exercício do direito à liberdade de expressão". No entanto, julgo ser um ato nocivo à civilidade humana exercer tal direito de forma não sábia, inconsequente.

    Repito: O especial de natal em questão me parece um exemplo de exercício do direito à liberdade de expressão, mas uma liberdade inconsequente, discriminatória e bárbara...


  • Deixando de frescura  27/01/2020 20:07
    Toda vida que leio "direito de ofender" o que me vem a cabeça é uma criança mimada chorando pros pais porque foi ofendido pelo amiguinho.

    Estes cristãos modernos realmente são muito afetados. Cadê aqueles heróis que iam morrer no coliseu comido por leões sem perder sua fé? Agora o que temos é um bando de afetados que se incomodam quando são ofendidos. Que decepção... que decepção...

    Aprenda de novo amiguinho. Você NÃO tem o direito de NÃO ser ofendido. Aceita que dói menos.
  • Ex-microempresario  28/01/2020 17:20
    Já foi dito tantas vezes que até cansa:

    "...um exemplo de exercício do direito à liberdade de expressão, mas uma liberdade inconsequente, discriminatória e bárbara..."

    Por isso que chama-se liberdade.

    Se só fosse possível se expressar da forma que A ou B acham adequada, não-discriminatória e consequente, não seria liberdade.
  • Usando o bom senso  29/01/2020 18:41
    "isso é um problema decorrente da ausência de propriedade das ruas. Em uma rua privada, há leis. É proibido haver som alto".

    Caro, uma coisa é você ser partidário de determinada ideologia; outra é permitir-se cauterizar a mente por causa dela a ponto de perder o fio da meada das coisas e atropelar o bom senso. Vamos lá! Não é difícil usar a imaginação: o sujeito é dono da casa, do terreno e da rua onde a casa foi construída. Quem passa por essa rua ou mora dentro do seu terreno obedece às regras do sujeito, que é o proprietário. Este coloca o som alto que, pelas razões ÓBVIAS elencadas anteriormente, chega bem longe incomodando outras pessoas. Caracas! Qual é a dificuldade em entender isto?!
    Ah! Aproveito também para dizer que não, isto não é um problema da ausência de propriedade das ruas. Primeiro porque o problema não seria resolvido simplesmente privatizando as ruas, como bem mostra o exemplo que dei acima. Segundo porque mesmo hoje em sociedades estatais existem leis que proíbem som alto em ruas. Não se precisa que seja libertária para isso.

    "De novo, qual a sua dúvida?"

    Nenhuma. Eu não apresentei dúvida alguma em momento algum. A única coisa que fiz foi endossar o que já foi afirmado no artigo e acrescentei a opinião pessoal de que o especial de natal em questão usou de uma liberdade desrespeitosa ao próximo. Não foi dívida; foi um afirmação.

    "Só pode estar de zoeira [...] balbúrdia nenhuma".

    Novamente, fique calme e esfrie o sangue. Não me referi a som alto neste caso. Emiti uma resposta ao caso da minha filha de 9 anos para quem o vizinho balançou o pau da janela da sua casa. Releia. Você afirmou que isto é uma ofensa à propriedade privada da guria e que em uma sociedade libertária, poder-se-ia acionar um tribunal privado; já em uma estatal nada se pode fazer além de ficar a chupar dedo. Eu respondi expondo o ÓBVIO: mesmo em sociedades estatais se pode acionar as autoridades em um caso desses...

    "Só pode estar de zoeira, não é possível. Um som continuamente alto, além de ser uma contínua transgressão à sua propriedade...".

    Viu só como não é difícil enxergar e admitir o óbvio? Não é porque todo humano tem o direito de pintar o sete dentro dos limites de sua propriedade que está tudo, ok e dane-se os outros. Às vezes, o exercício de sua liberdade privada violada o espaço privado alheio e, neste caso, pode-se recorrer a proibições e limites da liberdade individual. Nota-se que, na prática, uma sociedade libertária seria tão cheia de proibições (e com toda razão) quanto o é uma estatal. Meros e singelos dois exemplos que dei rapidamente deixaram isto bem claro. Acionar um tribunal privado ou estatal é irrelevante aqui, pois não é o foco da questão. O que está em evidência e se pode ou não acionar um tribunal e fazer o que der na telha desde que dentro de sua propriedade e descobrimos que não, não pode EM AMBAS AS SOCIEDADES.

    Repito: "Ter direito de dizer o que bem entende sobre qualquer assunto é algo muito bom e um claro exercício do direito à liberdade de expressão. No entanto, julgo ser um ato nocivo à civilidade humana exercer tal direito de forma não sábia, inconsequente". Tão somente isto...

  • Usando a inteligência  29/01/2020 18:56
    "Não é difícil usar a imaginação: o sujeito é dono da casa, do terreno e da rua onde a casa foi construída."

    Dono da rua?!?! O cara comprou a Rua Augusta inteira?!

    Tá vendo só, você inventa um cenário esdrúxulo, fala merda, e aí acha ruim quando é refutado.

    Meu doce, não existe isso de um cara ser o dono de uma rua inteira. A menos, é claro, que ele tenha sozinho construído esta rua. Aí, sim. Mas, ora, se o cara construiu a rua inteira sozinho, e você foi voluntariamente morar lá, aí é óbvio que você vai ter de se sujeitar às regras dele.

    De novo, qual a dificuldade em entender esse básico?

    "Quem passa por essa rua ou mora dentro do seu terreno obedece às regras do sujeito, que é o proprietário. Este coloca o som alto que, pelas razões ÓBVIAS elencadas anteriormente, chega bem longe incomodando outras pessoas. Caracas! Qual é a dificuldade em entender isto?!"

    Sim, se o sujeito construiu a Rua Augusta SOZINHO, ou então se tornou o proprietário ÚNICO dela (ou seja, pagou TODOS os outros moradores para comprar a fatia de cada um), então sim, você terá de aceitar as regras dele.

    Falta agora só visualizar a real possibilidade deste cenário. E o fato de você ter de recorrer ao absurdo para tentar provar um ponto já mostra, por si só, a superioridade deste arranjo.

    Aliás, repare: no arranjo atual, seu vizinho põe o som que quiser, e você não pode fazer absolutamente nada. Já no cenário que você ataca, seu vizinho teria de ser o proprietário ÚNICO de TODA a rua para fazer isso.

    Se você ainda não entendeu esse básico, é porque é burro mesmo, e eu nada posso fazer por você.
  • Usando o bom senso  30/01/2020 13:51
    "Tá vendo só, você inventa um cenário esdrúxulo, fala merda, e aí acha ruim quando é refutado".

    Respire e tome um copo com água.
    Não, senhor. Não há nada de esdrúxulo aqui. Estou expondo situações perfeitamente verossímeis e que, de fato, ocorreriam corriqueiramente em uma sociedade libertária.

    "Meu doce, não existe isso de um cara ser o dono de uma rua inteira. A menos, é claro, que ele tenha sozinho construído esta rua".

    Então existe certo? Aliás quem é você para dizer que não existe isto ou aquilo no concernente a propriedades em um mundo libertário? Prezado, o sujeito poderia perfeitamente ser dono deu uma longa propriedade e nela construir uma rua inteira (estou surpreso por você ver isto como algo que não ocorreria. É sério; por esta eu não esperava), ter vizinhos FORA de sua propriedade -- e que, portanto, não estão sujeitos às suas regras --, mas perto o suficiente para ouvirem o som alto, POIS SOM NÃO RECONHECE FRONTEIRAS. Não é tão difícil entender isto. O vizinho incomodado poderia recorrer a autoridades privadas para solucionar o problema OU o sujeito do som alto poderia se resguardar de incomodar vizinhos POR SIMPLES QUESTÃO DE BOA VIZINHANÇA.

    Dica: você não vai entender o que estou dizendo sem ter sempre em mente o caso do especial de natal exposto no artigo. MESMO TENDO DIREITO DE VINCULAR COISAS QUE A COMUNIDADE CRISTÃ CONSIDERASSE DESRESPEITOSA ÀS SUAS CRENÇAS, OS PRODUTORES PODERIAM PERFEITAMENTE ABRIR MÃO DO TAL DIREITO EM NOME DE NÃO CORRER O RISCO DE OFENDÊ-LA COMO FIZERAM VOLUNTARIAMENTE EM RELAÇÃO AOS ISLÂMICOS.

    "De novo, qual a dificuldade em entender esse básico?"

    Eu é que te faço esta pergunta.

    "Se você ainda não entendeu esse básico, é porque é burro mesmo, e eu nada posso fazer por você."

    Tomou a água? Tome de novo...

    Repito: nada impede o sujeito ser dono da rua inteira em uma sociedade libertária. Quem disse que em uma sociedade libertária ele só pode ter metade da rua? Você mesmo colocou um cenário PERFEITAMENTE POSSÍVEL em que isto ocorreria.

    Entenda de uma vez por todas: mesmo que o sujeito pinte e borde dentro de sua propriedade,pois tem todo direito, ainda assim os tentáculos de suas ações podem se estender a pessoas fora de suas fronteiras. Uma sociedade, para continuar como tal, tem que, diante disto, criar regras que valham para todos, MESMO PARA QUEM NÃO CONCORDOU COM ELAS". É aí que nascem leis, valores morais, etiquetas, contratos "sociais" etc. Notou que agora eu disse "sociedade" sem acrescentar o adjetivo libertária, estatal, comunista etc? É porque, aqui neste ponto, isto é irrelevante. Isso vale para toda e qualquer sociedade humana. É impossível existir sociedade civilizada sem estas coisas.

    Este é um dos grandes problemas de muita gente: elas abraçam uma ideologia que lhes parece boa com aquela sensação de que finalmente encontraram a solução para todos os problemas humanos. O sentimento de epifania leva o indivíduo a não pensar nos detalhes, e ele nunca para para refletir nas situações reais que ocorreriam, no como as coisas se dariam na prática caso a ideologia fosse implementada. Querem é empurrar tudo com a barriga e dane-se os detalhes.



  • Pobre Mineiro  03/02/2020 18:45
    ...ao caso da minha filha de 9 anos para quem o vizinho balançou o pau da janela da sua casa.

    9 anos eu concordo que é abuso, mas se ela tivesse uns 14 anos (pode variar de pessoa pra pessoa, de acordo com o amadurecimento)

    Aí eu diria: quem não quer ver estrelas, que não olhe para o céu. Se a garota fica olhando, certamente estará gostando...
  • anon  12/05/2021 19:57
    .


    Galera, fiz um site para promover a liberdade de expressão, se puderem ajudar a compartilhar eu agradeço.

    post-speech.herokuapp.com/posts/post?id=0


    .
  • Pérsio   01/05/2022 11:20
    Hélio Beltrão, como sempre, escreveu um excelente artigo. Entretanto, tenho algumas dúvidas sobre a liberdade de expressão. Alguns acreditam que ela deva ser absoluta, outras que deve ter algum limite. Gostaria de comparar com a liberdade de ir e vir. Ela é necessária, mas não é "absoluta". Afinal, EXISTEM as leis de trânsito. Não posso dirigir na contramão, nem ignorar o sinal vermelho, estacionar sobre a calçada ou dirigir no acostamento de uma rodovia. Nem por isso reclamo da existência dessas leis, que limitam a liberdade de ir e vir.
  • Ex-microempresario  01/05/2022 15:34
    Pérsio, em primeiro lugar as leis de trânsito não impedem ninguém de ir e vir. Apenas regulam a forma de fazer isso. Por quê? Porque, ao contrário das palavras, acidentes de trânsito machucam, então é conveniente definir algumas regras para facilitar. E muita gente acha que as regras impostas pelo governo são excessivas e desnecessárias, tanto quanto as regras que o governo quer impor sobre a liberdade de expressão.

    Note também que as leis de trânsito se aplicam a um público específico: veículos automotores em vias públicas. Você não está sujeito a leis de trânsito se anda a pé, ou se anda no meio do mato. O ideal, claro, seria que as estradas fossem privadas, mas elas teriam regras do mesmo jeito, específicas para elas, assim como a liberdade de expressão existe de forma geral mas cada lugar tem suas regras específicas.
  • Bluepil  01/05/2022 16:06
    Úe, mas ela deve ser absoluta, leis e "limites" na prática servem apenas para ocultar o moralismo por legalismo.

    Por exemplo, se um indivíduo saiu de carro bebado pela rua e acabou atropelando e matando pessoas, na prática ele cometeu um grave erro moral, o que acarretará na destruição de sua imagem perante a sociedade, e potencialmente poderá acabar morto por pessoas buscando vingança caso recuse á ser julgado e punido. Já na sociedade com leis legais instituidas pel0 Estado, o bebado que atropelou pessoas irá temer apenas o Estado, e não o povo e muito menos a família da vítima, e eventualmente sairá de sua prisão e potencialmente irá atropelar pessoas novamente.

    A mesmíssima coisa se aplica ao trânsito, sair desrespeitando sinais e outras normas instituidas pelos donos das ruas só fará com que você seja visto como alguém perigoso e inconsequente.

    Punições na prática só fazem sentido quando feitas de maneira moral.
  • Lucas  01/05/2022 19:24
    Tenho algumas dúvidas sobre a liberdade de expressão. Alguns acreditam que ela deva ser absoluta, outras que deve ter algum limite.

    Liberdade é uma coisa que ou você tem ou você não tem. Não há como ter meio-termo nisso. Se à sua liberdade for imposto algum "limite", então, na prática, você não tem liberdade.

    Isso também não quer dizer que ela seja absoluta, no sentido de você tê-la em todo lugar. Uma pessoa tem liberdade de expressão apenas em sua própria propriedade ou na propriedade de alguém que concordou voluntariamente em lhe conceder o espaço determinado. Logo, não existe isso de "liberdade de expressão absoluta" em todos os lugares; existem apenas direitos de propriedade. Você pode falar o que quiser em sua propriedade, mas não na propriedade alheia.

    Por exemplo, se eu escrever um comentário aqui que a moderação deste instituto não goste, eles têm todo o direito de não publicá-lo ou excluí-lo. E isso NÃO seria um cerceamento da minha liberdade de expressão, dado que eu poderia expor as minhas ideias em um espaço de minha propriedade ou na propriedade de quem me concedeu o espaço. A minha liberdade de expressão só seria cerceada se eu publicasse tal comentário em minha propriedade privada e o IMB utilizasse da força ou ameaça de violência para retirá-lo de lá.

    Isso se aplica ao filme abordado neste artigo. O conteúdo do filme foi publicado em uma plataforma privada que concordou em conceder o espaço determinado. Logo, somente essa plataforma poderia tomar a iniciativa de removê-lo de lá. Mais do que uma violação da liberdade de expressão, a proibição da exibição do filme foi uma violação da propriedade privada da plataforma.

    Gostaria de comparar com a liberdade de ir e vir. Ela é necessária, mas não é "absoluta". Afinal, EXISTEM as leis de trânsito. Não posso dirigir na contramão, nem ignorar o sinal vermelho, estacionar sobre a calçada ou dirigir no acostamento de uma rodovia. Nem por isso reclamo da existência dessas leis, que limitam a liberdade de ir e vir.

    Essas limitações, em tese, não limitam sua liberdade de ir e vir. Afinal, boa parte dessas limitações (se não todas) não se aplica quando você está se locomovendo a pé, por exemplo.

    Embora, conceitualmente seja errado afirmar que o estado têm propriedade sobre algo, vamos assumir que as vias públicas realmente fossem propriedade privada do estado, só para facilitar a explicação. Na propriedade de outras pessoas, são as regras dessas pessoas que se aplicam. Então, se você considerar que as vias públicas são "propriedade" do estado, ele define as regras ali. Se você for dirigir em um autódromo, por exemplo, valerão as regras do proprietário do autódromo. Será ele quem dirá quem pode dirigir ali, como irá fazer isso e quais serão os limites. Já na sua propriedade você poderá dirigir como bem entender, pois tem liberdade para isso.

    Então, resumindo: liberdade está ligada à propriedade privada. Você tem liberdade apenas na sua propriedade privada e na propriedade de quem a lhe conceder. E enquanto você estiver na sua propriedade, ninguém poderá impor limites à sua liberdade, seja ela de expressão, de ir e vir ou qualquer outra.
  • Pérsio   02/05/2022 09:58
    Obrigado por esclarecer minhas dúvidas, vejo agora que eu estava equivocado.


Envie-nos seu comentário inteligente e educado:
Nome
Email
Comentário
Comentários serão exibidos após aprovação do moderador.