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Ilusão e falência - enfrentar nossa crise fiscal não é um tema ideológico
Por que a situação fiscal continuará calamitosa mesmo com a reforma da previdência

É fato: a situação fiscal do governo seguirá calamitosa nos próximos 10 anos, mesmo com a aprovação da Reforma da Previdência.

O gráfico a seguir mostra, na linha azul, a evolução das receitas tributárias líquidas do governo (deduzida das restituições e incentivos fiscais) e, na linha vermelha, a evolução das despesas. Detalhe: as despesas não incluem o pagamento do serviço da dívida (juros e amortizações).

Atenção: como se trata de uma média móvel de 12 meses, o valor na coluna da esquerda se refere a valores mensais. Na prática, um valor de R$ 100 bilhões significa que, em um período de 12 meses, este foi o valor médio arrecadado (ou despendido) pelo governo a cada mês. Para se ter uma ideia do valor anual, basta multiplicar o valor por 12 (meses).

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Gráfico 1: na linha azul, a evolução das receitas tributárias líquidas do governo; na linha vermelha, a evolução das despesas primárias (que exclui gastos com a dívida). Média móvel 12 meses. (Fonte e gráfico: Banco Central)

Perceba que, até 2014, havia um superávit primário. Ou seja, quando se desconsidera os gastos com o serviço da dívida, o governo arrecadava mais do que gastava. A partir do final de 2014, a realidade se inverte, e o governo passa a ter um até então inédito déficit primário, isto é, o governo passa a gastar mais do que arrecada, mesmo sem considerar os gastos com a dívida.

Já o gráfico a seguir, também em forma de média móvel, mostra a evolução das receitas e das despesas da previdência social (no caso, apenas o INSS; este gráfico não abrange o RPPS, que é a previdência do setor público, ainda mais deficitária; e também não abrange os militares; e nem o Fundo Constitucional do DF. Não é minha culpa. É o único gráfico disponibilizado pelo Banco Central). 

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Gráfico 2: na linha vermelha, as receitas da Previdência Social; na linha azul, os gastos com benefícios previdenciários. Média móvel 12 meses. (Fonte e gráfico: Banco Central)

Observe que sempre houve déficit, mas, a partir de 2015, com o aprofundamento da recessão (aumento do desemprego, redução no ritmo da arrecadação e aumento dos gastos previdenciários do governo), o déficit se acelera. A arrecadação desacelera (aumento do desemprego e da informalidade) e os gastos aumentam (mais auxílios para um número cada vez maior de pessoas).

Atualmente, o déficit do INSS é de aproximadamente R$ 18 bilhões por mês, o que equivale a aproximadamente R$ 210 bilhões por ano.

E, de novo, isso apenas para o INSS. Quando se junta tudo (funcionários públicos, militares, e fundo constitucional do DF), o rombo é de R$ 290 bilhões por ano. 

E isso apenas em nível federal. Se você acrescentar estados e municípios, a coisa chega facilmente a R$ 380 bilhões.

Como não há mais de onde arrecadar, e dado que os gastos governamentais são constitucionalmente rígidos — ou seja, é legalmente proibido cortar —, a única alternativa para o governo fechar as contas (isto é, fechar o espaço que separa a linha azul da linha vermelha) é se endividar: ele tem de recorrer ao mercado e pedir dinheiro emprestado, pois só assim ele pode cobrir seus déficits orçamentários.

Como consequência, a trajetória do endividamento do governo se tornou assombrosa.

O gráfico abaixo mostra a evolução da dívida bruta do governo federal desde julho de 1994. A dívida nada mais é do que um acumulado de déficits. Assim, o gráfico abaixo mostra o volume de dinheiro que foi absorvido pelo governo federal para financiar seus déficits — dinheiro este que, caso não houvesse déficits, poderia ter sido direcionado para o financiamento de investimentos produtivos:

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Gráfico 3: evolução da dívida total do governo federal (Fonte e gráfico: Banco Central)

Assustado?

Por enquanto, tudo tranquilo no mercado financeiro

Não obstante estes números, o mercado financeiro, sedado por juros internacionais em queda livre, está complacente e negocia o risco Brasil em níveis inéditos, a 120 pontos contra 290 de um ano atrás.

Não me parece apreçado no risco Brasil o contínuo ataque dos inflacionistas ao seguinte arcabouço de responsabilidade fiscal: a) regra de ouro, que impede que o governo contraia dívida para efetuar gastos correntes, b) lei de responsabilidade fiscal, que limita despesas com pessoal e endividamento, e estabelece mecanismos de equilíbrio entre receitas e despesas, e c) teto de gastos, que impede que as despesas cresçam acima da inflação.  

Estamos travando a mesma batalha de 1932, quando Keynes, Pigou e Fisher pregavam impulso fiscal e monetário em meio à crise fiscal que se seguiu à crise de 1929, enquanto Hayek e Robbins defendiam que o investimento privado deveria liderar a recuperação econômica.  

Keynes venceu a batalha naquela ocasião ao prescrever exatamente o que os políticos queriam: concretizar gastos. Como bem disse Hans-Hermann Hoppe:

O keynesianismo ensina exatamente tudo aquilo que políticos e governos querem ouvir. [...] O keynesianismo é a teoria econômica favorita dos políticos simplesmente porque ela lhes concede um arcabouço supostamente científico para fazer aquilo que eles mais gostam: gastar dinheiro.

A teoria keynesiana diz que os gastos do governo impulsionam a economia; que expandir o crédito (melhor ainda se for subsidiado) gera crescimento econômico; que os déficits do governo são a cura para uma economia em recessão; que inchar a máquina estatal, dando emprego para burocratas, é uma medida válida contra o desemprego (quem irá pagar?); que regulamentações, se feitas por keynesianos, são propícias a estimular o espírito animal dos empreendedores. E, obviamente, que austeridade é péssimo.

Desde então, o keynesianismo escancarou aos políticos as comportas da irresponsabilidade fiscal e monetária. 

Em 2019, André Lara Resende baseia-se na keynesiana Teoria Monetária Moderna (Modern Monetary Theory - MMT) para receitar que o governo gaste mais e imprima mais dinheiro nesta crise fiscal. E, na mídia, acadêmicos recorrentemente fazem eco ao mote de "gastar e imprimir".

Dilacerar as políticas de responsabilidade, incorrendo em rombos e mais dívida, tornou-se a nova política econômica defendida por esses intelectuais. O espantoso é que esta foi precisamente a política que causou a atual crise.

Parafraseando seu guru Keynes, preferem esbanjar hoje, pois, no longo prazo, não mais estarão aqui para pagar a conta.

Bomba-relógio

Enfrentar nossa crise fiscal não é um tema ideológico, mas de cifras de endividamento que teimam em ser inflexíveis. Não há ideologia que refute ou altere a realidade demonstrada pelos gráficos 1, 2 e 3.

Adicionalmente, trata-se de um tema temporal, um conflito entre gerações. Temos hoje de arcar com obrigações previdenciárias contraídas na geração anterior, as quais são impossíveis de serem quitadas pelos impostos da geração atual. Consequentemente, o estado se endivida para bancar estas obrigações assumidas no passado. Só que esse endividamento crescente, que viabiliza artificialmente a manutenção de todo este arranjo, é impossível de ser quitado integralmente pelas gerações futuras.

Há 240 anos, Adam Smith dizia que "quando a dívida pública alcança certo nível, não é mais paga integralmente; a falência do governo é disfarçada por pagamentos de faz de conta." Smith se referia aos meios que o governo utiliza para levantar recursos: impostos, endividamento e inflação.

Aumentos de impostos são evitados pelos governantes sob pena de perda de popularidade, vide o recente episódio da CPMF. O método preferido é o aumento de endividamento, o faz de conta. Como mostra o gráfico 3, desde 2013, a dívida bruta saltou de 51% para 77% do PIB (aumento de mais de 50%)

Ocorre que, para além de um determinado nível de dívida, a deterioração do risco de crédito inviabilizará o malabarismo: o mercado não emprestará mais ao governo. Para evitar o calote, a consequência final é a inflação por monetização de dívida. Pagará a conta, portanto, aquele grupo de interesses que não vota nem é organizado: o das futuras gerações.

No jogo de empurrar com a barriga, o STF proibiu a redução de salários de funcionários públicos prevista na LRF, políticos defendem a implosão do teto de gastos, e o Congresso autoriza o governo a descumprir a regra de ouro.

A sociedade e o governo, iludidos, não querem enfrentar a causa fundamental da crise: o tamanho dos gastos públicos. No entanto, é preciso cortar desde já as duas rubricas que representam cerca de 80% do total: salários dos servidores e aposentadorias de forma geral. A alternativa, asseguro, é a futura falência inflacionária.

 


autor

Helio Beltrão
é o presidente do Instituto Mises Brasil.

  • Kennedy  18/11/2019 19:25
    Boa tarde, alguém aqui tem algum artigo ou livro para recomendar que fale sobre a forma como esquerdistas encaixam os outros no espectro político? Eu constantemente vejo esquerdistas tentando empurrar o PT para centro-esquerda, e a centro-esquerda junto com os demais, para a Direita. Vejo que isso é uma estratégia política/retórica eficiente para distorcer o conceito de Centro e manter pessoas de esquerda confiantes de que não são extremistas quando defendem políticas iguais as do PT. Alguém conhece algum material que desconstrua essa distorção criada por eles?
  • Skeptic  18/11/2019 22:54
    Não só dos esquerdistas mas dos direitistas também:

    Livro "Esquerda e direita: perspectivas para a liberdade" de Murray N. Rothbard.

    Esquece essa besteira de esquerda-direita e pense na dicotomia "mais estado vs menos estado".
  • Political Compass  18/11/2019 23:44
    É tão difícil responder o que foi perguntado?
  • anônimo  19/11/2019 17:05
    Sim, visto que conceitos políticos de esquerda e direita variam de pais pra pais. Isto é, não são temos fixos, mas servem a conveniencialidade de quem está falando.
    Muitas vezes vc mesmo tem que interpretar a intenção oculta nas fala dos políticos. O lado bom e que isso obriga vc a abrir sua mente além de mera idiocrassia e ideologismo. Isso não éora preguiçosos que não questionam e que não analisam.
    Num mundo tomado pela guerra das ideologias, vc quase não consegue confiar nas propósicoes que espalham.
  • anônimo  19/11/2019 17:12
    Leia as 48 lei do poder. Nele vc aprende a pensar como os políticos pensam.. sua capacidade de enxergar além de mero blablabla e mero mímimi aumenta substancialmente. Aplicando , vc olha qualquer discurso político com outros olhos.
    O objetivo da política é o poder e pra se ter poder, vc tem que subtrair o poder dos outros, no caso , o seu. Vc não fazendo o jogo dos outros, eles não tem poder sobre VC
  • Vladimir  19/11/2019 00:33
    Livro eu nunca vi. Mas lembro de já ter lido vários artigos de Olavo de Carvalho sobre isso.
  • Leonardo  20/11/2019 13:50
    Olavo de Carvalho? Poxa, colega, não força a amizade....
  • Marcelo  20/11/2019 17:45
    A nossa crise fiscal foi criada por causa da ideologia socialista a fim de fazer do Brasil uma espécie de Rússia na URSS.
    A falta de noção do que seja esquerda e direita cria concretude suficiente ao teatro das tesouras idealizado por Lênin e aplicado no Brasil desde a criação da mão direita da esquerda (PSDB) fingindo se opor à esquerda (PT).
    Na verdade nua e crua, na lição do filósofo Olavo de Carvalho, o PT é o partido comunista do Brasil.
  • Heron  18/11/2019 19:28
    Tem que cortar gastos publicos como regalias e mais regalias de politicos e parentes de politicos .. Nao adianta diminuir gastos com servidores publicos e encher as repartições de comissionados e apadrinhados de politicos como muitos tem feito. Nao adianta manter a casta que se tornou hoje a vida dos parlamentares e do judicirio com lagostas e vinhos do STF
  • Dirce  18/11/2019 19:54
    Concordo com Heron, o problema é que ficará só na teoria. É muito mais fácil brincar de faz de conta: cortar concursados, limitar salários, acabar com estabilidade e 'por trás do véu' continuar com comissionados com salários nababescos.......
    Não adianta cortar aposentadorias e salários da maioria se a cúpula continuar com vinho e lagosta, Chile está aí para provar.
  • Alberto Carlos  18/11/2019 20:11
    Ué, mas absolutamente ninguém aqui é contra cortar mamata de toda a cúpula, não. Ao contrário, aliás: os cortes têm de começar exatamente daí.

    Como os funcionários públicos se tornaram uma casta privilegiada e quase intocável

    O que não dá é fazer o que vocês dois querem: cortar só em cima (o que é totalmente correto), e manter a farra dos concursos e dos salários iniciais alto. No final, o que todos querem é concurso público com salário inicial de R$ 30 mil para um cara de 22 anos que nunca trabalhou na vida. Né?
  • Dirce  19/11/2019 14:34
    Não apoio expansão de gastos. Só critiquei a tendência de nosso 'amado' governo em mascarar suas medidas hipócritas, só isso. Ou seja, ele só corta onde não tem 'amiguinhos' ou indicação política.
  • cmr  18/11/2019 20:58
    O negócio é muito mais difícil, pois não se limita à alta cúpula.

    Os gastos da alta cúpula não são o grande peso para o povo, o problema dos gastos daqueles é só de ordem ética e moral.
    É toda uma superestrutura na qual até o desdentado miserável faz parte...
  • Dissidente Brasileiro  20/11/2019 04:31
    Eu vou além disso: tem que cortar sim... a cabeça de todos esses canalhas. Literalmente! Resolve-se assim dois problemas de uma vez, os gastos públicos e a punição que estes vermes merecem... de preferência isto deve se extender a amigos e parentes próximos que se beneficiam desse esquema criminoso.

    Quem aqui concorda comigo?
  • André  18/11/2019 19:53
    A medula óssea do Brasil já foi completamente sugada, não há mais nenhuma capacidade de geração de valor neste ambiente econômico orientado por uma constituição cópia da URSS, uma casta inatingível do funcionalismo com pensões e vencimentos de US$10.000 mensais ou mais, sustentados por desdentados desempregados trabalhando em um ambiente econômico mais hostil que a Rep. Islâmica do Irã. E o pior é que tem gente achando que uma centena de portarias do ministério da economia, duas dezenas de leis e meia dúzia de emendas à constituição irão consertar algo.
  • cmr  18/11/2019 20:55
    Só um adendo, os países islâmicos possuem muita liberdade econômica, nesses lugares a liberdade civil é que é baixa.

    Aquele povo do deserto tem o comércio no DNA...
  • Pauloh  18/11/2019 21:52
    E esse dolar a 4,22;
    O que está acontecendo? Fator politico? Cenário externo? Deus nos proteja : (
  • Trader  18/11/2019 22:06
    Consequência natural de se ter um Banco Central "lacrador". A única política de Campos Neto é "mostrar bonito", ou seja, reduzir continuamente a Selic para mostrar que ela está "nos menores níveis da história" e que "nunca antes neste país os juros foram tão baixos".

    Só se esqueceram de levar em conta que, ao reduzir os juros, o país perde a atratividade do "carry trade", a moeda perde qualquer interesse para os estrangeiros (que não vêem mais vantagem em portá-la), e aí o câmbio desaba.

    Uma coisa é ter SELIC a 14,25% com a taxa básica americana em 0,25%. Outra, bem diferente, é ter Selic a 4,50% e a taxa básica americana a 1,75%. No primeiro cenário, manter o dólar barato é moleza; no segundo, é desvalorização contínua.

    E a esquerda nem pode reclamar, pois juros baixinhos é o que ela sempre defendeu. Só quem tem moral pra comentar (e lamentar) são os austríacos, que sempre avisaram que chicaguistas não entendem p... nenhuma de moeda.
  • Vladimir  18/11/2019 22:09
    Concordo. Campos Neto é uma pomba que não está nem aí para defender o real, que a função precípua de um Banco Central. Pior: ele recompensa quem aposta contra o real.

    Banqueiro central bom é aquele que mete medo em especulador. É aquele que deixa especulador temeroso de apostar contra a moeda. Ao deixar especulador com medo, ele aumenta a demanda pela moeda (como muito bem explicado aqui), consequentemente aumenta a solidez da moeda e toda a economia.

    Já que é pra existir um Banco Central, essa é sua função precípua: proteger a moeda. Caralho, no próprio site do Banco Central está escrito que sua função é "Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda".

    Campos Neto é o oposto de tudo isso. Ele é apenas uma pombinha de Chicago que acredita religiosamente nessa idiotice de câmbio flutuante, que nunca trouxe desenvolvimento em lugar nenhum do mundo.
  • Humberto  18/11/2019 23:11
    Juro que não entendo o espanto de vocês. Ora, por que o dólar deveria estar barato? Já viram a situação na América Latina?

    No Chile, já são quase 100 mortos. Descobriram que 8 em cada 10 baderneiros são criminosos e ex-condenados. A polícia e o governo já deixaram claro que não vão fazer nada, pois isso "viola os direitos humanos". A destruição só piora.

    Na Argentina, o kirchnerismo voltou. Não preciso dizer mais nada.

    Na Bolívia, a gasolina acabou e as mortes estão aumentando.

    Em Hong Kong, tem nêgo tomando até flechada.

    Na França, os coletes amarelos voltaram.

    Se você fosse investidor estrangeiro, colocaria dinheiro por aqui? Ou cairia fora e iria para a segurança dos títulos públicos americanos?
  • Humberto  18/11/2019 23:29
    Ah, e obviamente, tem a Venezuela, que é quem está comandando toda a bagunça do continente. E aí? Você estrangeiro trará seus dólares pra cá ou sairá correndo? Então...
  • Gabriel  19/11/2019 00:37
    Não entendo por que o Trade acha que o BCB está "lacrador", na medida em que temos uma inflação cadente (últimos 12 meses) e bem abaixo da meta. Não temos meta cambial (coisa que loucos como Bresser Pereira advoca), portanto não é nada anormal ver o BCB cortando juros como está.
  • zezao cianureto  19/11/2019 20:28
    Talvez seja essa ao intenção do BC , como não se consegue reduzir salários no Brasil, o Estado opta por desvalorizar a moeda.
  • anônimo  19/11/2019 17:20
    Sim o presente artigo já repetiu sobre o risco de falência do Brasil inúmeras vezes por esse déficit astronômico. Os investidores tão de olho quando vai dar a disparada, pois já estão esperando o pior. Por isso o dólar da esses saltos. Isso gera uma escassez de dólar momentâneos que piora ainda mais o que já nao está bom. São inúmeros fatores.
    Já viu um filme chamado a tempestade perfeita , com o geodlge clooney? Estavam de formando três tempestades separadas. Só que por possibilidade , as três se juntaram, formando uma tempestade maior.
    Os problemas brasileiros são uma tempestade. A situação do dólar nos EUA é outra. Daqui a pouco aparece mais uma, e o país quebra porque a primeira tempestade tá deixando barco fraco.
  • anônimo  19/11/2019 17:28
    Somente do lado brasileiro: esse déficit tem o efeito a longo prazo de desvalorizar o real, que está se desvalorizando forte nos últimos 24 anos. Já são quase 4 vezes.
    Essa nossa inflação baixa de.agora é uma excessão histórica e chegou bem tarde pra puxar o carro do abismo.
    Dae vem os EUA, e baixam seus impostos. O que isso ocasiona a sua moeda? Prosperidade econômica ao americano. Isso faz o dólar valorizar , já que esse éo efeito de crescimento e baixo emprego.
    O Brasil como concorrente sempre torceu pro dólar desvalorizar, isto é prós EUA não ficarem mais prósperos do que são, pois a Brasilândia faz o contrário, extorquir excessivamente o contribuinte, o que deixa nos menos prosperos.
  • anônimo  19/11/2019 17:33
    E porque? Porque somos obrigados a aceitar somente o real, não podemos comprar dólar diretamente, e o real e controlado pelo banco central brasileiro, que é ligado ao altos impostos do governo. Monopólio da moeda. O arranjo monopolística fica ruim se a moeda dólar quentinha concorrencial valoriza. Nossa economia volta pra trás, e voltando pra trás nosso dinheiro vale menos ainda ,pois ninguém qur trocalo por dólar sem desconto.
  • anônimo  19/11/2019 17:36
    Agora se o gov brasileiro cobrasse impostos inferiores aos EUA, o salto de produtividade aqui faria o real se valorizar Ante od olar. Seria o contrário. Mais produtividade, o real compra mais. A prosperidade seria aqui, e pra trocar dólar por real, eles teriam que ser descontados. O dólar cairia aqui dentro.
  • anônimo  18/11/2019 22:13
    "No entanto, é preciso cortar desde já as duas rubricas que representam cerca de 80% do total: salários dos servidores e aposentadorias de forma geral. A alternativa, asseguro, é a futura falência inflacionária."

    Venho falando isso desde 2017 quando saiu aquele gráfico atualizado do governo Temer a respeito da dívida. O futuro da Argentina é ser a Venezuela e o futuro do Brasil é ser a Argentina.
    Nunca esse país cortará os gastos radicalmente graças à Constituição, então a solução inevitável é a abolição do plano Real. O que resta saber é quando.
  • anônimo  20/11/2019 15:57
    Se não melhorar, vai acabar em separatismo. Como ocorreu com a América espanhola
  • Tiago  18/11/2019 22:45
    O Brasil é uma Índia que quer gastar como uma França.

    Os social-democratas deveriam olhar para o Brasil e finalmente perceber que sua teoria é uma furada. Afinal, a teoria desenvolvimentistas/social-democrata diz que gastos mais déficits (mais endividamento) são o que trazem prosperidade. No Brasil tudo isso foi feito. Até quando vão insistir nessa tragédia?

    Quando é que vão aceitar que não é com aumento gastos e nem aumento de intervenção do Estado que qualquer país irá se tornar desenvolvido? Um país precisa ser economicamente livre para prosperar. Os próprios escandinavos (orçamento equilibrado, baixo endividamento, tarifas de importação quase zero e total liberdade empreendedorial) mostram isso.
  • Wesley  18/11/2019 23:03
    Estamos ferrados. Acho que o Brasil nunca vai pela frente, uma pena.
    Off:Parece que um socialista popular tem altas chances de chegar a presidência nos EUA, esqueci o nome do cara, mas ele já elogiou o sistema de saúde canadense e se tiver chance não duvido fazer o mesmo,
  • Glasses  18/11/2019 23:58
    Extremamente difícil os democratas ganharem graças ao sucesso do governo Trump, ainda mais com essa radicalização deles. Mas se ganharem, podem dar um prêmio de burrice histórica pros americanos. Se tornarão os novos argentinos.
  • Felipe  19/11/2019 00:50
    Apesar dos EUA estarem em uma bolha (normal, pois é ciclo econômico, mas eles inovaram com o afrouxamento quantitativo), os dados macroeconômicos estão todos favoráveis a ele.
  • Felipe  19/11/2019 01:14
    Problema do Brasil é meramente estrutural... a estrutura burocrática encalacrada e parasitária se mantém intacta.

    Solução para isso:

    - Faz uma outra Constituição. Uma que pelo menos seja uma cópia da de 1824. O Brasil Imperial não era lá essas coisas, mas pelo menos tinha menos instabilidade política e padrão-ouro. Capital federal poderia ser São Paulo, Rio de Janeiro... Brasília é um projeto de puro planejamento centralizado.

    Caso não der, então que cada federação se torne um país independente (ou cidade, ou mesorregião). Se São Paulo fosse uma cidade-estado independente, eu imaginaria algo tão próspero (ou mais) do que Hong Kong ou Cingapura. Dê 20 anos de liberdade econômica que o negócio jorra prosperidade.

    Nem preciso dizer que a política monetária desse BC é um desastre. Era mais fácil o Roberto renunciar e levar junto o BC. E então libera o dólar americano em circulação. Outro dia vi o Kogos reclamando, porque ele leu em algum artigo daqui do Mises Brasil, de que câmbio flutuante não funciona em países atrasados. Mas não funciona mesmo. Eu acho que ele pensa que câmbio fixo é controle de preço... mas o padrão-ouro é câmbio fixo!!!
  • cmr  19/11/2019 13:52
    Se São Paulo fosse uma cidade-estado independente, eu imaginaria algo tão próspero (ou mais) do que Hong Kong ou Cingapura.

    Duvido muito, São Paulo não tem o material humano que Hong Kong e Cingapura tem, nem de longe.
    Você está olhando só uma pequena fração da cidade.
  • anonimo  19/11/2019 13:07
    Vai ganhar sim, como a Hillary ganhou com suas chances de 99% segundo a imprensa
  • Sadib  18/11/2019 23:29
    Pessoal, dado esse cenário apocalíptico que estamos indo, teremos 2 grandes consequências em algum momento:

    - Dólar nas alturas - o que já está acontecendo - será que chegamos em R$5,00 até 2020?
    - Volta da inflação, que está contida apenas por estarmos em recessão.

    Minha pergunta é....

    O que nós devemos fazer para nos proteger???

    Comprar dólar? Comprar ouro? Sair do país?
  • Bernardo  18/11/2019 23:39
    Ouro e títulos atrelados à inflação.
  • Glasses  18/11/2019 23:52
    Basta o STF permitir que Lula concorra em 2022 que o dólar chega facinho em R$5 e não abaixa mais. Fora isso, não. Nem soltando 5 mil presos foi o suficiente pra chegar nisso.

    Comprar dólar. Comprar ouro. Comprar bitcoin. Comprar títulos do tesouro. Não se coloca todos os ovos numa cesta só.
  • Liberal Inteligente e Educado.  18/11/2019 23:46
    A previsão de déficit deste ano era de 150 bilhões, mas o Guedes já conseguiu reduzir pata 80 após privatizações , cessões onerosas, leilões etc....a privatização completa, total e irrestrita de estatais não pode ser também uma forma de se voltar a ter superávits? A ideia parece ter menos resistência política do que o corte de gastos
  • Rafael Oliveira  19/11/2019 23:37
    Na verdade, não. Seria confundir estoque com fluxo, o deficit é um fluxo, a nao ser que todo ano o governo possa privatizar 160 bi, o deficit permanecerá com todas as suas consequências.
  • Flavio N. Lima  18/11/2019 23:50
    A situação do país vai de mal a pior, e com esse câmbio em R$4,20 a coisa vai degringolar de vez. A situação fiscal tá triste, porém alguma coisa precisa ser feita em relação ao dólar URGENTEMENTE, o Paulo Guedes só se preocupa com a parte fiscal e tá pouco se lixando com o câmbio. Esses dias atrás ele teve a audácia de dizer que o país tá preparado para o dólar em R$4,20 e que isso ajudaria na reindustrialização. No começo do ano durante a sabatina no senado, Roberto Campos Neto disse que iria "assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda" durante sua gestão. Cara isso é uma piada, o cara tá fazendo totalmente o contrário. Esse país é uma insanidade.
    Gostaria de fazer uma pergunta ao Leandrão, caso esteja passando por aqui nos comentários:
    Qual seria o impacto de uma possível permissão de abertura de conta em dólares por pessoas físicas no câmbio? O dólar subiria mais ainda? Vi que o BC recentemente mandou um projeto nesse sentido para o congresso, mas até isso ser aprovado vai demorar. Vi também que mesmo antes desse projeto ser aprovado, já existe algumas opções no mercado como Transferwise, Revolut (em breve no Brasil), Superdigital e recentemente o Banco BS2 que tá permitindo abertura de conta em dólares.
  • Carlos Alberto  19/11/2019 00:34
    Esquece. Chicaguista não está nem aí para a moeda. A única coisa que interessa pra eles é o IPCA. Enquanto este estiver tranquilo, o resto tá sossegado. O BACEN vai deixar a moeda derreter e nada fará porque, se fizer algo, morre de medo de ser visto como uma instituição que não mais está respeitando o "sacrossanto câmbio flutuante" (como bem ironizou o Leandro).

    Essa turma nunca esteve nem aí pra câmbio, que eles acham que é um preço simples como qualquer outro. Para Chicago, o câmbio subir é a mesma coisa que o tomate encarecer. Incomoda um pouco, mas não traz muitos efeitos para a economia. No máximo, eles concedem que há um pequeno repasse inflacionário, o qual pode ser perfeitamente contido com juros.

    Esquece, câmbio flutuante é um daqueles modismos irracionais que duram muito tempo. E aí de repente todos abandonam.

    P.S.: se câmbio flutuante fosse bom, haveria taxas de câmbio entre os estados brasileiros. Imagina que maravilha que seria...

    P.S.2: compre ouro.
  • Leandro  19/11/2019 00:45
    "Qual seria o impacto de uma possível permissão de abertura de conta em dólares por pessoas físicas no câmbio? O dólar subiria mais ainda?"

    Seria uma ótima medida, embora ainda muito tímida. O ideal seria liberar a circulação de dólares aqui dentro, permitindo transações legais nesta moeda. Tal medida é defendida por nós há muito tempo. Eis o argumento:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=2089

    E não, não haveria por que o dólar encarecer apenas por causa disso. A tendência, aliás, seria o contrário: aumentaria a demanda por reais, pois você vai precisar de reais para comprar dólares.

    É assim no Peru. (Vide link acima).

    Quanto mais você veta uma moeda, mais as pessoas vão atrás dela, e mais querem se livrar da moeda oficial.

    Caso o dólar fosse liberado aqui no Brasil, você iria querer ter reais porque seria fácil trocar por dólares. Se você é proibido de trocar com facilidade a moeda nacional por dólar (como ocorre na Argentina), aí você nunca vai querer portar a moeda nacional. E aí a demanda por ela desaba (e o câmbio via embora).
  • Pauloh  19/11/2019 01:19
    Leandro, estava lendo um argumento do Friedman(acho que é dele), que se um país dolarizar sua economia, os juros reais tendem a cair, simplesmente porque se a emissão de dinheiro é menor, e os investidores cobrarem juros reais muito alto nos seus titulos, não havera dinheiro no futuro para paga-lo;
    Se o Brasil dolarizar a economia, podemos esperar isso? Mesmo com o BC indo pro limbo?
    Pergunto para saber o nível da tara por ''moeda nacional'', a justificativa é sempre que os juros vão subir
  • Leandro  19/11/2019 02:24
    "se um país dolarizar sua economia, os juros reais tendem a cair, simplesmente porque se a emissão de dinheiro é menor, e os investidores cobrarem juros reais muito alto nos seus titulos, não havera dinheiro no futuro para paga-lo"

    Tudo isso está certo, mas os principais motivos da queda ainda são o fato de que o governo do país não mais terá como inflacionar (e, consequentemente, quitar suas dívidas com uma moeda com poder de compra já destruído) e não há o risco de desvalorizações cambiais (com a moeda nacional, uma vez quitado o empréstimo, sendo convertida em dólares a uma taxa totalmente depreciada, o que resultará em menos dólares para o credor).

    Grosso modo, três coisas determinam a taxa de juros:

    1) Expectativa de inflação futura (quanto menor o poder de compra da moeda no futuro maiores serão os juros apenas para compensar esta perda)

    2) Risco de calote

    3) Preferência temporal

    A dolarização resolve o item 1 e a questão da desvalorização cambial. O item 2, dependendo do arranjo, pode até ser maior sob uma dolarização (pois o governo não tem como imprimir dólares), mas nada que, no extremo, não possa ser resolvido por um empréstimo do FMI (que está lá para ajudar esses credores; foi criado por Keynes para isso). Já o item 3 não se altera sensivelmente.

    "Se o Brasil dolarizar a economia, podemos esperar isso? Mesmo com o BC indo pro limbo?"

    Como há mais de US$ 350 bilhões em reservas, e isso é mais que o dobro da base monetária, o item 2 some por completo.

    "Pergunto para saber o nível da tara por ''moeda nacional'', a justificativa é sempre que os juros vão subir"

    Nem é isso. A tara é o nacionalismo e, principalmente, o fato de que uma dolarização acaba totalmente com a ingerência de políticos sobre a política monetária, além de impor uma forte restrição fiscal. Com dolarização, não tem política de crédito fácil e subsidiado. Não tem estouro orçamentário. Na prática, o país passa a funcionar como se fosse um estado dos EUA: sem poder imprimir dinheiro e tendo de trabalhar com um orçamento equilibrado. (Vide o Equador, que é dolarizado e teve de abolir os subsídios da gasolina. Não há mágica).

    Nenhum político aceitaria isso.

    Você acha que a Argentina não dolariza por quê? Lá, classe média e alta já transacionam apenas com dólares. Apenas os pobres é que ficam com os pesos. Mas nenhum político tem a coragem de defender a dolarização porque tal medida, além de atacar o orgulho nacional, acabaria totalmente com a ingerência de políticos sobre a política monetária e imporia uma enorme camisa de força no campo fiscal.
  • Anonimo  19/11/2019 02:30
    Pauloh aconteceria exatamente isso. Ao se adotar o dólar como moeda corrente os juros brasileiros rapidamente baixariam a níveis muito próximos dos EUA, já que os ativos brasileiros seriam cotados em dólar (uma moeda usada mundialmente para comércio exterior e cotação de ativos), eliminando o "risco cambial" (ou seja, o risco da moeda doméstica, no nosso caso o Real, se desvalorizar e dar prejuízo a investidores estrangeiros).

    Tanto a teoria quanto a prática mostram isso. Um exemplo muito forte disso é o da Argentina nos anos 90: eles fizeram uma paridade cambial (um currency board) que fazia com que o peso fosse plenamente conversível em dólar (1 peso = 1 dólar), então os argentinos poderiam portar dólares ou pesos livremente sem interferência governamental, e com isso a inflação argentina e os juros deles desabaram a ponto de ficarem praticamente no mesmo nível dos EUA durante quase 10 anos, gerando um crescimento muito forte naquela década. Após o governo destruir o regime em dezembro de 2001 a Argentina foi pra um limbo interminável de inflação.
  • Pauloh  19/11/2019 18:26
    Sim, a argentina, mas eles saíram de um esculacho monetário; Se não for pedir muito, eu gostaria de uma empiria de um país que saiu de uma relativa estabilidade, mas com deficit orçamentário; Embora entenda que manipular juros não seja uma receita boa, infelizmente, no meio academico Brasileiro e até no governo, juros baixo é a receita do progresso, convencer um país assim para adotar o dolar exige demonstrar que o Governo não vai sair pagando juros altos depois da conversão;
    Tenho contato com um assessor do governo bolsonaro, se eu demonstrar empiricamente a ele isso, ele pode passar a defender a dolarização em Mordor (Vulgo, Brasilia);
  • Juan  19/11/2019 00:17
    Hélio, tenho algumas dúvidas quanto a resolução do problema previdenciário e a quitação da dívida pública. Se puder me responder agradeceria muito! E, peço perdão por qualquer equívoco que eu eventualmente venha a apresentar em minhas dúvidas.

    Bem, quanto a questão da dívida pública, vi em um artigo aqui no IMB que se fosse criado um Currency Board ortodoxo com sede na Suíça e tendo o ouro como moeda-âncora no Brasil seria possível quitar, com o excedente de nossas reservas internacionais, cerca de 25% da dívida. Já em outro artigo aqui no Instituto afirmava que a conversão dos títulos públicos em quotas administradas pelos bancos somada a uma inoperância gradativa do Banco Central, pavimentando o caminho para um Currency Board, quase que zeraria a dívida. Queria saber qual a relação entre essas duas propostas e se seria possível fazer as duas, zerando a dívida pública e ainda sobrando dinheiro, este que - aqui já entramos na questão previdenciária -, juntamente a uma impressão de moeda(antes do Currency Board) de 2% ao ano constituiria o orçamento do governo destinado ao financiamento da previdência social após a determinação de que os novos trabalhadores e os recém-entrantes no INSS(Aqui seria necessário um ajuste no sistema de contribuições) que quisessem fossem para um regime de capitalização.

    Desde já agradeço.
  • Nome  19/11/2019 00:38
    1º - A economia do Estado não é igual a economia de uma família. O Estado imprime dinheiro e pode se endividar SIM, pode emitir e conviver com dívidas crescentes sim vide EUA e Japão. O problema não é a dívida, o problema é a falta de crescimento. O Brasil não cresce e ta seguindo toda a cartilha neoliberal.

    2º - Com política austericida e liquidacionista(que o Paulo Guedes está fazendo e o Mises endossa) o país não vai melhorar mesmo... não adianta jogar o bebê fora junto com a água da bacia. De que adianta "reduzir a dívida" e matar as pessoas junto ? Sem pessoas não tem economia... vai pra produzir pra quem ? quem vai consumir se não tem dinheiro ? Primeiro vem as pessoas, depois vem o dinheiro e a lógica fria do mercado.

    3º - Depois do fracasso do leilão do pré sal esse site aqui e suas teorias perderam completamente o sentido.

  • Leandro  19/11/2019 01:16
    "O Estado imprime dinheiro e pode se endividar SIM"

    Ninguém discorda dessa frase.

    "pode emitir e conviver com dívidas crescentes sim vide EUA e Japão."

    Claro que pode. Falta só combinar com os russos (no caso, os investidores estrangeiros). Se eles toparem seguir bancando tudo (como topam com EUA e Japão), sem problemas. Se não mais toparem (como já fizeram com a Argentina), aí você tem explicações a dar.

    Sabe por que Japão EUA podem se dar ao luxo de terem dívida alta? Porque todo o mundo confia neles. Todo o resto do mundo está disposto a financiar fartamente ambos os governos. E por que não estaria? Ambos os países são ricos, sua população é extremamente produtiva (o que significa que, no extremo, ela pode arcar com muitos impostos para bancar o serviço da dívida), a moeda é historicamente forte e estável (o que significa que não há grandes chances de você perder dinheiro com desvalorizações cambiais ao emprestar para os governo japonês e americano), ambas estão entre as principais moedas do mundo, e não há histórico de calotes e nem de hiperinflação.

    Ademais, os déficits orçamentários dos EUA e dos Japão são de 3,8% do PIB. Menores que o brasileiro (que é de 7,1% do PIB).

    (Especificamente sobre o governo japonês, a chance de ele dar um calote é nula. Até hoje, nenhum governo foi mais rigoroso no pagamento de suas dívidas do que o governo japonês. Ele pagou até mesmo os títulos que emitiu para financiar seu esforço de guerra.)

    Agora, vejamos o governo brasileiro. Tem, como dito, um déficit de 7,1% do PIB, a população é mais pobre (o que aumenta o risco de calote, pois não há produtividade suficiente para ser constantemente tributada), nossa moeda é instável (o que aumenta o risco de perdas de capital para os investidores em caso de grandes desvalorizações cambiais), e o governo, após uma história de seguidos calotes e de hiperinflações prolongadas, não usufrui muita credibilidade lá fora.

    "O problema não é a dívida"

    Como mostrado acima, isso depende do país. Para EUA e Japão, realmente não é um problema. Para o Brasil é um problema total (a menos, é claro, que o mundo mude de idéia e passe a nos ver como se fossemos o Japão; aí dá).

    E você não tem como refutar isso.

    "o problema é a falta de crescimento".

    A falta de crescimento é um enorme problema, é fato. Só que não há crescimento em países ainda em desenvolvimento com dívida alta. Não é opinião minha; é empiria. A explicação virá mais abaixo.

    "O Brasil não cresce e ta seguindo toda a cartilha neoliberal."

    Você se refere a este neoliberalismo aqui? Ah, aí concordo. E é por isso que este Instituto sempre foi extremamente crítico ao neoliberalismo, que nada mais é do que keynesianismo com social-democracia. Neste quesito você acertou em cheio.

    "Com política austericida e liquidacionista(que o Paulo Guedes está fazendo e o Mises endossa) o país não vai melhorar mesmo"

    Quais as políticas "austericidas" e "liquidacionistas" que o Mises endossa? Favor elencar e colocar artigos comprovando. Aqui tem skin in the game. Acusou, tem de provar. Caso contrário, você estará a descoberto e terá se revelado só um caluniador barato.

    "De que adianta "reduzir a dívida" e matar as pessoas junto ?"

    Qual dívida está sendo reduzida? Quais pessoas morreram em decorrência de algo que nem ocorreu?

    "Sem pessoas não tem economia... vai pra produzir pra quem ? quem vai consumir se não tem dinheiro ? Primeiro vem as pessoas, depois vem o dinheiro e a lógica fria do mercado."

    Frase inócua.

    Para consumir, tem de ter renda. Para ter renda, tem de ter produção. Para ter produção, tem de ter investimento. Para ter investimento, tem de ter segurança jurídica, institucional e, acima de tudo, econômica. Como haverá investimento e produção (que são o que criam renda) em um país que regula, tributa e inflaciona em excesso?

    Dica: não há investimentos produtivos em países de dívida alta e crescente porque os investidores temem que esta dívida será quitada com aumentos futuros de impostos. Impostos são custos. Se os investidores acreditam que os impostos aumentarão no futuro (para quitar a dívida), eles obviamente não investirão aqui. Economia básica.

    Se você acha que é possível contornar e abolir esta realidade, aguardo sua solução mágica.

    "Depois do fracasso do leilão do pré sal esse site aqui e suas teorias perderam completamente o sentido."

    Como é que é?! Você está dizendo que algo que ocorreu exatamente como este Instituto previu ainda em 2013 comprova que as teses aqui ensinadas "perderam completamente o sentido"?!

    Interessante

    Ainda em 2013 explicamos que o modelo de partilha, com profunda intervenção estatal, estava destinado ao fracasso. Em 2019, a empiria comprovou totalmente a nossa teoria. Isso é errar?

    Fiquei curioso com essa sua lógica. Quer dizer então que, quanto mais se acerta as previsões, menos utilidade algo tem?

    Lógica de esquerdista, realmente, é algo que desafia o mundo.

    Saudações.
  • Sadib  19/11/2019 22:34
    E até quando vocês acreditam que "os russos" vão topar seguir bancando esse arranjo?

    Já que a "situação fiscal do governo seguirá calamitosa nos próximos 10 anos", vocês acreditam que esse arranjo ficará de pé, ou a liquidez internacional alta/juros negativos pelo mundo vai continuar a empurrar essa situação com a barriga por algumas décadas?
  • Leandro  19/11/2019 02:04
    Ficou um pouco confusa a pergunta, mas posso simplificar dizendo que nem é necessário fazer isso tudo daí. Há algo bem mais simples e rápido. E, curiosamente, o próprio Paulo Guedes disse que faria isso, mas, até agora nada.

    Eis o que pode ser feito:

    1) O Banco Central vende dólares à vista em troca de reais (com o dólar à R$ 4,20, tal venda daria uma receita brutal). Se ele vender, digamos, US$ 100 bilhões, ele arrecadará R$ 420 bilhões, e ainda sobrarão US$ 270 bilhões em reservas.

    2) Ato contínuo, o BC pega esses R$ 420 bilhões e compra títulos da dívida em posse do mercado.

    3) Ao fazer isso, duas coisas acontecem:

    3-a) a quantidade de reais na economia não se alterou. Os mesmos R$ 420 bilhões que foram retirados do mercado via leilão de dólares voltaram ao mercado na compra de títulos. Ou seja, a quantidade de dinheiro no mercado interbancário na se alterou. Logo, não há nenhuma pressão na SELIC (que é a taxa de empréstimos no mercado interbancário).

    3-b) os títulos que estavam em posse do mercado estão agora em posse do Banco Central. E isso faz toda a diferença. Estando em posse do BC, eles podem ser rolados ad aeternum. Não geram pressão fiscal. (E, no limite, podem simplesmente ser cancelados -- afinal, tem-se uma agência estatal, Tesouro, devendo para outra agência estatal, o Banco Central. Mas não sei se isso é permitido por lei).

    4) E por que não fazem isso? Não sei. Guedes e sua equipe disseram que iriam fazer, mas até agora nada. Tentando ser bastante compreensivo, vai ver que é porque eles temem que, ao venderem dólares à vista*, o mercado financeiro interpretará isso como uma vulnerabilidade (reservas internacionais caindo), levando a uma grande fuga de capital. Pode ser.

    Há quem diga que o BC, após vender dólares e coletar reais, pode repassar esses reais ao Tesouro, que então compraria títulos em posse do mercado, retirando estes títulos em definitivo do mercado e, com isso, genuinamente abatendo a dívida pública. Posso estar enganado, mas creio que esta operação (repasse de reais do BC ao Tesouro) infringe a Lei de Responsabilidade Fiscal, artigos 36 a 39.



    * Atualmente, o BC está leiloando dólares diariamente, mas, ao mesmo tempo em que ele vende dólares e coleta reais, ele está recolocando esses reais no mercado, comprando contratos dólar no mercado futuro. Ou seja, no final, a oferta de dólares e de reais continua exatamente a mesma de antes da operação (ao contrário do modelo acima, em que a oferta de dólares na economia aumentaria em US$ 100 bilhões).
  • Andre Vitorio  19/11/2019 13:11
    Leandro, você é F****
  • Pauloh  19/11/2019 18:09
    Helio, Leandro, Fernando ulrich, eu queria ser aluno deles : p

    Alias;
    O que ele disse se confirmou hoje
    www.terra.com.br/economia/mercado-ve-cancelamento-de-leilao-como-sinal-do-bc-e-dolar-fica-abaixo-de-r-420,ea389aaed745645ea920ac4c0e0c226ega6rvxuq.html

    BC criou expectativa de vender dolar à vista, e ele caiu;

  • Pobre Paulista  19/11/2019 14:20
    O problema de pagar a dívida é que depois de um tempo vem um governo expansionista e endivida tudo de novo... Como sair disso?
  • Pobre Mineiro  19/11/2019 16:00
    Simples, acabar com o estado.
    No Ancapistão não teremos governos para gerar ciclos econômicos.
  • Juan  19/11/2019 18:34
    Leandro, acho que essa sua resposta, pelo que disse, foi para mim, apesar de seu comentário não aparecer na seção de respostas do meu. Pois bem, perdoe-me se eu estiver confuso nesse tema...Sou leigo.

    Pelo que você disse, então:

    1) Por que esses títulos em posse do Banco Central não gerariam pressão fiscal? Seriam quitados com impressão de moeda? Isso não seria arriscado para o câmbio? Tanto isso quanto a possível vulnerabilidade devido a queda de reservas internacionais poderiam ser contrabalanceadas com uma liberação da circulação de dólares? no Brasil?

    2) Os ganhos desses títulos poderiam ser utilizados para quitar a dívida e financiar a previdência social em um arranjo onde os novos trabalhadores e os recém-entrantes no INSS que quisessem ficassem sob um regime de capitalização?

    3) O Banco Central poderia ainda vender esses títulos por dólares e então vender esses dólares por reais para o mercado, constituindo assim uma reserva para abater uma eventual nova dívida comprando esses títulos em definitivo do mercado? Isso, como o que você mencionou, poderia ferir a lei de responsabilidade fiscal?

    *Isso seria um bom caminho para estabelecer um Currency Board?
  • Auxiliar  19/11/2019 20:19
    "Por que esses títulos em posse do Banco Central não gerariam pressão fiscal?"

    Porque eles podem ser rolados. O Tesouro não precisa pagar o serviço da dívida deles.

    "Seriam quitados com impressão de moeda?"

    Não, nada a ver.

    "Isso não seria arriscado para o câmbio?"

    Não.

    "Tanto isso quanto a possível vulnerabilidade devido a queda de reservas internacionais poderiam ser contrabalanceadas com uma liberação da circulação de dólares? no Brasil?"

    A liberação seria vantajosa, mas não por causa disso.

    "Os ganhos desses títulos poderiam ser utilizados para quitar a dívida e financiar a previdência social em um arranjo onde os novos trabalhadores e os recém-entrantes no INSS que quisessem ficassem sob um regime de capitalização?"

    Não vejo como.

    "O Banco Central poderia ainda vender esses títulos por dólares e então vender esses dólares por reais para o mercado, constituindo assim uma reserva [...]"?

    Não. Para obter dólares é necessário emitir títulos específicos. Eles são chamados de Global.

    "Isso seria um bom caminho para estabelecer um Currency Board?"

    Currency Board necessita apenas de reservas internacionais, e não de títulos públicos.
  • Che  19/11/2019 01:18
    Olhar gráficos e fazer extrapolações, ceteris paribus, é um exercício meio tosco de adivinhação. Se não vejamos: a reforma da previdência dará um freio de arrumação nos gastos, temporário mas eficaz; a previdência do servidor público já passou por revisão em 2013, com a criação do Fumpresp. O atual governo interrompeu o inchaço da máquina pública; o teto de gastos funciona como pressão para reduzir o gasto público. Gostaria que o articulista fornecesse números atualizados, com a previsão de economia, caso contrário sugere ser mais um pregador do caos apostando no pior, e pregando o apocalipse para lucrar operando vendido ou, se der sorte de acertar, ganhar 15 minutos de fama.
  • Trader  19/11/2019 02:03
    "Olhar gráficos e fazer extrapolações, ceteris paribus, é um exercício meio tosco de adivinhação. [...] Gostaria que o articulista fornecesse números atualizados, com a previsão de economia,"

    Números atualizados? Os gráficos são extremamente atuais, com números do último mês. Quanto à "previsão de economia", ora, isso sim é que seria "fazer extrapolações [...] e um exercício meio tosco de adivinhação".

    Você critica algo e, logo em seguida, exige exatamente esse algo que criticou? Tá confuso, parceiro. Chama o VAR.

    "caso contrário sugere ser mais um pregador do caos apostando no pior, e pregando o apocalipse para lucrar operando vendido ou, se der sorte de acertar, ganhar 15 minutos de fama."

    Não vi nenhuma aposta no pior. Muito menos vi "pregação do apocalipse". Vi apenas a descrição do cenário atual (descrição essa, aliás, que em nada difere de outras várias já feitas aqui; todas elas, até o momento, com 100% de acerto). Deixe de ser delicado.

    Ademais, se você acha isso, então faça o contrário: opere comprado e, se der sorte de acertar, você terá seus 15 minutos de fama. Fale menos e faça mais. Qualquer outro arranjo que não esse significa que você não tem skin in the game.

    Como diria Nassin Taleb, "não me mostre suas idéias; mostre-me o seu portfólio".

  • Felipe  19/11/2019 12:59
    ** meu comentário saiu no lugar errado, vou repostá-lo **

    Problema do Brasil é meramente estrutural... a estrutura burocrática encalacrada e parasitária se mantém intacta. Depois que você mora fora do Brasil, em algum lugar um pouco mais decente, você acaba percebendo isso. Como os brasileiros sofrem...

    Solução para isso:

    - Faz uma outra Constituição. Uma que pelo menos seja uma cópia da de 1824. O Brasil Imperial não era lá essas coisas, mas pelo menos tinha menos instabilidade política e padrão-ouro. Capital federal poderia ser São Paulo, Rio de Janeiro... Brasília é um projeto de puro planejamento centralizado.

    Caso não der, então que cada federação se torne um país independente (ou cidade, ou mesorregião). Se São Paulo fosse uma cidade-estado independente, eu imaginaria algo tão próspero (ou mais) do que Hong Kong ou Cingapura. Dê 20 anos de liberdade econômica que o negócio jorra prosperidade.

    Nem preciso dizer que a política monetária desse BC é um desastre. Era mais fácil o Roberto renunciar e levar junto o BC. E então libera o dólar americano em circulação. Outro dia vi o Kogos reclamando, porque ele leu em algum artigo daqui do Mises Brasil, de que câmbio flutuante não funciona em países atrasados. Mas não funciona mesmo. Eu acho que ele pensa que câmbio fixo é controle de preço... mas o padrão-ouro é câmbio fixo!!!
  • cmr  19/11/2019 14:40
    Não vou repetir a minha resposta, só vou acrescentar.

    Dê 20 anos de liberdade econômica que o negócio jorra prosperidade.

    Seria preciso muito mais do que isso, você se esquece que São Paulo é o antro dos esquerdistas, sindicalistas, economistas keynesianos e tudo mais. Se esquece que o povo elegeu Hadadd, Erundina e outras tranqueiras...

    Acha mesmo que a população de São Paulo está à altura da de Cingapura e Hong Kong ?, se sim, você tem muita imaginação. O material humano de Hong Kong e Cingapura, favelas em outras épocas, era composta de um povo que queria crescer. Já São Paulo me atrevo a dizer que o que mais tem é "rent seeking" como no resto do país, vai prosperar muito !!!kkkkkk

    Seriam necessárias várias gerações, pode aumentar para uns 100 anos no mínimo.
  • Paulista  22/11/2019 14:30
    Os rent seeking que votam em Erundina e Hadad e PT da vida sabemos muito bem não são paulistas, são os milhões de imigrantes nordestinos que moram nas periferias de SP. Sendo eles não nascidos em SP não seriam cidadãos e sim imigrantes não podendo mais votar; sendo assim, a direita e o liberdade econômica ganharia qualquer eleição de lavada. Só ver que em toda eleição pra governador de SP o PT nunca se elegeu e sim o candidato mais a direita possível.
  • Che  19/11/2019 14:02
    Estou comprado em bolsa desde os 40,000 pontos (TAEE11, B3SA3, UGPA3, ITSA3, SAPR4, IRBR3, CIEL3), com perda apenas em Cielo e UGPA3. Comprado também em títulos públicos longos, com alguns pagando 10% + IPCA. Tenho Hedge em ouro equivalente a 20% do capital investido. Eis o meu portfólio.
  • Trader  19/11/2019 14:16
    Ué, se você tem títulos atrelados ao IPCA e 20% do seu capital em ouro, então, meu caro, me desculpe, mas você é um baita de um pessimista.

    Até eu, que também sou pessimista, tenho menos do que isso em ouro.
  • Investidor Iniciante-Aprendendo EA  20/11/2019 04:06
    Pessoal,

    Sei que o IMB não dá recomendações de investimento, então essa pergunta seria para o pessoal que frequenta site:

    Qual seria, mais ou menos, o percentual do portfólio recomendado para investimento em ouro? (sei que isso pode variar conforme o perfil)

    Qual modalidade de investimento em ouro vocês acham melhor: ouro físico (na Parmetal ?) investir através da Bolsa ou através de fundos de investimento (quase não encontrei fundos de investimento em ouro nas corretoras)?

  • Pobre Paulista  19/11/2019 14:17
    Pra quem acha que o dólar está "caro" ou "barato", digo apenas que é o real quem está apenas seguindo a tendência de sempre.

    br.tradingview.com/symbols/spread/FX_IDC%3AUSDBRL%2FTVC%3ADXY/

    (Cliquem em "Todos" para ver a série completa).
  • Pobre Paulista  19/11/2019 20:01
    Agora com o link funcionando.
  • Dirce  19/11/2019 14:32
    Me desculpem fugir do escopo, mas tenho buscado artigos sobre os "Trinta Gloriosos" (aquele período pós 2º guerra), podem me ajudar?
    Muitos estudiosos usam esse período como suposto argumento para sustentar o Estado do bem estar social, até mesmo em países pobres como o Brasil (tipo aquela máxima 'gaste muito antes de ficar rico').
    Qual livro vocês indicam acerca desse período?
    Aproveito a oportunidade também para agradecer as sugestões de leitura do Leandro (peguei de outros artigos). Sensacionais e esclarecedoras.
  • Historiador  19/11/2019 14:40
    Os "trinta gloriosos" se deveram exclusivamente à estabilidade cambial mundial trazida pelo acordo de Bretton Woods, que durou de 1944 a 1971. Com todos os países com moedas e taxas de câmbio estáveis, o investimento estrangeiro e comércio internacional dispararam.

    Recomendo dois artigos sobre isso:

    www.mises.org.br/article/2308/o-atual-arranjo-cambial-tem-menos-de-50-anos--e-decorre-de-um-acidente-artificialmente-criado

    www.mises.org.br/article/258/as-crises-monetarias-mundiais
  • Dirce  20/11/2019 12:31
    Obrigada.
  • Aprendiz de EA  19/11/2019 15:26
    Pessoal eu tenho duas dúvidas e agradeço se puderem me ajudar.

    1 - Quanto ao padrão ouro, seria possível lastrear um moeda em diamante ou em outro mineral ou recurso escasso e de alto valor?

    2 - Faria algum sentido fazer um lastro parcial da base monetária, com por exemplo 30% do dinheiro existente ou algo assim?

    Obrigado!
  • Leandro  19/11/2019 17:30
    Lastrear é possível, mas não seria economicamente eficiente por causa do valor unitário do diamante. E também porque, ao contrário do ouro, o diamante nunca teve histórico de moeda de troca.

    Uma alternativa mais factível seria implantar uma política monetária que visasse a manter o valor da moeda estável em relação à commodity desejada.

    Observe que, de meados da década de 1980 até o início dos anos 2000, o dólar ficou estável em relação ao ouro. Na prática, era como se o país estivesse em um padrão-ouro. Por isso, não é surpresa nenhuma que este período tenha sido de intenso crescimento econômico nos EUA.

    d3fy651gv2fhd3.cloudfront.net/charts/commodity-gold.png?s=xauusd&v=201911191722V20191105&d1=19191113&d2=20191119

    No Brasil, aconteceu algo semelhante nos períodos 1994-1998 e 2004-2008. Estes foram os dois períodos de maior transformação da economia brasielira.

    www.mises.org.br/article/2055/uma-radiografia-da-destruicao-do-real--ou-nao-ha-economia-forte-com-uma-moeda-doente

    Ou seja, em termos puramente práticos, nem é necessário adotar lastro ou Currency Board. Bastaria ter uma política monetária voltada exclusivamente a manter o preço do ouro ou de uma cesta de commodities estável. Isso já faria maravilhas pela economia. Moeda estável é crucial e, sem ela, não há crescimento econômico. Mirar uma moeda estável é muito mais importante do que tentar fazer com que um (falho) índice de preços suba 3% ao ano.

    Ainda sobre isso:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=2304
  • Felipe  19/11/2019 22:36
    "Bastaria ter uma política monetária voltada exclusivamente a manter o preço do ouro ou de uma cesta de commodities estável. "

    Isso seria uma gambiarra, não? É o que é feito hoje pelo BC de Singapura, como você me disse da outra vez? Isso não foi feito também nas reformas alemãs que acabaram com a hiperinflação na República de Weimar e no pós-guerra?
  • Leandro  20/11/2019 13:55
    "Isso seria uma gambiarra, não?"

    Manipular juros não é gambiarra?

    Aliás, eis aí algo que nunca entendi no debate atual entre os "liberais": atuar olhando o poder de compra da moeda é "gambiarra" e "intervencionismo", mas atuar manipulando juros, ah, aí é liberalismo perfeitamente aceitável. Por quê?

    Falando bem resumidamente: os juros são o preço do crédito, e nada têm a ver com o poder de compra da moeda. O poder de compra da moeda mostra exatamente quanto vale a moeda (quantos sacos de arroz a moeda compra).

    Sendo assim, por que o BC atuar manipulando juros (o preço do crédito) é normal e aceitável, mas se concentrar no poder de compra da moeda (algo muito mais importante) é "gambiarra" e "intervencionismo"?

    Juro que nunca entendi.

    Dado que o Banco Central existe, dado que ele possui o monopólio da criação da moeda, e, sobretudo, dado que nós somos obrigados a aceitar esta moeda (você irá para a cadeia caso se recuse a receber pagamentos na moeda nacional), então sua função básica deveria ser manter o poder de compra da moeda estável, e não manipular os juros dos empréstimos de curto prazo (a SELIC nada mais é do que a taxa de juros de empréstimos de curto prazo que os bancos fazem entre si no mercado interbancário).

    Para entender melhor por que isso é muito mais importante, sugiro ver o que foi dito aqui.

    "É o que é feito hoje pelo BC de Singapura, como você me disse da outra vez? Isso não foi feito também nas reformas alemãs que acabaram com a hiperinflação na República de Weimar e no pós-guerra?"

    Exato.
  • Felipe  21/11/2019 18:15
    Um BC que deixasse o câmbio flutuante (absolutamente sem nenhuma intervenção) e não manipulasse os juros não seria algo melhor, mais próximo ao livre mercado?
  • Leandro  21/11/2019 18:44
    Isso é uma impossibilidade prática. O simples ato de imprimir dinheiro e injetá-lo no mercado interbancário já afeta os juros. Por definição.
  • thiago  20/11/2019 13:10
    Transcrevo trecho de "A riqueza das Nações", capítulo "Da origem e do uso do dinheiro", em que o autor descreve operações e manipulações sobre a moeda já há muito tempo atrás:

    [i] Desde o tempo de Carlos Magno entre os franceses, e da época de William, o Conquistador entre os ingleses, a proporção entre a libra, o xelim e o centavo parece ter sido uniformemente a mesma de hoje, embora o valor de cada um tenha sido muito diferente, pois em todos os países do mundo, creio, a avareza e a injustiça de príncipes e de Estados soberanos, ao abusar da confiança de seus súditos, aos poucos diminuíram a quantidade real de metal que originalmente existia em suas moedas. O asse romano, nos últimos tempos da República, foi reduzido à vigésima quarta parte de seu valor original e, em vez de pesar uma libra, passou a pesar somente metade de uma onça. A libra e o centavo ingleses contêm atualmente apenas cerca de um terço; a libra e o centavo escoceses, cerca de 36 avos; e a libra e o centavo franceses, 66 avos de seu valor original. Por meios dessas operações, os príncipes e os Estados soberanos que as executavam conseguiam, ao que tudo indica, pagar suas dívidas e cumprir com suas obrigações com uma quantidade menor de prata do que seria, de outra forma necessária. Tudo era de fato somente de fachada, pois seus credores eram, na realidade, defraudados de uma parte daquilo que lhes era devido. Todos os demais devedores no Estado tinham o direito ao mesmo privilégio, e podiam pagar suas dívidas com o mesmo valor nominal da nova e desvalorizada moeda, o que quer que tivessem adquirido com a antiga. Essas operações, portanto, sempre se mostraram favoráveis ao devedor e ruinosas ao credor, produzindo às vezes uma revolução maior e mais universal nas fortunas de pessoas físicas, do que seria causada por uma enorme calamidade pública. p. 32, 33[i/]
  • Wesley  19/11/2019 16:12
    Alguém poderia me tirar uma dúvida? Então, meu antigo vizinho a abandonou a casa dele a 7 anos devido a uma enchente, e está morando em outro lugar na cidade, e a casa antiga que fica ao lado da minha está aos pedaços e as plantas dominaram, mas o que está me irritando, assim como os outros moradores da rua é que muitos drogados e pessoas pessoas perigosas(inclusive fugitivos) estão usando o lugar, muitas vezes eles vão na casa e depois saem, e os vizinhos, assim como na minha casa tem crianças pequenas, e o cheiro está incomodando muito, mas como é propriedade privada e o fdp não liga pra casa e não vende, não tem o que fazer, e ai? Alguma solução?
  • Eudes  19/11/2019 17:18
    No atual arranjo estatal, você nada pode fazer, pois as ruas são públicas (estatais). Logo, esses marginais têm o "direito" de andar ali sem serem molestados. Apenas em um arranjo de ruas privadas (pense em um condomínio privado) você teria essa paz.

    No entanto, sei lá, você pode ligar para prefeitura e ver o que pode ser feito. Tudo vai depender da ideologia dos funças daí. Tem de olhar também se o antigo morador está pagando IPTU. Se ele não está, então ele abriu mão de sua propriedade. Se ele está, então é invasão. Aí você pode chamar a polícia.
  • Antonio Jorge  19/11/2019 16:25

    Como sempre muito esclarecedor.
  • estudante  19/11/2019 18:34
    o que acham da ideia do Ciro Gomes de usar as reservas internacionais para comprar dividas (títulos) em posse das empresas endividadas? Ele ia da um título público as empresas endividadas, tais títulos teriam juros menores e mais tempo para pagar. Tirando as empresas endividadas do buraco.
    Usaria o dinheiro das reservas para pagar a divida privada e ai emitia um título publico para a empresa.
  • Carlos Alberto  19/11/2019 20:09
    1) Trata-se de uma medida completamente paternalista e imoral: empresas se endividam e são socorridas pelo contribuinte, o que simplesmente eleva o risco moral

    2) As empresas brasileiras não mais estão com problemas de endividamento. Elas já se desalavancaram.

    3) Esse tipo de transação é proibida pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

    4) Ele está usando reservas internacionais (adquiridas e custeadas com o dinheiro de impostos) e o Banco Central para socorrer empresas privadas específicas. Além de ser proibido, trata-se de um corporativismo puro e duro.
  • estudante  20/11/2019 06:27
    Essa ideia do Ciro, quais seriam os efeitos economicos?
  • Logicista  19/11/2019 21:10
    O maior inimigo do povo brasileiro está sem dinheiro. Se seu inimigo está sem dinheiro, isto é algo ruim?
  • Yuri  20/11/2019 04:04
    Leandro,
    Você comentou:
    "Bastaria ter uma política monetária voltada exclusivamente a manter o preço do ouro ou de uma cesta de commodities estável. Isso já faria maravilhas pela economia"

    Como seria feito esse processo de atrelar o Real ao ouro ou essa cesta de commodities? Poderia dar mais detalhes?

    Obs: A atual presidência/diretoria do BACEN + Paulo Guedes/equipe não possuem essa mentalidade da importância da moeda estável? Escola de Chigago não liga muito pra questão de moeda estável/cambio valorizado? Somente os austríacos tem esse noção?
  • Leandro  20/11/2019 13:39
    "Como seria feito esse processo de atrelar o Real ao ouro ou essa cesta de commodities? Poderia dar mais detalhes?"

    Totalmente detalhada no artigo linkado. Posto de novo:

    www.mises.org.br/article/2304/a-nossa-depreflacao-e-o-ajuste-fiscal-que-nao-vira-a-necessidade-de-um-novo-plano-real

    "A atual presidência/diretoria do BACEN + Paulo Guedes/equipe não possuem essa mentalidade da importância da moeda estável? Escola de Chigago não liga muito pra questão de moeda estável/cambio valorizado? Somente os austríacos tem esse noção?"

    Chicago se preocupa apenas com o índice de preços dos bens de consumo. No caso, IPCA. Enquanto este aparentar tranquilidade, está tudo certo.

    Vale lembrar que, no auge da bolha imobiliária americana, o índice de preços dos bens de consumo dos EUA mostrava estabilidade (pois ignorava os preços dos imóveis), mas o preço do ouro e das commodities (em dólar) estava disparando, o que demonstrava que o dólar estava se desvalorizando perigosamente.

    Com efeito, esta perda contínua e acentuada de valor do dólar foi uma dos fenômenos que impulsionou especuladores americanos a saírem comprando imóveis para tentar proteger seu patrimônio. Ou seja, uma das causas da bolha imobiliária foi exatamente a desvalorização contínua da moeda.

    Concentrar-se exclusivamente nos preços dos bens de consumo é uma temeridade pelo seguinte motivo:

    1) São os preços das commodities que determinam os custos de produção.

    2) Se eles estiverem subindo, os custos de produção, obviamente, irão subir.

    3) No entanto, custos de produção não podem ser repassados para os preços dos consumidores. Isso já foi amplamente explicado aqui. Por exemplo: soja e o milho são insumos básicos para a criação de porcos. Se o preço da soja e do milho disparar, o custo de produção da suinocultura aumenta enormemente. Mas o consumidor não irá pagar mais pela carne de porco só porque soja e milho dispararam. Logo, o repasse de preços é contido. Quem determina o preço final é consumidor

    4) E isso vai ocorrendo em toda a cadeia de produção em todos os setores da economia. Os custos vão subindo (porque a moeda está enfraquecendo e as commodities, encarecendo), mas os preços ao consumidor vão se mantendo relativamente contidos, pois não é possível repassar integralmente.

    5) E aí, no extremo, quando os produtores realmente conseguem repassar alguma coisa para os consumidores, o IPCA sobe e o Banco Central aumenta os juros, o que afeta ainda mais a produção. E aí toda a economia entra em recessão.

    6) Sempre lembrando que aumentar ou reduzir juros é uma política demand-side, ou seja, que tenta resolver tudo pelo lado da demanda. Só que o problema sempre foi o lado da oferta, ou seja, o supply-side. Qualquer política que tente resolver tudo olhando apenas o lado da demanda é inerentemente keynesiana, e estará fadada ao fracasso.

    7) Por isso, manipular juros olhando o IPCA é ser totalmente demand-side. É ser anti-produção. É tentar corrigir uma consequência (aumento de preços causado por moeda fraca) restringindo o consumo e matando a produção (por causa de juros altos). Não é à toa que todo governo que faz isso perde popularida.

    8) É por isso que o certo sempre foi, desde o início, manter uma moeda forte e estável. Assim, você já resolve todos os problemas desde lá na ponta inicial: com moeda forte e preços das commodities estáveis, não há grande disparidade entre custos de produção e preços ao consumidor final.
  • 5 minutos de IRA!!!  20/11/2019 14:07
    E se................

    ...........Fosse criado um algoritmo secreto que disparasse compras e vendas de dólares aparentemente aleatórias, tanto em periodicidade quanto em quantidade, sendo que esse algoritmo sempre tendesse a ser neutro no longo prazo (e essa informação fosse devidamente passada para a população).

    Poderia isso simplesmente quebrar a especulação cambial, sem, no longo prazo, afetar os investidores no comércio internacional, que saberiam que as alterações do mecanismo tenderiam à neutralidade?

    Dessa forma, acredito que o real, ao menos, adquiriria o comportamento de sempre trabalhar próximo ao seu valor real, sem bolhas e, por consequência, ao aumentar sua confiabilidade, talvez até se valorizasse...........

    Poderia ser positivo?
  • anônimo  20/11/2019 22:12
    Não tem como um algoritmo ser secreto. Ele pode não ser aberto, mas e possível saber como funciona e burlar a regra que vc organizou. Os especuladores fazem exatamente isso. Pegam as práticas que estão sendo utilizadas pelo governo e explora a vulnerabilidade.
  • anônimo  20/11/2019 22:21
    Sendo aleatória, vc não teria o controle, meyodopra controlar as variações. O correto pra evitar a desvalorização da moeda é deixar o produtor produzir.
    Se ele produz menos, o dinheiro em circulação vale menos . Se ele produz mais, o dinheiro compra mais. É lógica monetária básica. Toda tentativa de manipular a moeda contrária essa lógica ou a ignora e causa a distorção que quebra ou reduz o produtor. DaE a moeda se desvaloriza.
    O resto é malabarismo que gera o contrário da sua intenção. Mas dá poder ao político mandar. Emprego ao parasita. Por isso eles são contra.
  • anônimo  20/11/2019 22:28
    A especulação vence quando cai a produtividade (produção) ou o governo aumenta a quantidade de dinheiro. O especulador se antecipa que a moeda se desvalorizara antes por essas condições básicas. Depois não adianta o gov tomar medidas anti especulação, quando é ele mesmo quem cria essa situação que favorece a especulação. O especulador se antecipa porque ele entende a causa e a consequencia
  • Marcelo  20/11/2019 17:49
    O liberal está para o conservador assim como os trilhos de uma férrea estão para a sua locomotiva.
    A linha liberal econômica é o oposto da linha fascista da política esquerdopata.
    Se o liberal não se instruir sobre as premissas básicas do conservadorismo político, derivado dos princípios espirituais judaico/cristãos, ele será sempre um fogão bonito à disposição de panelas vazias.
  • Marcelo  20/11/2019 18:10
    Ideologia é a narrativa de justificação de uma prática.
    Dizer que o liberal não tem ideologia é o mesmo de dizer que o liberal não sabe por que é liberal.
    Dizer que o conservador não tem ideologia é o mesmo de dizer que o conservador não sabe por que é conservador.
    É por essas e outras, que os sociopatas da esquerda conseguiram dividir o mundo e avançam para implantar uma Nova Ordem Mundial.
  • alerj  21/11/2019 11:39
    Vcs nao estão exagerando ?

    O deficit fiscal desse ano estava projetado pra 139 bi e vai ficar em 80 bi

    Tem um relatório do Institito Fiscal Independente do Senado projetando retorno do superavit fiscal em 2026 num cenário moderado.

    Bem menos dos 10 anos de deficit q vcs afirmaram ainda por vir. Isso num cenário moderado. Num otimista retorna em 2023 e provavelmente o cenário otimista é o que ocorrerá.

    Vide esse ano o deficit bem mais baixo do que o previsto.
  • Nill  22/11/2019 00:58
    O Mises Brasil parou de falar no Chile, justamente no momento que os acontecimentos estão mais espetaculares por lá. Falo ! Agora passado um mês de protestos começam a aparecer as terríveis consequências . São prejuízos enormes e o perigo do fim da prosperidade do Chile. Essas manchetes explicam bem a situação. O mais importante o Mises Brasil não tem debatido. Enorme lição para nós. Brasileiros !

    www.bbc.com/portuguese/internacional-50419217


    www.terra.com.br/noticias/os-custos-da-crise-no-chile,b8a4f12a3cf375061eab5cdb0c13f438vsrwbxfz.html
  • Humberto  26/11/2019 02:17
    Como este Instituto sempre enfatizou, chicaguista é uma desgraça. Não entendem p… nenhuma de moeda. Juram que um dólar a R$ 3,70 é a mesma coisa que um a R$ 4,20 ou a R$ 4,50. Acham que uma moeda desvalorizada não tem efeito nenhum, e que é algo que pode ser totalmente isolado.

    Com o dólar perto de R$ 4,30 e com o barril de petróleo subindo no mercado internacional, a Petrobras inevitavelmente repassará este aumento de custos (pois importa barril a este preço). E aí eu quero ver segurar os caminhoneiros.

    Aliás, oops, notícia fresquinha de hoje:

    veja.abril.com.br/economia/caminhoneiros-e-sindicatos-ameacam-governo-bolsonaro-com-nova-greve/


    Recomendo também para entender o que deve ser feito:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=3164&comments=true#ac244418
  • Antonio  30/01/2020 16:45
    Então a estratégia atualmente é:

    1. Selic baixa: compra Tesouro Selic

    2. Quando a inflação aumentar vende Tesouro Selic e compra Tesoura IPCA

    3. Selic volta a baixar: vende Tesouro IPCA
  • Lucídio Pagnussat  15/03/2020 19:55
    Prezados,
    O negócio é aparentemente simples, mas a casta que foi criada é um elefante, por isso parece difícil. Sou a favor de uma transição não muito longa, de no máximo 5 anos. Economia em si é simples: 1) Moeda é poder de compra -quanto mais estável, mais seguranças todos tem e melhores negócios e empreendedores surgirão. Isto é credibilidade.
    2) Contas - qualquer tipo de conta (desde a de casa de qualquer família), é a mesma coisa. Uma matemática de mais ou menos. Quanto entra e quanto sai. A diferença é: estaremos nos endividando, ou estaremos parados, ou estaremos sobrando dinheiro para investirmos e crescermos.
    3) Mínimo setor público/político - é o câncer da época, pois há baixa produtividade. A produtividade, na realidade faz toda a diferença.
    4) Acabarmos com legislação restritivas e inúteis sem base científica real. Tudo o que restringe o ser humano o acaba prendendo, criando insegurança, custos aumentando para uns ganharem sem fazer nada.
    5) Sem privilégios. Todos somos iguais, então os impostos devem ser justos, e não elevarmos os mesmos e depois isentarmos os amigos do Rei, e ferras os demais.
    6) Meter todos os bandidos na cadeia(e cobrar os danos de volta). Leis sérias e boas são para retirar da sociedade corruptos, que provocam a desigualdade e ide qualquer tipo na sociedade.

    É só implementarmos isso.
  • ALUNO  07/06/2020 18:00
    Pergunta de um leigo,

    O gráfico mostra que o Brasil teve anos de superavit primário até 2013/2014. Entretanto, mesmo nesse período a divida pública aumentou.
    O que houve? os superávits primários não foram em tamanho suficiente para estancar o crescimento da dívida?

    O superavit primário para estancar a dívida teria que ter sido suficiente para o pagamento integral dos juros da dívida, e isso não aconteceu?
  • Régis  07/06/2020 18:33
    Superávit primário não significa nada. É conceito inventado pelo FMI para estimular os governos dos países bananeiros a apresentar alguma poupança para pagar credores internacionais. E só. Nenhum país desenvolvido utilizado esse conceito.

    Superávit primário é arredarão total menos despesas corretes (quem excluem todos os gastos com o serviço da dívida). O conceito primário não leva em conta absolutamente nada de dívida.

    O que interessa é o conceito nominal. Arrecadação total menos despesas totais (inclusive todo o serviço da dívida). É ele que determina se a dívida vai aumentar ou não.

    E o Brasil sempre teve déficit nominal. Por isso a dívida sempre aumenta. E é isso o que interessa.
  • ALUNO  08/06/2020 03:17
    Só pra ver se entendi certo (sou leigo em economia): se fosse trabalhar com conceito de superavit primário, que é o que geralmente mídia usa, teríamos que falar em um superavit primário tão grande a ponto de cobrir totalmente os juros da dívida (e assim ser um superavit nominal), correto?

    Mesmo antes do COVID, parece que estávamos longe de voltar a ter superavit primário, muito menos, superavit nominal. Mas ainda assim, antes da pandemia me parece que alguns economistas previam uma estabilização e até redução da dívida daqui alguns anos.

    Eles previam que o Brasil voltaria a ter superavit nominal no futuro? Esse cenário parecia ser factível, antes da COVID ? (achei muito otimismo - pois teria que haver muitos cortes de gastos públicos, e pelo que sei orçamento da união é engessado demais, não?
  • Supply-sider  09/06/2020 04:22
    "se fosse trabalhar com conceito de superavit primário, que é o que geralmente mídia usa, teríamos que falar em um superavit primário tão grande a ponto de cobrir totalmente os juros da dívida (e assim ser um superavit nominal), correto?"

    Correto.

    "Mesmo antes do COVID, parece que estávamos longe de voltar a ter superavit primário, muito menos, superavit nominal. Mas ainda assim, antes da pandemia me parece que alguns economistas previam uma estabilização e até redução da dívida daqui alguns anos."

    Correto.

    "Eles previam que o Brasil voltaria a ter superavit nominal no futuro?"

    Superávit nominal nunca entrou nos planos. E nem precisa. Um deficit nominal zero já está mais do que suficiente.

    Ademais, mesmo um pequeno déficit nominal em um arranjo de PIB crescente já faz com que a relação dívida PIB caia anualmente. E é isso o que interessa, pois quanto maior o PIB, maior a capacidade do governo de tributar e manter a dívida sob controle.

    "Esse cenário parecia ser factível, antes da COVID ?"

    O cenário que descrevi acima, sim.


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