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Quem ganha a guerra cambial? Isso é o de menos. O que é garantido é que você perde
É ilusão pavimentar o caminho para a prosperidade via depreciação deliberada da moeda

A boa notícia de ontem, terça-feira,  3 de dezembro, foi a confirmação da retomada gradual e sustentável do crescimento econômico, prevista por nós ainda em abril deste ano.

Agropecuária, indústria, serviços, consumo das famílias e investimentos privados apresentaram crescimento, ao mesmo tempo em que os gastos do governo caíram

Ou seja, o crescimento não é artificialmente impulsionado pelo governo, mas sim guiado pelo mercado.

Nestes sete meses de abril até hoje, o Ibovespa subiu 15%. As expectativas indicam que o PIB deve crescer mais de 1% neste ano, e até 2,5% em 2020.

Além de não haver aventuras nos gastos públicos, o atual crescimento também tem alta qualidade porque, ao contrário de antes, os bancos estatais não mais estão patrocinando uma expansão insustentável do crédito e da moeda.

No gráfico abaixo, a linha azul mostra o total de crédito concedido pelos bancos privados. A linha vermelha mostra o total de crédito concedido pelos bancos estatais. 

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Todo o gigantesco crescimento do crédito ofertado pelos bancos estatais observado a partir do final de 2008, com o início da Nova Matriz Econômica, começou a ser revertido, com seu espaço sendo mais que absorvido pelos bancos privados. Sendo assim, a efetiva estatização do crédito, ocorrida a partir de 2013, quando o volume de crédito dos bancos estatais ultrapassou o dos bancos privados, foi recentemente desfeita.

Isso é positivo, pois, ao menos no Brasil, bancos estatais tendem a conceder empréstimos seguindo critérios políticos, ao passo que os bancos privados tendem a se preocupar mais com as reais condições de mercado.

O crédito total está comportado e hoje representa menos de 48% do PIB, após ter atingido exagerados 55% do PIB no topo do ciclo de crédito, em 2016.

Em linha com o histórico de retomadas, o setor privado lidera a expansão

Onde está o problema

No entanto, pelo lado negativo, há más notícias quanto ao câmbio e ao cenário externo.

Desde o início de novembro, o dólar subiu de R$ 4 para R$ 4,20. Ainda em julho, estava em R$ 3,72. 

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Houve alguma deterioração das contas externas, mas o mercado tem se assustado mais com uma suposta intenção da área econômica em deliberadamente depreciar o real.

Os ministros de áreas econômicas no mundo esquivam-se de comentar sobre o câmbio, pois o mercado interpreta como sinalização de política. Paulo Guedes, em evento recente, descuidou-se dessa norma ao afirmar que "não estou preocupado com a alta do dólar", que "acha compreensível a alta do dólar", e que o dólar "tende a ir para um patamar mais alto".

Se a máxima autoridade econômica do país deixou explícito que a alta do dólar não será atacada, então o recado enviado ao mercado financeiro foi claro: comprem dólar sem medo, pois o Banco Central nada fará em contrário. O mercado simplesmente aquiesceu e comprou dólares. 

Adicionalmente, o Banco Central segue sinalizando mais um corte adicional da SELIC neste mêsque pode chegar a 4,5% ao ano, a menor taxa básica da história do real. Tais reduções tendem a causar alta do dólar, pois taxas de juros menores fazem com que o real perca atratividade no mercado internacional, reduzindo a demanda por ele, e, logo, seu cotação.

Dado o total silêncio da área econômica quanto à intenção de almejar um real forte, o mercado conjectura que há uma política informal de alta do dólar. Ato contínuo, ele faz o ajuste e derruba a cotação do real.

As consequências podem ser dramáticas. O trilema de Mundell-Fleming indica que, em um país com entradas e saídas financeiras amplamente liberadas, como é o caso do Brasil, é impossível simultaneamente ter uma política monetária independente (isto é, o Banco Central estipulando a taxa básica de juros) e um patamar estável de câmbio. Ou seja, ou o BC determina a SELIC (manipulando a base monetária com este intuito) ou ele busca ativamente um patamar de dólar (vendendo/comprando dólares e, com isso, afetando a base monetária e, consequentemente, a SELIC). Uma política ativa desintegra a outra.

O mandato do BC é calibrar a SELIC para alcançar a meta de inflação de preços determinada pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 4% em 2020. Inexiste meta de crescimento econômico ou de patamar de câmbio. Porém, se passar a haver uma meta informal de patamar de câmbio, a institucionalização construída por mais de 20 anos poderá ficar prejudicada.

O governo dá sinais de impaciência com o ritmo de reformas no Congresso. Poderá estar mesmo apostando em uma alta do dólar como faísca para induzir crescimento?

No auge da brutal recessão de 1981 a 1983, a dupla Delfim-Galvêas incitou crescimento por meio de exportações decretando uma maxidesvalorização de 30% da moeda nacional, porém sem sustar sua política inflacionista de expansão da quantidade de dinheiro na economia. Houve crescimento do PIB de 5% em 1984, mas em dólares os brasileiros ficaram mais pobres. A inflação dobrou de 100% para 200%, e engatou-se a sequência de planos mirabolantes confeccionados pelos doutores em economia, que causaram a década perdida. 

A desvalorização da moeda nunca fica impune. É ilusão pavimentar o caminho para a prosperidade por meio da depreciação deliberada. Caso fosse possível, Venezuela e Zimbábue seriam países ricos.

Atualmente, a desvalorização do real perante o dólar ainda não gerou um sensível aumento generalizado de preços porque os preços da commodities, em dólares, estão próximos das mínimas históricas. Consequentemente, os preços das commodities, em reais, ainda não estão em sua máxima histórica (em outubro, estava no mesmo nível em que estava no fim de 2015).

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No entanto, o encarecimento da carne e dos combustíveis, integralmente ligado ao enfraquecimento do real, já começa a incomodar. (Veja a evolução do preço do quilograma da carne negociado na B3). Se isso não for revertido a tempo (pelo fortalecimento da moeda), a coisa pode se complicar.

Para concluir

O mercantilista Trump interpretou a desvalorização do real como truque cambial e retaliou por meio de tarifas ao aço e alumínio brasileiros. O protecionismo e a guerra cambial escalam no mundo. 

Nessa seara, certa está uma desprezada filósofa brasileira: "Não acho que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder... vai todo o mundo perder!".


autor

Helio Beltrão
é o presidente do Instituto Mises Brasil.

  • Cristian Hamm Sparrenberger  04/12/2019 18:28
    "Se isso não for revertido a tempo (pelo fortalecimento da moeda), a coisa pode se complicar."

    Compreendo que isso irá acontecer, tanto como já está a acontecer, mas poderiam por favor me explicar mais sobre isso? Quais os efeitos a curto e médio prazo se resultarão das medidas tomadas pelo BC...

    Sou recente na Escola Austríaca de Economia, e por mais que eu esteja compreendo os conceito, ainda possuo dificuldades em entender as consequências a curto, médio e longo prazo das medidas.
  • Leandro  04/12/2019 19:00
    Reduz a SELIC, a demanda externa pelo real cai, o dólar encarece (em termos do real), todos os preços das commodities sobem (em reais), aumenta a carestia, principalmente de alimentos e combustíveis.

    Olhando em retrospecto, a redução da SELIC de 6,50% para 5% foi completamente atabalhoada. E manter a promessa de que ela será reduzida para 4,50% já está além do insano.

    Até o final de julho, quando a SELIC estava em 6,50% e o dólar estava a R$ 3,70, a coisa ia relativamente bem. Os indicadores de julho mostram que aquele foi o melhor mês do ano (e que influenciou fortemente o PIB do 3o trimestre). Mas aí -- por motivos que não quero aqui especular --, o BC decidiu que reduzir a SELIC em 0,5 ponto percentual (quando o mercado esperava 0,25 p.p.) seria essencial para "retomar o crescimento".

    Já haviam reduzido de 14,25% para 6,50%, sem grandes efeitos, e aí acharam que reduzir de 6,50% para 6% seria a medida que, aí sim, faria toda a diferença...

    Só que, no mesmo dia, o Fed reduziu a taxa básica americana em apenas 0,25 ponto percentual e, ao contrário do que esperava o mercado, sinalizou que isso não era o início de uma série de corte.

    Ou seja, no mesmo dia, o BC brasileiro reduziu mais que o mercado esperava (e sinalizou que vai reduzir mais), e o Fed sinalizou que irá reduzir bem menos. O BACEN ficou dovish e o Fed ficou hawkish.

    Dali em diante tudo desandou. O BC continuou reduzindo a SELIC em 0,5 ponto percentual ao mesmo tempo em que o Fed reduzia apenas 0,25 ponto. Por mais que ficasse claro que o real estava se desvalorizando por causa disso (pois a demanda por ele estava caindo), o BC chicaguista ainda assim continuou indiferente a tudo. Com isso, tornou-se muito arriscado para o estrangeiro vir aqui até mesmo para especular, quanto mais para investir produtivamente. Houve uma redução da demanda pelo e um aumento da demanda por dólar.

    Isso vale ser repetido: com as seguidas reduções da SELIC, e principalmente com as seguidas sinalização de que viriam novas reduções, ao mesmo tempo em que o Fed se tornou bem menos dovish, deixou de ser atraente para o estrangeiro vir para cá até mesmo para especular, quanto mais para portar o real.

    Por si só, nada tenho contra a redução da SELIC, desde que ela visse acompanhada de um plano para impedir o esfacelamento do real. E esse plano não só não veio, como, ao contrário, foi deixado claro que o plano era exatamente esfarelar o real.

    Aí, é um abraço.

    Em todo caso, ainda descrevi o que deveria ser feito (mas não será feito por motivos ideológicos).

    Primeiro leia aqui.

    Depois aqui.
  • Jordan  04/12/2019 19:19
    Governo baixou juros antes da hora, prejudicando o carry trade. Aí, depois que o dólar começou a disparar, anunciou venda de reservas em simultâneo a compra de dólares no mercado futuro. Ou seja, não adiantou nada. Ao fazer isso, ele chamou o mercado pra dançar. Mercado pelo visto gostou. E, pra piorar, agora ainda tem a pressão dos fundos nacionais que estão comprando dólar pra se proteger, pois todos eles são elefantes pesados agarrados no DI e não conseguem se mover.
  • Constatação   05/12/2019 23:33
    Deve-se entender, então, que a sociedade (ou a parte esclarecida dela) esteja fazendo seu sacrificio entendendo o que é economia real, para dar uma base ao que é um 'meio castelo de cartas".
  • Felipe  07/09/2020 17:11
    Leandro previu mesmo. As commodities em real sofreram algo atípico nesse começo de 2020 por causa do choque de oferta e demanda com os lockdowns. Agora estamos começando a voltar para a realidade. O IPA já voltou aos mesmos níveis do começo do ano passado, só que naquele período o dólar estava bem mais barato do que hoje.

    Com a carestia aumentando, provavelmente vai ter gente querendo que aumente o valor do auxílio emergencial. Aumentando o auxílio, aumenta o endividamento e a inflação, já que ninguém está interessado em fechar agências reguladoras, secretarias e limpar cargos comissionados (Bolsonaro recriou o Ministério das Comunicações para supostamente "ter governabilidade") para cortar gastos. Para privatizar um formigueiro, um parto.

    Algo que automaticamente aumentaria o valor tanto dos salários quanto do auxílio seria o governo buscar uma moeda forte, empurrando várias reformas supply-side, inclusive desregulando o soviético mercado de trabalho. Aproveitar e melhorar a carteira verde e amarela, tornando uma lei permanente e para qualquer faixa etária, inclusive adolescentes.

    O Leandro disse, mas a redução da SELIC feita pelo Temer foi boa, pelo menos boa até o fim de 2017, quando eles alopraram de vez. O real fortaleceu mundialmente nesse período, ao mesmo tempo em que os juros caíram. Se eles tivessem mantido fielmente essa política monetária (inclusive o Bolsonaro), hoje estaríamos com câmbio abaixo de R$ 3,50 na pior das hipóteses.
  • Leandro  07/09/2020 19:12
    A política monetária estava toda correta até março de 2018.

    Foi ali que tudo começou a desandar com uma redução desnecessária da Selic para 6,50%. O gráfico do câmbio é cristalino: foi no início de abril de 2018 que o dólar começou a disparar.

    ibb.co/3T2BD9Z

    Ao mesmo tempo, o petróleo também começou a subir no mercado internacional. Aí o golpe foi duplo: de um lado, petróleo mais caro em dólares; de outro, dólar mais caro em reais. Resultado: greve dos caminhoneiros.

    O dólar nunca mais voltaria à faixa dos R$ 3,15 — 3,30.

    No início de 2019, houve uma calmaria. As expectativas para o novo governo eram altas. E, até o fim de julho daquele ano, o BC não fez besteira. Julho de 2019 foi economicamente o melhor mês observado do ano, com Selic a 6,50% e dólar a R$ 3,70.

    Mas aí, no dia 31 de julho, contrariando totalmente as expectativas de mercado e sem absolutamente nenhuma necessidade, a Selic é reduzida de 6,50% para 6%. Toda a degringolada começou ali. Sinto-me muito tranquilo para falar sobre isso porque, quem acompanha este site, sabe que fiz praticamente uma narrativa em tempo real das coisas, alertando exatamente para este risco.


    P.S.: e, caso alguém queira me rotular de "viúva do CDI" por estar criticando a condução da Selic, quero deixar claro que meu principal investimento é o ouro, no qual invisto mensalmente desde 2013, e o qual se valorizou profundamente com essa política de redução da Selic. Ou seja, na prática, eu ganhei com essa postura do Banco Central — de modo que, ao criticá-la, não o faço por nenhum interesse "rentista"; se eu fosse guiado por interesses rentistas, eu estaria defendendo ainda mais reduções da Selic e ainda mais desvalorizações cambiais.
  • Felipe  07/09/2020 20:52
    Até ele reapareceu. Que bom.

    Agora, com os juros negativos, na prática a dívida bruta do governo vai caindo ano após ano, já que os juros sobre a dívida vão diminuindo?

    No caso da Venezuela, o governo consegue ainda se financiar por títulos ou é por pura monetização da dívida? Eu acho que a Venezuela está recebendo subsídio externo, já que lá nem gasolina tem mais.

    Esse ano farão 20 anos de dolarização do Equador. Isso deveria ser motivo de comemoração para eles. O presidente que fez essa benção ao povo equatoriano ainda tomou um golpe de estado dias depois dessa medida. O que surpreendeu é que isso conseguiu ser feito lá e o Rafael Correa não ter recriado o sucre, como recentemente fizeram com o Zimbábue. Talvez ele mesmo soubesse que isso o ameaçaria eleitoralmente. Steve Hanke, venha para o Brasil.
  • Trader  08/09/2020 15:34
    "Agora, com os juros negativos, na prática a dívida bruta do governo vai caindo ano após ano, já que os juros sobre a dívida vão diminuindo?"

    Vai depender dos déficits. De nada adianta, do ponto de vista da dívida, ter juros reais negativos, se o déficit orçamentário se aproxima de 10% do PIB.

    "No caso da Venezuela, o governo consegue ainda se financiar por títulos ou é por pura monetização da dívida? Eu acho que a Venezuela está recebendo subsídio externo, já que lá nem gasolina tem mais."

    Eu não consigo conceber alguém que empreste para o governo da Venezuela. Mas sempre tem louco para tudo.

    Em todo caso, duvido que haja demanda por títulos do governo precificados em bolívares. Pode haver, aí sim, demanda para títulos precificados em dólares. Mas são extremamente arriscados.

    "Esse ano farão 20 anos de dolarização do Equador. Isso deveria ser motivo de comemoração para eles. O presidente que fez essa benção ao povo equatoriano ainda tomou um golpe de estado dias depois dessa medida. O que surpreendeu é que isso conseguiu ser feito lá e o Rafael Correa não ter recriado o sucre, como recentemente fizeram com o Zimbábue."

    Existem os esquerdistas ignaros, com Chávez, Maduro e os Kirchner, e os esquerdistas espertos, como Correa e Evo Morales. A diferença se nota, acima de tudo, na condução da moeda.
  • Felipe  08/09/2020 15:54
    Eu até vou fazer um mea culpa, porque o presidente que dolarizou, antes de chegar à dolarização, fez um monte de coisa errada. Congelou poupança, criou imposto em transação, tentou restringir saques... eu acho que os livretos que o Steve Hanke distribuiu para o governo equatoriano serviram para uma coisa. Coisa que eu acho que deveria ter acontecido aqui no Brasil também.

    Equador é uma verdadeira zona, a única coisa que segura lá atualmente é o dólar.
  • Imperion  08/09/2020 15:22
    O auxílio emergencial, infelizmente, é pró-demanda. Sem políticas pró-oferta, carestia aumentará.

    Uma ótima pra gerar empregos de baixa renda: extinguir as categorias MEI, liberar um número maior de contratação de um pra dois.

    As MEI serviriam pra gerar negócios iniciais, mas com a burocracia das categorias, elas não decolam.

    Compensa ficar abaixo da lei, pois o que dá dinheiro não é abarcado pelo sistema de categorias.

    O ser humano pode produzir milhões de coisas diferentes e ofertar. Um sistema de categorias de 80 não chega nem perto de caracterizar o que o ser humano pode construir. O sistema é altamente restritivo. 
  • Felipe  08/09/2020 15:54
    Concordo.
  • Felipe  25/02/2021 04:20
    "Já haviam reduzido de 14,25% para 6,50%, sem grandes efeitos, e aí acharam que reduzir de 6,50% para 6% seria a medida que, aí sim, faria toda a diferença..."

    As reduções de juros no governo Temer foram acertadas, pois elas não afundaram o câmbio. Pelo contrário, o real se apreciou e se manteve assim até o início de 2018. Foi ali que veio o problema. Reduziram os juros enquanto o Fed aumentava, e veio a greve dos caminhoneiros.

    De qualquer forma, é impossível o governo acertar na taxa de juros. O BCB deveria imitar o MAS e atrelar o câmbio à uma cesta de moedas do mercado internacional (será que os singapurianos não revelam as moedas escolhidas como lastro para evitar ataques especulativos?). Ainda é imperfeito, mas bem melhor do que essa porcaria de tripé macroeconômico.
  • Kennedy  04/12/2019 18:37
    Minha única esperança no momento era de que o aumento de tarifas que o Trump fez e o encarecimento das carnes fizessem a equipe econômica ter medo do IPCA sofrer pressões inflacionárias, e assim, cuidassem do câmbio. Aparentemente isso foi por água a baixo porque o Guedes rebateu o Trump dizendo que com o câmbio flutuante "agora o Brasil caiu numa posição correta".

    As estimativas de crescimento estão apontando 2,2% pro ano que vem e 2,5% pra 2021 e 2022. Se o governo cuidasse bem do câmbio, as estimativas chegariam facilmente em 3% e Bolsonaro se reelegeria fácil, mas ao invés disso, provavelmente ainda vamos ter que nos assustar com um coronel neoinflacionista concorrendo.
  • WDA  08/12/2019 23:41
    Pensei quase a mesma coisa. Podia bater o desespero no Bolsonaro e ele começar a implorar pro Paulo Guedes dar um jeito de aumentar o valor do real. Mas como o Bolsonaro não entende nada de economia e confia muito no Guedes, acaba por deixar este último fazer o que quer. E como bom chicaguista que é, não está nem aí para as flutuações do câmbio, com todas as consequências negativas que isso pode gerar quando o que ocorre é sua intensa desvalorização.
  • Felipe  04/12/2019 18:51
    Não vou esperar um Real forte nesse governo atual, a não ser que eles tomem vergonha na cara e deixem o Dólar Americano entrar no país livremente, como é feito no Peru. Pode-se esperar alguma recuperação nesses 4 anos, mas ainda haverão toneladas de coisas para serem feitas, pois a farra depois da CF/88 já acabou. Já estamos na armadilha da renda média e estagnados há tempos. Câmbio atrelado já foi tentado e não funciona, câmbio flutuante não funciona (funcionou no Chile porque o ambiente jurídico não é essa zona que existe aqui; infelizmente lá estão estragando de novo por causa dos comunistas assassinos do Foro de São Paulo, que não aguentam perder).

    Curioso é que durante a primeira fase do Plano Real (o Plano Real original, de fato) houve também uma proporção maior de crédito de banco estatal.
  • Vinicius  04/12/2019 19:44
    Guerra cambial é um nonsense! Sabe quem não faz guerra cambial? O Franco suíço!! Câmbio fixo (Currency Board) em ouro única solução.
  • Dilmo  04/12/2019 20:17


    Nessa recente entrevista a partir do sétimo minuto, o PG deixa claro a sua visão de que Real valorizado gera desindustrialização e que importações baratas competindo com a sacrossanta indústria nacional não é algo desejável.

    Infelizmente não será nesse governo que o brasileiro vai poder aproveitar as bençãos de se ter uma moeda forte.
  • Régis  04/12/2019 20:24
    Aí é game over. Em definitivo. O cara dizer que as importações são baratas (sendo que o Brasil sempre foi o país mais fechado do mundo entre os países relevantes) é de acabar com qualquer esperança. Guedes está oficialmente à esquerda de Ciro Gomes.

    Enquanto os chicaguistas (surpreendentemente tão ruins quanto os keynesianos) estiverem no comando da economia, o máximo a ser almejado é não virar uma Argentina.
  • Contra Corrente  04/12/2019 21:24
    Realmente, depois dessa entrevista que dólar abaixo de R$4,00, se voltar a acontecer, só será depois que esses chicaguistas saírem de lá. Enquanto isso o negócio vai ser de R$4,00 pra cima mesmo. Infelizmente
  • Felipe  04/12/2019 23:15
    Assisti quase tudo. Quando ele falou de Real sobrevalorizado e juros altos, ele estava falando do Plano Real, de 1994 a 1998?
  • Skeptic  09/12/2019 19:53
    Eita, tá quase um Guido Mantega.
  • Dj  12/12/2019 01:40
    Até entendo essa crítica e realmente faz todo sentido, porém a Argentina fez isso no século passado e realmente matou sua indústria. Nos dois primeiros anos o argentino era rei, a moeda forte, importava muito. No terceiro ano o setor industrial já estava lascado o desemprego começou a aumentar e o padrão de vida argentino despencou. Depois foi crise em cima de crise.

    Tendo a Argentina como exemplo não seria arriscado fortalecer muito o cambio e corrermos o risco de reamente destrirmos o resto de indústria q nos resta e aumentar desemprego? Seria um ciclo ruim um iria puxando o outro.
  • Pobre Paulista  04/12/2019 20:21
    A queda da selic dos 6% para os 4,5% veio "forçada" por uma queda nos juros futuros, não foi? Qual o erro do Bacen nesse quesito?
  • Trader  04/12/2019 20:33
    O mercado de juros futuros nada mais é do que um mercado onde os traders se posicionam (compram e vendem contratos) de acordo com como eles acham que estarão as taxas no futuro. Apenas isso.

    Se o BC diz que vai reduzir as taxas, então o mercado de juros futuros se posiciona de acordo para tentar acertar e lucrar em cima disso. Aí as taxas caem.

    Durante o governo Dilma, no ano de 2011 e 2012, mesmo com a inflação de preços em ascensão, o BC de Tombini também tinha deixado claro que iria reduzir a SELIC. Consequência: o mercado de juros de longo prazo amassou os juros futuros, pois os traders simplesmente queriam se posicionar de acordo.

    Como todos sabem, tão logo a inflação descontrolou, o BC virou a mão, subiu os juros, e as taxas futuras, até então nas mínimas históricas, dispararam.

    Em suma: o mercado de juros futuros, exatamente como qualquer mercado de futuros (vale tanto para câmbio quanto para o preço do café ou do algodão), nada mais é do que um mercado em que as pessoas meramente tentam adivinhar onde estará o preço de algo no futuro e, consequentemente, tentam se posicionar de acordo.

    Em maio deste ano, quando o dólar esbarrou em R$ 4,10, as taxas futuras estavam subindo. Ato contínuo, Campos Neto veio a público e disse que o dólar a este valor não gerava inflação de preços. Tradução: o BC estava deixando claro que iria reduzir a SELIC de qualquer maneira (que então estava em 6,50%). Imediatamente, os juros futuros desabaram.

    É assim que funciona.
  • anônimo  06/12/2019 20:47
    A produtividade interna não subiu tanto assim, pra baixar tanto os juros. A inflação brasileira historicamente é ocasionada pelos excessos de gastos do governo, e é controlada pelos juros altos. A causa nunca foi eliminada.
    A chuva aumenta o leito do rio e vc controla a vazão com uma represa, pra não ocorrer inundações em algumas áreas Diminuir a represa de uma hora pra outra só faz o excesso de água correr mais rápido, mas o excesso de água sempre esteve la. Vc cora os juros excessivamente , o excesso de gastos do gov volta a forçar a inflação pra cima. O real tá sinalizando que vai desvalorizar, então vc sabendo disso compra dólar porque vc não é burro.
    Os juros tão baixos? Perfeito, mas pra poder ir além, tem que eliminar o déficit de 12 por cento das contas públicas, acabar com o excesso de gastos.
    Sem esse excessivo gastos nas mãos dos burocratas e com esse dinheiro livre pra investimento em produção, a maior produtividade fará o real se valorizar, então o corte dos juros não provocaria inflação.
    Baixar o juros não provoca enriquecimento, gastas mais não provoca enriquecimento. É o aento da produtividade, mais pessoas trabalhando no setor produtivo, menos no burocrático, menos pessoas recebendo sem trabalhar ,
    O país ainda tem uma elevada taxa de desempregados , dos que não procuram emprego, que recebem pela distribuição de renda, 40 milhões de pessoas, o que dá 20 por cento do número de habitantes. Pessoas em idade de trabalhar e contribuir, estão recebendo. Tudo isso puxa a economia pra baixo.
    O ideal sempre de uma economia seria que todo mundo trabalhasse e de preferência no setor produtivo. Assim com todo mundo contribuído com todo mundo,a produção traria prosperidade.
    Mas o Brasil segue a cartilha redistributista e tá aldando para tras

  • GOLD COIN  04/12/2019 20:25
    Qual o motivo do aumento do preço da carne?
  • Humberto  04/12/2019 20:55
    Porque é muito mais vantajoso vender para fora em troca de moeda forte (dólar) do que vender para o populacho aqui dentro em troca de real (moeda cujo próprio governo já deixou claro que quer desvalorizar).

    Só um completo otário trabalharia e produziria em troca de reais quando ele pode vender tudo em troca de dólares.

    Imagine que você é um pecuarista. O que você prefere: produzir para mandar pra fora (pois, ao exportar, você ganha dólares, que é uma moeda forte) ou vender para o populacho em troca de reais que ninguém quer? É óbvio que é muito melhor produzir para vender para estrangeiros ricos que pagam em dólar do que vender para o populacho que paga em reais.

    Adicione a isso o fato de que as exportações para a China foram liberadas pelo governo chinês, e você tem a tempestade perfeita.

    Exportar muito e importar pouco não gera crescimento e é o caminho para a pobreza
  • Bruno  05/12/2019 16:52
    Ouvi esses dias problemas nos porquinhos da China e África. Talvez isso esteja afetando indiretamente o preço tbm.
  • Helliton  04/12/2019 20:30
    O Real não irá ficar nem forte nem fraco. Desde de 1998 a moeda tem sido artificialmente valorizada por juros. O que não é bom para o país a longo prazo. Pois aumenta deficit, encarece o crédito e para piorar o dólares que não entram não é pra investimento e sim pra comprar títulos do governo, que não produz nada. Felizmente estão acabando com isso, a longo prazo pode fortalecer a moeda pois o governo paga o juros a base de inflação.
    Com o real fraco aumenta a exportação, que logo fortalece a moeda. O aumento dos preços da commodities fortalece a moeda, anulando qualquer efeito inflacionário.
  • Vladimir  04/12/2019 20:50
    "Pois aumenta deficit"

    Qual déficit é causado por uma moeda forte? Após especificar, favor explicar por que é ruim (prevejo uma chuva de clichês).

    "encarece o crédito"

    O que encarece o crédito é o déficit orçamentário do governo. Tanto é que a SELIC desabou, mas os juros bancários mal se moveram.

    "e para piorar o dólares que não entram não é pra investimento e sim pra comprar títulos do governo, que não produz nada."

    Dólar que entra pra comprar título do governo não é ruim, pois, cada dólar em titulo do governo é um real liberado para investimento produtivo.

    Mas isso é o de menos. Pior do que um dólar em título do governo é a saída recorde de dólares, como está ocorrendo — o que mostra que, ao contrário do que você imaginou, não está havendo investimentos produtivos.

    Ou seja, a redução da SELIC não só desvalorizou a moeda, como também nada trouxe de positivo em termos de investimento estrangeiro. Informe-se melhor.

    "Felizmente estão acabando com isso, a longo prazo pode fortalecer a moeda pois o governo paga o juros a base de inflação."

    Prove isso.

    "Com o real fraco aumenta a exportação, que logo fortalece a moeda."

    Jesus amado, ainda tem gente repetindo este clichê? Moeda fraca reduz exportações. Não precisa acreditar em mim, não. Apenas olhe você próprio os dados:

    d3fy651gv2fhd3.cloudfront.net/charts/brazil-exports.png?s=bzextotd&v=201912030903V20191105&d1=20131204&d2=20191204&type=column


    Exportações caem em 2015 e 2019, quando o real está fraco. E aumenta em 2016 e 2017, quando o real estava forte.

    Eis a explicação para o porquê deste fenômeno:

    A empiria comprova a boa teoria: desvalorizar o câmbio piora a economia e reduz as exportações

    "O aumento dos preços da commodities fortalece a moeda, anulando qualquer efeito inflacionário."

    Aumento do preço das commodities depende totalmente do mercado internacional, principalmente da força do dólar. Isso está completamente fora de nosso poder. Com efeito, enquanto o dólar continuar forte, não há grandes chances de as commodities se valorizarem. Enquanto houver a guerra comercial com a China, idem. E, mesmo que as commodities venham a se valorizar, não há garantia nenhuma de que o real irá junto.

    Sugiro se aprumar.
  • Thiago  04/12/2019 22:00
    O que entendi do que ele quis dizer eh que o controle da moeda através dos juros altos aumenta o gasto da divida, e com ela, o deficit. O que não estaria errado.

    Mas ha outras formas de se conseguir uma moeda forte e juros baixos, seria só implantar um Currency Board com o Dolar como ancora.. O juros do pais tenderiam a ser igual ao americano e a inflação também.

    So com isso isso se mataria um monte de coelho com uma só cajadada. Acabaria a especulação sobre o Real, acabaria a instabilidade, acabaria o problema histórico da inflação e juros altos no Brasil, acabariam os voos de galinha da economia (contando que o ajuste fiscal continuara sendo feito). O pais simplesmente teria a estabilidade economica que o EUA usufrui.
  • Baiano  05/12/2019 04:48
    Infelizmente não será feito porque o governo gosta de distribuir subsídios e bolsas.
  • 55  04/12/2019 21:17
    O principal motivo da disparada do dólar é a SELIC mais baixa da história?
  • Lucas  04/12/2019 21:44
    Isso ajuda. Mas quando o próprio sinistro da economia vem a público dizer que quer uma moeda fraca, aí é que a coisa desanda de vez.
  • Wesley  04/12/2019 21:22
    Desisto de ter esperança de ter uma moeda forte, Paulo Guedes é muito burro, junto com o governo. Vocês acham que teria alguém melhor para por no lugar dele? Sempre esperei que nosso país tivesse moeda forte, impostos baixos, burocracia quase nula e liberdade, é triste isso.
  • Vladimir  04/12/2019 21:43
    Meirelles. Taí um cara que sempre entrega o que promete, e sem decepcionar. E sempre com moeda forte. Nunca teve um dia de moeda fraca sob seu comando (lembrando que ele saiu do último governo em março de 2018. Depois disso a coisa só degringolou).
  • Kennedy  04/12/2019 22:11
    O Guedes não é ruim, o problema é esse murro em ponta de faca que ele dá com a questão monetária. Guedes no Ministério da Economia e Meirelles na Presidência do Banco Central seria muito bom.

    Uma dúvida que eu tenho é sobre o Gustavo Franco, aparentemente ele era cotado para ser ministro da economia se Amoedo fosse eleito e tenho boas impressões sobre ele. Gustavo Franco daria um bom ministro na elaboração de reformas, ajuste fiscal e na questão monetária? Melhor que o Guedes? Gostaria que me tirassem essa dúvida...
  • Felipe  05/12/2019 00:43
    Com certeza com o Meirelles no BC, não teríamos essa vergonha do câmbio disparando. Não foi por acaso que o Lula o colocou lá.
  • anônimo  04/12/2019 22:01
    Acho que vocês estão sendo apressados em julgar;
    Há medidas boas como a conversabilidade, o crescimento da economia está melhorando; O cambio esta descolado do seu preço de ''equilibrio'' mas não é apocalipse ainda;
    Resta saber quando a primeira vai ser votada; Ela tem potencial de fortalecer a moeda..

    Agora, pelo IPCA o cambio está alto, por outros mensuradores de preço, ele pode estar até barato; Quem destruiu nossa moeda e consequentemente o nosso cambio foi a Capivara, com suas inflações que usavam o teto da meta como centro; (Embora ela sempre tenha falado que dobraria a meta ao atingir ela)
  • anônimo  04/12/2019 21:54
    Guedes tá perdidinho, ele ainda não entendeu que o real fraco vai acabar com a popularidade do presidente. Eu achava que o Trump estava falando aquilo pra agradar sua base eleitoral, mas parece que o BC de fato está derretendo o real de propósito. E ao meu ver, que não é "estratégia" nenhuma, é burrice chicaguista mesmo.
  • Lucas  04/12/2019 22:00
    A moeda chinesa é fraca ou forte ?
  • Moeda forte na veia  04/12/2019 22:35
    Como explicar a melhora na economia Brasileira diante o real se esfarelando e o dolar subindo??

    O PIB (com o governo gastando bem menos) esta demonstrando melhoras, ate a nível de média global.
  • Trader  04/12/2019 22:46
    Temos os dados do segundo e terceiro trimestre positivos. O segundo trimestre teve os meses de maio e junho em que o real se fortaleceu. E o terceiro trimestre teve o mês de julho que foi espetacular (o dólar caiu pra R$ 3,71).

    Mesmo o mês de agosto ainda foi positivo, pois, em termos de commodities, o real ainda continuou relativamente estável (veja o último gráfico). Foi só a partir de outubro que a coisa degringolou mesmo. Novembro, então, foi tenebroso. Aguardemos.
  • Moeda forte na veia  04/12/2019 23:17
    O Guedes disse que agora será juros baixos e cambio mais alto porém NÃO artificialmente.
    Se o Acordo dos EUA X China sair (quero saber também qual a chance e o que tu achas), talvez seja uma esperança.

    Agora, sabemos que terá mais redução na SELIC e nada de leilão surpresa com dolar a 3,50. O que mais pode acontecer em termos de politica economica e do acaso externo para que o real se valorize? E qual a probabilidade?
  • Fabrício  05/12/2019 00:22
    Um fato que vale ser ressaltado é a redução de tarifas de importação. Isso ajuda a explicar enormemente por que a desvalorização cambial não gerou inflação de preços.

    g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2019/08/16/brasil-reduz-17-tarifas-de-importacao-mas-pais-ainda-e-considerado-fechado.ghtml

    www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/11/brasil-isenta-tarifa-de-importacao-de-750-mil-toneladas-de-trigo-por-ano.shtml
  • Intruso  04/12/2019 22:38
    Resposta de um leigo: será que o governo abaixou a taxa Selic para desse modo diminuir o gasto dos pagamentos de juros da dívida pública. Uma pergunta: caso o Banco Central fosse independente ele teria reduzido a Selic da forma que foi reduzida?
  • Carlos  04/12/2019 22:50
    Campos Neto é só um pau mandado de Guedes, que está ali apenas pra derreter o real exatamente como quer o chefe chicaguista. Duvido que um Gustavo Franco ou mesmo um Ilan Goldfajn se prestaria a esse papelão.
  • Realista  04/12/2019 22:56
    Esse site deixa de dizer o óbvio em seus artigos e faz com que os eleitores acreditem em suas fantasias. Estamos no final da segunda década do século XXI, existem fundos cambiais. Qualquer pessoa preocupada com a desvalorização do real pode abrir uma conta no Banco do Brasil e investir no fundo BB Cambial Dólar LP. Para que a quantidade de dólares que você tenha hoje e daqui 20 anos seja a mesma, basta investir nesse fundo. Espero que agora esses articulistas saiam da idade das trevas e se juntem à civilização. Liberdade econômica é poder abrir uma conta em um banco e poder investir em fundos como este. Não sejam utopistas. É possível comprar e vender livremente no Brasil, estamos num país livre. Viva a Nação Brasileira!!! Se Chicago não representa o real capitalismo e se o Guedes não vai ser o nosso Chicago Boy, não é um economista refugiado da Ucrânia que vai ditar a economia desta grande nação verde e amarela. O Banco do Brasil é a joia da coroa do Brasil, e ele já oferece a solução para os problemas apresentados por este site no que diz respeito a desvalorização do câmbio. Desvalorizações cambiais são boas pois tornam as nossas exportações competitivas no mercado internacional. E NINGUÉM, NENHUM brasileiro livre desta nação, está impedido de abrir uma conta no Banco do Brasil, e investir no fundo BB Cambial Dólar LP. JB38
  • Anti-utópico   04/12/2019 23:26
    Pois é, mas no Chile também sempre teve essa opção...

    Estranho, né?
  • Jean  05/12/2019 06:50
    Você por acaso é dono de exportadora? Porque caso contrário sinto em lhe informar mas você não ganha absolutamente nada com "nossas exportações mais competitivas lá fora".

    Nem mesmo quem trabalha em uma dessas empresas exportadoras sai ganhando. No final das contas, mesmo estando empregado ,vai pagar mais caro por produtos importados e até mesmo nos nacionais que usam algum tipo de insumo vindo de fora.

    É uma completa insanidade dizer o contrário.



  • Em busca da verdade  05/12/2019 02:05
    A meu ver, a equipe economica parece q tá praticando um keynesianismo disfarçado e envergonhado. E começaram a fazer isso pq meio que viram que a fada da confiança é mito, e que diante duma recessão brutal (primeiro momento) e economia quase parando (segundo momento), não tinham outra alternativa senão recorrer a medidas cada vez mais estimulativas para alimentar a demanda. Tão agr até querendo cambio desvalorizado e tabelaram o cheque especial. O problema é q ainda resistem à ideia duma expansão vigorosa do investimento público.
  • Em busca da verdade  05/12/2019 02:22
    O Brasil é um país todo esculhambado: complexidade tributária altissima, energia cara, precária infraestrutura, mão de obra ruim, e por ai vai. Moeda forte é jogar a pá de cal na industria.
  • Amante da Lógica  05/12/2019 16:00
    Tradução: dado que o país é atravancado por altos impostos, por uma enorme burocracia, por uma infraestrutura extremamente precária, e por um emaranhado indecifrável de regulações, então é óbvio que destruir a moeda irá melhorar toda a situação acima, e ajudar bastante na qualidade de vida da população (que agora não terá poder de compra nenhum, e, por isso mesmo, estará melhor).

    Sensacional. Impecavelmente lógico. Genial.


    P.S.: De fato, com um povo com essa mentalidade, dólar a R$ 4,25 tá até barato…
  • Em busca da verdade  05/12/2019 19:16
    No Brasil o câmbio é questão de vida ou morte para nossa indústria.

    Por que a EA se nega a enxergar a importancia da industria e da necessidade de apoio do estado para seu avanço tecnológico?

    Vejam os EUA, descuidaram e a China os superou com a Huawei. Agora tão tentando correr atrás do prejuízo e atrasando o leilão do Brasil no 5G, pq eles, EUA , estão atrasados tecnologicamente. Mas a China não descuidou de sua industria e tecnologia e está à frente. E agora EA? Deixar por conta do mercado ou fazer uma parceria empresa privada Estado?
  • Erick  05/12/2019 12:06
    Pessoal, desculpem a ignorância, mas, se o real está desvalorizando, porque o Ibovespa está subindo? Não é com a escalada do Ibovespa que o real valoriza? Hoje está em 110mil, patamar nunca atingido antes, e mesmo assim o dolar está maior. Apensar da valorização do Real, ele não está valorizando tanto quanto o dolar? agora, se ambos são valorizando, porque dizer que estão usando uma estratégia de desvalorizar o real? alguém poderia me explicar?
  • Trader  05/12/2019 14:31
    Não existe essa relação que você falou. Prova disso é que na década de 1980, com uma moeda lixo, a bolsa ainda assim bateu seguidos recordes. Aliás, na década de 1970 e 1960 também.

    Atualmente, creio tratar-se de um fenômeno duplo: de um lado, há um fluxo de brasileiros querendo se proteger da desvalorização da moeda (como eu). De outro, há gringos vindo também, pois, em dólares, a bolsa está de graça. Só que estes mesmos gringos, ao virem pra cá, estão fazendo hedge em dólar para se proteger da desvalorização do real (preocupação essa que eles não tinham em 2016 e 2017).

    Vale também lembrar que, em dólares, a bolsa está mais barata do que estava em 2008. Ou seja, não fosse o risco de desvalorização cambial (e estivesse o real minimamente mais estável), o Ibovespa já estaria tranquilamente em uns 130 mil pontos.
  • Felipe  05/12/2019 15:41
    Pessoal, dado que investimento em títulos do governo é naturalmente destrutivo e improdutivo, por que seria ruim ver uma fuga de pessoas indo aplicar nos títulos do governo americano, ao invés de aplicarem no Brasil? Além da taxa de juros influir nos títulos do governo, em quais outros tipos de aplicações essa taxa influi, tanto a SELIC quanto a taxa americana?

    Desculpe em caso de falha de entendimento. Preciso aprender muito ainda.
  • thiago  05/12/2019 16:21
    a moeda não é um produto de mercado e, como tal, não deve ser valorizada pelo mercado? Não me parece correto, ou pelo menos me parece exagerado, dizer que há intenção do governo de desvalorizar a moeda; o governo pode estar simplesmente deixando que o mercado defina o seu real valor, e, nesse sentido, não teria seus méritos? Enquanto isso, está tentando cuidar da segurança, do equilíbrio das contas públicas, da dívida pública, da segurança jurídica e do ambiente de negócios, o que pode em muito contribuir para a valorização da moeda, porém a médio longo prazo.
  • Dalton C. Rocha  05/12/2019 16:40
    "Paulo Guedes fala sobre Trump, Coaf e o crescimento econômico brasileiro" > www.youtube.com/watch?v=ooars2L7adg
  • Amante da Lógica  05/12/2019 16:53
    Para começar, a moeda é um produto estatal. É monopólio do estado e é emitida pelo estado. Para piorar, ela é de curso forçado, o que significa que todos nós somos obrigados a aceitá-la. Se eu me recusar a receber pagamentos em reais serei preso.

    Ademais, e por tudo isso, é função precípua de um Banco Central zelar pela estabilidade da moeda. Isso está explícito logo na página inicial do site do Banco Central.

    Logo, é dever do Banco Central vender (comprar) dólares e títulos públicos visando a manter a moeda estável.

    Aliás, se vender dólares para manter o real forte é "intervencionismo", então tabelar a SELIC seria o quê? Por que vender dólares é anátema, mas controlar juros (preço do crédito) é plenamente aceitável?

    Igualmente, por que comprar/vender títulos públicos (é assim que o BC regula a SELIC) não seria intervencionismo, mas vender dólares seria intolerável?

    Por fim, se vender dólares é intervencionismo, então o governo vender estatais, terras, prédios e quaisquer outros ativos também é intervencionismo. Logo, qualquer privatização/desestatização seria uma medida anti-liberal.

    Percebeu para onde leva essa "lógica" de que não se deve vender dólares para manter a moeda forte?
  • WDA  08/12/2019 23:49
    Realmente, ótimas perguntas.
  • Monarca  05/12/2019 17:06
    O Brasil está no timing perfeito pra faz um Currency Board. O dólar dificilmente irá se inflacionar nos próximos 5 anos.

    Como seria possível, do ponto de vista legal, conseguir pôr em prática? Dependeria apenas do BC?
  • Lehrling  05/12/2019 17:59
    Boa tarde.
    Quais sites/portais os senhores utilizam para acompanhar notícias econômicas e financeiras?
    De preferência isentos ou que possuam uma visão mais próxima da Escola Austríaca.
    Obg
  • Lucas  05/12/2019 19:56
    Também gostaria de saber.
  • Rene  05/12/2019 18:51
    Uma pergunta: É possível controlar, ao mesmo tempo, o câmbio e a taxa de juros básica da economia? Pergunto pq parecem ser duas coisas antagônicas. Se o banco central quer baixar as taxas de juro, ele injeta liquidez no mercado comprando títulos, o que faz o dólar subir. Agora, se ele resolver deixar o câmbio fixo (usando um currency board, por exemplo), aí os juros ficariam a cargo da oferta e da demanda. Atualmente, parece que o foco está em controlar os juros e deixar o câmbio flutuar livremente. O meu entendimento está correto (ainda que a realidade tenha outros fatores que eu não tenha mencionado aqui)?
  • Leandro  05/12/2019 19:54
    Controlar, no sentido de câmbio fixo, não. No entanto, é sim possível o BC vender dólares para apreciar o real sem que isso tire a SELIC do lugar.

    1) Ao vender dólares, o BC retira reais do interbancário, o que pressiona a SELIC para cima.

    2) No entanto, se ele utilizar esses reais para comprar títulos em posse dos bancos, os reais voltam para o interbancário, de modo que a SELIC não sai do lugar

    Ou seja, é sim possível vender dólares para fortalecer o real sem tirar a SELIC do lugar. Mas não, não é possível fixar o câmbio. Para fazer isso, ele teria de abrir mão da SELIC.

    Quem controla câmbio e deixa juros livres é a Autoridade Monetária de Cingapura. Ela não estipula juros e nem faz metas para evolução da base monetária e dos agregados monetários (como faz o BC brasileiro).

    A Autoridade Monetária de Cingapura tem uma única missão: manter uma taxa de câmbio estável. Exatamente como deve ser.

    Na prática, a Autoridade Monetária tem como única função controlar o valor do dólar de Cingapura em relação a uma cesta de moedas das principais economias do mundo. A autoridade monetária de Cingapura não controla juros; ela atua para garantir que o dólar de Cingapura mantenha um valor relativamente estável perante as principais moedas do mundo. Ela faz isso aumentando e reduzindo a base monetária por meio da compra e venda de ativos, respectivamente.

    No site da autoridade monetária tem muita coisa interessante, inclusive a descrição do próprio mecanismo de funcionamento.

    www.mas.gov.sg/monetary-policy

    Veja lá, em destaque:

    "Monetary policy in Singapore is centred on managing the trade-weighted exchange rate with the objective to ensure price stability over the medium term as a basis for sustainable economic growth."

    Ou seja: em vez de controlar juros, a autoridade monetária atua diretamente para garantir a estabilidade do poder de compra da moeda. Os juros, que são o preço do crédito, flutuam livremente. Exatamente como deve ser.

    Há vários links interessantes lá. Clique, navegue, leia, divirta-se.
  • zezao cianureto  05/12/2019 21:34
    Não entendo. Nesse mesmo site li uma matéria em que 1 dólar entre 3,35 e 4,29 reais está dentro da realidade e o artigo é de 2016. ( Qual o valor "correto" do câmbio? Sim, é possível estimar.). Não creio que está ocorrendo uma hiper desvalorização do real.
  • Leitor Antigo  06/12/2019 00:13
    Não é exatamente verdade, né? O que o referido artigo faz é estimar um valor mínimo e um máximo para o câmbio, e então fazer a média. Em momento algum o artigo diz que câmbio de 4,29 "está dentro da realidade".

    www.mises.org.br/article/2901/afinal-o-cambio-esta-barato-ou-caro-eis-uma-maneira-de-estimar-seu-atual-valor-correto
  • Zezao Cianureto   06/12/2019 01:04
    Obrigado o artigo que você cita está mais atualizado que o que eu li. Mas ele colabora com o que eu estou tentando dizer . Se você usar o IPCA como indicador o 1 dólar =3.47 reais. Se usar o IGPM 1 dólar =4.45 reais .
  • Estado o Defensor do Povo  06/12/2019 14:53
    Talvez seja a questão de tendência de desvalorização do real que assombra, desvalorizar a moeda é sempre ruim, fato, não importa se está dentro ou fora dos planos do Banco Central, acredito que seja esse o ponto.
  • anônimo  07/12/2019 01:16
    Não há valor correto pra o dólar, só uma comparação com o dólar, que gerou uma desvaloricao de 384 por cento do real desde que ele foi lançado a 25 anos.
    Supoe se assim que o valor correto varie entre 3,35 e 3,95.
    Abaixo disso o real tá valorizado, acima disso ele tá desvalorizando . Dae tem que ver quais fatores tão provocando dólar acima da máxima .
  • Everton  05/12/2019 23:15
    Leandro, vi um comentário seu sobre o Sachsida ser chicaguista, me fez lembrar de vídeo dele no passado, que ele fazia referência a ser contrário desvalorização da moeda, pois a mesma piora a balança comercial

    www.youtube.com/watch?v=NK4dXXCVpQI
  • Jonathan Viegas  06/12/2019 14:02
    Guedes fala uma coisa, sua equipe fala outra

    valorinveste.globo.com/mercados/moedas-e-juros/noticia/2019/12/05/para-equipe-economica-dolar-deve-ir-abaixo-de-r-4.ghtml

    Tô mais perdido que surdo em bingo.
  • Thiago  06/12/2019 16:02
    Nesse mesmo link :

    "Apesar dessa esperada acomodação do câmbio, a equipe econômica entende que há de fato um novo equilíbrio dos principais preços macroeconômicos, com juros bem menores e taxa de câmbio mais desvalorizada que a verificada ao longo dos últimos anos e décadas. E isso, avaliam, será positivo para o crescimento econômico de longo prazo, fomentando setores exportadores e o industrial."


    Não há esperança. Estamos empobrecendo a passos largos.
  • Estado o Defensor do Povo  06/12/2019 17:22
    Também não sejamos apocalípticos né rapá.
  • Victor  06/12/2019 14:10
    Saber o porquê da ação de um certo indivíduo é uma coisa subjetiva e inexata...agora, saber o porquê da ação de um coletivo já é, com o método correto,uma coisa mais objetiva e exata
  • ALEXANDRE  06/12/2019 14:26
    O grande erro é achar que o dólar está alto por orientação de política econômica (depreciação artificial). Essa depreciação se deve, unicamente, às expectativas dos investidores em relação a eventos externos (EUA x China) e internos (notícias políticas). O Trump também cometeu esse erro.

    A fala do ministro mostra, justamente, que, se depender dele, não haverá intervenção no cambio.
  • Tannhauser  06/12/2019 15:36
    IPCA sobe 0,51% em novembro, maior taxa para o mês desde 2015


    valor.globo.com/brasil/noticia/2019/12/06/ipca-sobe-051percent-em-novembro-maior-taxa-para-o-mes-desde-2015.ghtml
  • Thiago  06/12/2019 15:48
    www.oantagonista.com/economia/guedes-as-despesas-de-juros-vao-cair-r-96-bilhoes/

    Ta aí... Essa loucura com a SELIC tem esse objetivo, diminuir os gastos com juros da dívida.

    O resto pra ele é puro detalhe!
  • Kennedy  06/12/2019 17:45
    Eu tenho a ligeira impressão de que esse último corte de 0,5% na SELIC foi um erro, mas de qualquer forma, ter um câmbio valorizado não exclui a possibilidade de uma taxa de juros baixa.

    Se o câmbio não estivesse desvalorizando, as estimativas de crescimento do país chegariam em 3% facilmente. E se bobear, ainda poderia aumentar mais um pouco se a capitalização tivesse sido aprovada na Reforma da Previdência. E quanto a capitalização, o Rodrigo Maia não havia se comprometido em pautar e debater isso no Congresso no segundo semestre desse ano? Não vejo mais ninguém falando disso, nem o próprio governo...
  • Tannhauser  06/12/2019 19:28
    Só esqueceu de combinar com os Russos, já que a maioria da dívida NÃO é atrelada à SELIC.
  • Gabriel batista  06/12/2019 17:01
    Sensacional o comentário Leandro. Exatamente como deve ser.
  • Bruno Feliciano  06/12/2019 18:43
    Eu quero só ver se as commodities aumentarem de preço, ai meu amigo quero ver o Guedes e o BACEN estarem cagando e andando pra desvalorização.

    Se isso acontecer eu duvido que eles vão manter esse desleixo com real esfarelando, haveria aumento de preços em toda economia e isso levaria a protestos e crises políticas. Os esquerdinha tão se coçando pra começa o quebra quebra aqui, tão só esperando a melhor hora
  • Felipe  06/12/2019 23:29
    Vamos medir a capacidade dos nossos "governantes" com essa. Inflação alta é impopular e derruba qualquer governo.
  • CRISTIANO TAROUQUELA MEDEIROS  07/12/2019 00:43
    O dolar hoje caiu pra 4,14 . O que vcs acham ?
  • Leandro  07/12/2019 14:11
    É bom, mas é pouco. Como as commodities, em dólares, encareceram bastante esta semana (pois a economia americana continua aquecida e agora há uma boa perspectiva quanto ao fim da guerra comercial), em reais elas estão mais caras do que estavam com o dólar a R$ 4,22 (fechamento da sexta-feira da semana anterior).

    Ou seja, as commodities, em reais, mesmo com a queda do dólar, não baratearam muito (veja aqui). Isso é um problema. O dólar terá de baratear bem mais (em reais) para que as commodities ao menos voltem aos preços de outubro (em reais).
  • Felipe  07/12/2019 11:43
    Leandro, eu reli parte de seu artigo ontem falando sobre a Petrobras e esse trecho me chamou a atenção:

    "O que nos leva, finalmente, à única e derradeira solução factível: o governo terá de jogar pesado para aprovar a Reforma da Previdência. E em sua forma hardcore, que economiza pelo menos R$ 800 bilhões em 10 anos.

    A aprovação da reforma dará alguma folga fiscal para o governo (você só precisa ver este gráfico para entender por quê), que então poderá, por exemplo, reduzir o PIS/COFINS dos combustíveis, barateando gasolina e diesel nas refinarias em R$ 0,41 e R$ 0,21, respectivamente.

    Além disso, essa folga fiscal, ao trazer maior equilíbrio ao orçamento do governo, irá restabelecer a confiança de investidores e empreendedores (nacionais e estrangeiros), que então poderão voltar a investir aqui (o que também acarreta na entrada capital estrangeiro).

    Vale repetir o óbvio: um governo com altos déficits e endividamento crescente significa um muito provável aumento de impostos no futuro. Contas desarranjadas não duram por muito tempo. Se o orçamento do governo está uma bagunça, o empreendedor sabe que o ajuste futuro muito provavelmente será via aumento de impostos. Sempre chega o momento do rearranjo.

    Só que empresas planejam a longo prazo. Investimentos produtivos são investimentos de longo prazo. Aumentos de impostos geram custos adicionais no longo prazo e alteram totalmente o cenário no qual as empresas inicialmente basearam seus planos de investimentos. Como investir quando não se sabe nem como serão os impostos no futuro?

    Elementos como previsibilidade, facilidade de empreender e custo tributário são cruciais. Mudanças abruptas nestes itens alteram todo o planejamento das empresas e inibem seus investimentos.

    A reforma da previdência, ao reduzir todas estas incertezas fiscais, tende a estimular investimentos produtivos (nacionais e estrangeiros) de longo prazo. E economia em crescimento sempre é positivo para a moeda, que tende a se valorizar. Se isso for acompanhado de investimentos estrangeiros, mais acentuado ainda será o fenômeno da valorização da moeda.

    Em suma, um governo cujo orçamento está em desordem e com a dívida em descontrole tende a afugentar não só os empreendedores nacionais, como também os investidores estrangeiros, o que acentua pontualmente a desvalorização da moeda. A reforma da previdência, se aprovada, tende a reverter esta situação, atraindo capital externo e, consequentemente, fortalecendo a moeda. "


    A Reforma já está aprovada. De fato isso vai ajudar, mas será que foi insuficiente? Você mudou de visão?
  • Leandro  07/12/2019 13:58
    Logo após a aprovação na Câmara dos Deputados, o dólar caiu para R$ 3,71, exatamente como o previsto.

    Mas aí, por infortúnio, logo em seguida veio uma série de fatores que desalinharam tudo:

    1) O Banco Central começou a reduzir a SELIC com muito mais intensidade que o previsto. A previsão inicial era de que, ao fim de julho, ele reduziria 0,25 ponto percentual e que o Fed reduziria 0,50 ponto percentual; só que aconteceu exatamente o inverso; e o BACEN prometeu levar a SELIC para 4,50%, algo totalmente impensável em julho. Começa uma fuga do real.

    2) No dia seguinte, recomeçou a guerra comercial entre os governos de EUA e China, o que gerou tensão e nova fuga para o dólar

    3) No mesmo fim de semana, houve o "surpreendente" resultado das eleições na Argentina. Nova fuga.

    4) Em uma semana, o dólar saltou de R$ 3,75 para R$ 4,05

    5) Como já estava claro que o BC nada faria para proteger o real, todo mundo fez o que era racional: abandonou a moeda e foi para o dólar. Óbvio: a partir do momento em que a própria autoridade monetária, a suposta "guardiã da moeda", deixa explícito que não está interessada em protegê-la, então o mais lógico a se fazer é sair correndo dela. E foi o que todo mundo fez.

    6) Ao final de agosto, o dólar bateu em R$ 4,18, e aí, finalmente, o BC viu que a coisa estava começando a ficar perigosamente fora de controle, e fez um leilão supresa.

    7) Tal medida foi extremamente efetiva para impor um teto ao dólar. Do fim de agosto até meados de novembro, o dólar nunca superou os R$ 4,18. Especulador ficou com medo de comprar dólar a este valor e o BC fazer um leilão surpresa, o que o levaria a perder dinheiro.

    8) Ao fim de outubro, com a previdência aprovada no Senado, com as coisas mais calmas, e com a perspectiva de uma grande entrada de dólares para o leilão do pré-sal, o dólar caiu para R$ 3,97 (e a tendência era de mais queda).

    9) Mas aí o leilão frustrou as expectativas, e os prometidos dólares não vieram. Para piorar, dois dias depois, Lula foi solto. Junte-se a isso a baderna no Chile, na Bolívia, no Equador, e a situação argentina, e temos que a cotação do dólar, em três dias, saltou de R$ 3,97 para R$ 4,18 (observe que o teto ainda era respeitado).

    10) Aí, para ferrar tudo de vez, Guedes vem a público e deixa claro que um dólar a R$ 4,30 "não era problema nenhum". O recado foi claro: comprem dólar sem medo. E aí a coisa desandou geral: o dólar encostou em R$ 4,28, e o BC, muito tarde, fez dois leilões-surpresas (mas a um volume muito baixo). Pelo menos um novo teto foi imposto.

    11) Nesta última semana, por causa dos bons números do PIB do terceiro trimestre (muito influenciado pelo excelente mês de julho) e por causa de um renovado otimismo externo, o dólar fechou a R$ 4,14. Parece bom, mas as commodities, em dólares, se encareceram bastante, pois a economia americana continua aquecida e agora há uma boa perspectiva quanto ao fim da guerra comercial.

    12) Ou seja, as commodities, em reais, mesmo com a queda do dólar, não baratearam muito (veja aqui) Isso é um problema. O dólar terá de baratear bem mais para que as commodities voltem aos preços de outubro.

    Aguardemos.
  • Felipe  26/02/2021 02:47
    Eu já sabia que o real continuaria a sua desvalorização, mas nunca imaginei que o BCB fosse fazer uma expansão monetária tão abusiva (50 % de subida do M1 em um ano). Sobre a PEC do Orçamento de Guerra: juridicamente ela saiu nesse ano, certo. Ok, mas essa explosão do M1 no ano passado: foi feita pelos bancos privados e estatais através do esquema explicado neste texto, ou o BCB teve envolvimento direto na ação? Ou ambos?

    O Banco Central de la República Argentina, além de poder emitir seus próprios títulos de dívida, também consegue comprar títulos diretamente do governo, como o BCB fazia até a Lei Complementar Nº 101? Essa prática do banco central argentino é que explica também o fato de aquela pancada nos juros feita em 2018 não ter surtido efeito em atrair capitais para o país? Bom, as reservas internacionais até subiram um pouco... Após maio de 2018, os juros reais do país até que ficaram atraentes.
  • Observador  07/12/2019 14:07
    Logo após a aprovação da reforma na Câmara, o dólar desabou e a gasolina e o diesel baratearam por todo o país. Na minha cidade, a gasolina chegou a cair R$ 0,45. Mas depois, as lambanças desse Banco Central chicaguista (que, na prática, é ainda mais keynesiano que o do Tombini) puseram tudo a perder. Desde então, a gasolina voltou a subir R$ 0,20. Se continuar bobeando com o dólar, sobe mais R$ 0,25 e aí anula toda a queda.
  • zezao cianureto  07/12/2019 16:27
    Gente poderia ser pior. Alguém aqui sabe quem seria o Ministro da Economia se o Fernando Haddad fosse eleito?
  • Lucas dos Santos  08/12/2019 00:22
    O economista do Haddad seria o Guilherme Mello.

    A seguir um comparativo das ideias defendidas por ele e pelos economistas dos demais candidatos:

    Proposta dos economistas dos presidenciáveis para 5 temas:

    Contas públicas


    Previdência

    Emprego

    Crescimento

    Reforma trabalhista
  • Wesley  09/12/2019 05:15
    Dilma
  • Skeptic  12/12/2019 16:07
    Marcio Pochmann.
  • WDA  08/12/2019 23:22
    Excelente texto! Muito bem escrito e fundamentado. Falta só esfregar na cara e enfiar nos ouvidos do Paulo Guedes até ele entender e deixar de lado essa maluquice de deixar o real derreter.
  • Felipe  09/12/2019 15:27
    Pessoas da rede, uma coisa realmente interessante da Argentina é com relação ao mercado de carros. Além disso, vou abordar outras questões nas quais o país pequenino é superior ao Brasil, apesar de muitas décadas de peronismo e desastres seguidos. Alguém que já morou na Argentina e/ou mora, pode acrescentar detalhes se quiser.

    Li essas duas colunas de 2008 de um site de carros o qual eu simplesmente amo, e notem que interessante nesses trechos:

    "O trânsito da capital (com base em viagens anteriores, pois nesta não dirigimos lá) não é muito diferente do que vemos em nossos grandes centros, mas se nota a ausência de lombadas, mesmo nas estreitas vias de Bariloche. Nem por isso se vê alguém em velocidade incompatível com a condição: seria o brasileiro tão mal-educado ao volante em relação ao argentino? "

    De fato eu nunca entendi esse tesão por lombadas que muitos brasileiros possuem. Alguma besta quadrada decide não respeitar o "PARE", faz uma cagada, e então esse mesmo idiota vai lá e pede para que coloque semáforo. Ou lombada. O padrão é sempre o mesmo. Na Flórida eu vi algumas, mas são lombadas extremamente bem-sinalizadas e bem suaves. Um único trecho que achei irracional ter colocado lombadas foi em um trecho por onde passa por cima de uma linha férrea. Alguém pode me explicar o motivo de existir esse amor por lombadas por aqui?

    Outra surpresa da mesma coluna:

    "O mercado argentino consumiu 50 mil carros em agosto e 447 mil nos primeiros oito meses do ano, total que o brasileiro atinge em menos de dois meses. Apesar dessa inferioridade em volume, conta com marcas que não atuam no Brasil, como a espanhola Seat, e com vários modelos não disponíveis aqui por importação oficial, casos de Chevrolet Corvette, Honda Legend, Toyota Avensis, Renault Laguna, o conversível Peugeot 207 CC, a minivan Volkswagen Sharan, o Mini da BMW, uma ampla linha Alfa Romeo (159, Brera, GT, Spider) e os Fords Mondeo e S-Max — eles não têm o Fusion, mas aposto que não faz falta, a julgar pelos Mondeos que a Ford usou para transporte de seus diretores durante o evento. "


    Alguns motivos foram expostos posteriormente na própria coluna. Mas deve haver outros. Por que será?

    Nesse artigo que traduzi semanas atrás sobre a Argentina, foi dito de que o argentino médio é culto. Me lembrou de quando o Leandro disse de que o francês é culto. Seria essa uma herança dos tempos de ouro da Argentina, lá do fim do século XIX até a segunda metade do século passado?

    Até o Gol maquiado (chamado de "G4") de lá era superior ao vendido aqui.

    Surpreendente é que o PIB per capita argentino é maior que o brasileiro (US$11 626,90 contra US$8967,90). Também a taxa de desemprego é menor (9,5% contra 12,5%). Neste último aspecto, até o Paraguai está melhor (apesar de ainda ser bem mais pobre do que o Brasil). Em qualidade de infraestrutura, a Argentina está com pontuação de 3,6 de 7 (e na 92ª posição), enquanto o Brasil está com pontuação de 3 de 7 (e na 116ª posição). Falando de ensino, além do fato da Argentina ter prêmios Nobel (e o Brasil não existir nenhum), a Argentina supera em habilidades de graduados (com 4,2 pontos de 7), estando na 61ª posição; enquanto o Brasil tem 3,2 pontos de 7 e está na 131ª posição.

    Em abertura comercial, a Argentina é também superior. Está na 111ª posição, enquanto o Brasil está na 125ª posição. Essas informações podem ser conferidas nesse relatório.

    O Leandro, que eu sei que é um austro-entusiasta de carros, pode talvez também nos ajudar nessa. Após o desastre argentino no começo dos anos 2000, o Peso Argentino era um câmbio flutuante já, dos Kirchner até o governo Macri?
  • Quem quer dinheiroooo?  11/12/2019 13:04
    Prezados, umas dúvidas, por gentileza.

    Saíram algumas notícias destacando a melhoria da trajetória da dívida pública, dizendo que só foi possível por causa da menor taxa de juros. Entendo que estes mesmos juros menores estão afetando o câmbio, depreciando o Real. Como este Instituto sempre defendeu moeda forte e estável, fiquei com uma dúvida: do ponto de vista de melhora econômica, poderia essa melhor trajetória da dívida pública compensar, mesmo que parcialmente, o câmbio pior?

    Outra coisa, e me corrijam se eu estiver errado, por gentileza. Vejo alguns sinais de aumento de demanda por algumas commodities produzidas no BR: a China vai adicionar 10% de etanol no combustível, o cacau e o café estão nos maiores preços do ano, as exportações de carne não param de crescer. Sei que exportações não são impulsoras de crescimento per si, e que se as exportações estão ocorrendo porque a moeda está ficando fraca, como é o caso do Real, então ocorrerá carestia em algum grau. Pergunto então o que poderia ser feito para que o BR aproveitasse essa demanda por mais commodities? Ou não há nada que poderíamos/deveríamos fazer?

    Obg pela atenção.
  • Felipe  25/02/2021 14:27
    "Saíram algumas notícias destacando a melhoria da trajetória da dívida pública, dizendo que só foi possível por causa da menor taxa de juros. Entendo que estes mesmos juros menores estão afetando o câmbio, depreciando o Real. Como este Instituto sempre defendeu moeda forte e estável, fiquei com uma dúvida: do ponto de vista de melhora econômica, poderia essa melhor trajetória da dívida pública compensar, mesmo que parcialmente, o câmbio pior?"

    Efeito é ínfimo. Vejamos: em 2018 houve gastos de juros em R$ 379,184 bilhões. Em 2019, as despesas foram de R$ 367,282 bilhões. No próximo ano, seriam de R$ 312,427 bilhões. De 2019 para 2020, houve uma economia então de aproximados R$ 54,85 bilhões. Parece muito, não é? Não: isso não paga nem metade do orçamento do Ministério da Saúde (e muito menos o que foi gasto com auxílio emergencial). E outra coisa: banco central não faz política fiscal e sim monetária. O nosso, no caso, tenta misturar política cambial, fiscal e monetária. Óbvio que não dá certo. Claro que isso pode mudar com a digitalização do real brasileiro (estou curioso para saber como irão fazer isso, o que eu não entendi até hoje), mas por enquanto é assim que funciona.

    Para piorar, não houve nenhuma austeridade aqui no Brasil: 2020 o governo federal fechou déficit nominal em 13,7 % do PIB (primário de 9,49 % do PIB). A dívida bruta do governo foi de 74,3 %, em 2019, para 89,3 % do PIB em 2020. Para compararmos em déficit nominal, basta dizer que a Alemanha ficou com déficit de 4,8 %, a Índia com 9,5 %, Israel com 11,7 %, Malásia com 3,2 % e Paquistão com 8,1 %. Desses mencionados acima, apenas Paquistão não possui grau de investimento.

    Enquanto isso, o México fechou 2020 com superávit primário de 0,1 % do PIB e déficit nominal de 2,9 % do PIB (em 2019 o superávit primário foi de 1,1 % do PIB e o déficit nominal em 1,7 % do PIB). A dívida bruta ficou em 53,8 % do PIB (em 2019 a dívida estava em 46,8 % do PIB), uma subida considerável, mas ainda em níveis toleráveis para um país emergente, num país que ficou meses fechado e com um governo de esquerda. A Pemex teve um desempenho negativo, de - 0,5 % do PIB em suas receitas brutas, pior desempenho desde 2016. O orçamento, em valores nominais, mudou pouca coisa (veja em comparação com o Brasil). Vale lembrar que o Brasil não tem um mísero superávit primário desde 2014 (e está previsto para ter somente em 2026 ou 2017). Obrador cortou subsídios agrícolas, fechou dez ministérios, cortou em 25 % os salários dos burocratas do governo, congelou contratações no funcionalismo estatal e também cortou orçamento nas agências reguladoras do setor energético (além de o presidente ter cortado o seu próprio salário em 60 %). AMLO está dando uma aula de austeridade para o governo brasileiro, supostamente "de direita". Isso que o Obrador prometeu gastar bilhões em infraestrutura (que é algo que ele realmente está cumprindo).

    "Outra coisa, e me corrijam se eu estiver errado, por gentileza. Vejo alguns sinais de aumento de demanda por algumas commodities produzidas no BR: a China vai adicionar 10% de etanol no combustível, o cacau e o café estão nos maiores preços do ano, as exportações de carne não param de crescer. Sei que exportações não são impulsoras de crescimento per si, e que se as exportações estão ocorrendo porque a moeda está ficando fraca, como é o caso do Real, então ocorrerá carestia em algum grau. Pergunto então o que poderia ser feito para que o BR aproveitasse essa demanda por mais commodities? Ou não há nada que poderíamos/deveríamos fazer?"

    A China por enquanto suspendeu a adição de 10 % de etanol no combustível. O ideal seria fazer uma abertura comercial para commodities e fortalecer a moeda. Nesse caso, a exportação de commodities seguiria uma trajetória natural. Mas como o governo brasileiro tem uma equipe econômica mercantilista e tem pavor de desagradar as grandes corporações do agronegócio (que se beneficiam com as tarifas de importação norte-coreanas e dos subsídios bilionários), ainda teremos carestia (basta ver o índice de preços no setor alimentício no ano passado, dos maiores do mundo).
  • Felipe  05/11/2021 12:32
    "www.noticiasagricolas.com.br/noticias/agronegocio/301539-russia-limita-exportacoes-de-fertilizantes-e-agrava-crise-de-oferta-dos-insumos.html"

    Isso seria um mercantilismo ao contrário? Como isso beneficiaria os produtores russos e chineses?

    Brasil deveria diversificar e comprar mais dos americanos e de outros países orientais. Difícil o MAPA e a Camex fazerem isso?


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