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A economia do proibicionismo, as ciclofaixas e os kulaks de Higienópolis

A análise econômica do proibicionismo se concentra nas consequências não intencionais das proibições, contrárias à intenção de seus defensores. As causas do fenômeno, por sua vez, são atribuídas a fatores psicológicos, como os instintos que levam alguns a tentar impor valores aos outros, mesmo nos casos nos quais a ação proibida não gera danos a terceiros.

Mas será que existiriam causas econômicas?

Além de sua origem instintiva, existe um aspecto econômico que ajuda a explicar a expansão do proibicionismo.  Como será demonstrado a seguir, a ênfase dos governantes em projetos que proíbem ou restringem algum comportamento individual dos governados faz parte de uma estratégia racional de sobrevivência política de baixo custo em estados altamente endividados — os quais sofrem resistência, por parte da sociedade, ao financiamento da expansão de seus gastos.

A exposição do argumento requer o exame dos incentivos e restrições enfrentadas pelos políticos. Estes últimos operam em um ambiente que mostra tendência à expansão de sua influência e tamanho.

Iniciemos com a revisão dos dois motivos básicos por trás das falhas de governo, que ironicamente fundamentam essa expansão do estado.

Em primeiro lugar, os governos falham porque seus agentes não são tão inteligentes quanto se supõe. Em termos gerais, a substituição do mecanismo descentralizado dos mercados pela ação estatal centralizada implica, dado o pressuposto de conhecimento limitado por parte de qualquer grupo de agentes, a redução da capacidade de se levar em conta nas regulações e projetos as informações dispersas sobre os detalhes do infinitamente complexo ambiente econômico.

Isso se manifesta por meio das consequências não intencionais do plano central, contrárias aos objetivos de seus idealizadores. Concretamente, isso significa que intervencionismo gera empobrecimento.

Em decorrência da ignorância da teoria econômica, esse empobrecimento tem um efeito curioso, que poderíamos denominar Lei de Say do Intervencionismo: as falhas de governo geram sua própria demanda. Os problemas gerados pelo insucesso das intervenções prévias são atribuídos a mercados pretensamente desregulados, o que acaba gerando pressão por novas medidas corretivas da mesma natureza daquelas que causaram o problema inicial. Quanto pior o desempenho de uma solução estatal, mais verba é exigida para tornar mais "eficaz" essa mesma solução.

Em segundo lugar, os governos falham porque seus agentes não são tão altruístas quanto se supõe. Se adotarmos a hipótese aparentemente escandalosa de que políticos gostam de poder e funcionários públicos de dinheiro, o estado interventor irá ofertar privilégios legais que conferem poderes monopolistas a empresas estabelecidas, que por sua vez usarão parte do ganho de monopólio pilhado do consumidor para pagar impostos e financiar campanhas políticas.

Como os eleitores não têm como monitorar de perto o comportamento dos políticos e cada privilégio legal conferido pelo estado gera ganhos concentrados para poucos e custos pagos por todos, existem condições para que na esfera política minorias façam lobby, obtenham vantagens monopolistas e efetivamente explorem a maioria da população.

As duas fontes de falhas de governo interagem para a expansão do setor estatal.

Intervenções mal sucedidas geram demanda por mais intervenções, que exigem transferência de recursos para o setor púbico, que se cristalizam na forma de poder para políticos, salários para funcionários públicos, ganhos para firmas associadas e, em geral, migração de esforços da atividade de produção (competição nos mercados) para a atividade de 'predação' (competição na arena política).

A consequente perda de dinamismo da economia, como em uma bola de neve, convida então a mais poder conferido aos políticos.

Esse mecanismo de expansão do estado exige cada vez mais do setor produtivo. Como se trata efetivamente de um modelo de exploração, a analogia com o parasitismo é apropriada. O parasita se expande à custa do hospedeiro até o limite imposto pela debilitação demasiada deste, que ameaça o futuro do parasita. O nosso hospedeiro, o setor produtivo, tende a criar mecanismos de defesa contra as investidas do parasita em expansão.

Financiamento monetário gera defesas, como ajustes nas expectativas sobre aumentos de preços e indexação; endividamento prolongado exige juros cada vez maiores para novos empréstimos e aumentos de carga tributária geram custos políticos. Em equilíbrio, a resistência marginal a cada fonte de transferência para o setor público deve ser igual, a menos que surjam oportunidades de exploração geradas por mudanças em alguma circunstância relevante, criando oportunidades para o empreendedorismo político.

Portanto, em um cenário no qual as extrações por meio de inflação, endividamento e tributação já atingiram patamares que envolvem resistências consideráveis, o político se encontra em um cenário aparentemente sem alternativas. Para sobreviver no curto prazo (a competição política puniria impiedosamente quem pensa no longo prazo), o político tem de deixar sua marca.

Mas como encontrar recursos para a construção de um novo elefante branco que sirva como vitrine? Afinal, as gestões anteriores já dilapidaram os recursos públicos passados e futuros em obras caríssimas e investimentos sem sentido, deixando como subprodutos privilégios, burocracia e cabides de emprego. A população, por sua vez, reclama de falta de líderes como os do passado, ignorando que foram as ações destes últimos que amarraram as mãos de seus herdeiros.

Uma solução racional de baixo custo para o político é dada pelo proibicionismo: a imposição de normas que proíbem ou restringem algum tipo de comportamento dos governados. Já que não existem novos recursos públicos para serem gastos diretamente, então que os custos das "realizações políticas" de um governante sejam pagos pelos outros, em uma nova modalidade de extração de recursos.

Para que essa solução seja viável, precisamos investigar sua demanda. Com certeza, apela aos instintos básicos da população: quantas vezes, diante da existência de algum problema, ouvimos alguém afirmar que deveria existir alguma lei proibindo diretamente algum comportamento que se crê ser a sua causa? Ao contrário do economista, que examina consequências não intencionais e investiga, além dos benefícios, também os custos de cada decisão, a opinião de senso comum percebe apenas boas ou más intenções por parte das pessoas, passíveis de correção por parte do estado paternalista.

No ambiente político contemporâneo, marcado pela ausência de respeito pela diversidade de opiniões em favor da divisão totalitária e moralizante entre as posições dos esclarecidos e dos ignorantes, o proibicionismo ressoa fundo naquele que acredita que o mundo seria um lugar melhor se os outros seguissem o seu próprio exemplo, modelo de virtude politicamente correta.

Mas, para que de fato funcione, o proibicionismo deve impor custos preferencialmente aos outros, como ocorre em qualquer modalidade de escolha política. Como dizia Mussum, "O governo tá certis!", desde que a política não afete o preço da cachaça.  Como a adoção de padrão esdrúxulo de tomada elétrica afeta a todos, a proibição é quase universalmente detestada e não gera dividendos políticos por parte da demanda.

As proibições de jogos eletrônicos de tiros, venda de brinquedos associados a alimentos, armas de brinquedo, sacolas plásticas em supermercados ou de álcool não diluído em água, por outro lado, como afetam grupo mais restrito de pessoas, têm apelo maior.

O mesmo ocorre com a redução artificial de limites de velocidade, pretensamente em nome da segurança, que extrai dos motoristas os altos lucros da indústria das multas.

A assimetria de imposição de custos explica assim o surgimento de propostas fantásticas como aquela que propõe limitar a 30 Km/h a velocidade de veículos em todas as ruas de certos bairros. Maurício de Souza pode ficar bravo, com razão, com a ideia de proibir as maçãs da Mônica, mas quais consumidores se importariam a ponto de se organizar politicamente para bloquear a iniciativa?

Naturalmente, quanto mais alto for o custo imposto a um grupo, maior será a resistência. Isso nos leva ao exame do aspecto ideológico do problema. A eficácia do proibicionismo pode ser reforçada por fatores ideológicos se a resistência por parte daqueles que arcam com as consequências da proibição for distorcida pelo discurso governista, apresentada como se fosse manifestação reacionária de alguma classe de vilões.

Se a criação de classes imaginárias puder coincidir com alguma divisão entre uma postura moral correta e outra condenável, o ganho político é potencializado, angariando simpatia até mesmo daquelas pessoas cheias de remorsos, que se enxergam como membros da fictícia classe vilã!

Essa manobra, porém, tende a surtir efeito apenas junto aos intelectuais, já que as classes propostas nas explicações dos políticos existem apenas na imaginação, enquanto a população do mundo real sofre as consequências da verdadeira exploração entre classes: aquela imposta pelos monopólios concedidos pelos políticos aos seus clientes.

O contraste entre os dois tipos de teoria de exploração e a lógica do proibicionismo pode ser ilustrado pelas recentes administrações municipais de São Paulo. Castigada ao longo do tempo por prefeitos que legaram aos paulistanos uma cidade endividada, com excesso de funcionários, altos impostos e serviços públicos de péssima qualidade, São Paulo preenche as condições iniciais descritas pela nossa análise.

Durante a gestão Kassab, a despeito do significativo aumento do IPTU, não se pôde perceber melhora na qualidade dos serviços prestados pela prefeitura. Em cenário no qual não se cogita reformas liberalizantes e a situação fiscal não permite obras de impacto no curto prazo, a alternativa que restou para fugir de uma má avaliação por parte dos eleitores foi o proibicionismo. A realização que marcou tal gestão foi a "lei da cidade limpa", que proibiu a atividade de publicidade externa privada na cidade e impôs reformas nas fachadas dos estabelecimentos comerciais, em nome de valores estéticos.

Admitindo para fins de argumentação a legitimidade desse tipo de intervenção, a valorização de fachadas em áreas de interesse histórico e eventuais abusos de publicidade poderiam ser tratados por aplicação da legislação prévia, mas o proibicionismo mais contundente gerou o efeito político desejado, a um custo irrisório para a prefeitura: a maioria da população apoiou entusiasticamente a medida e os custos foram transferidos para uma minoria de lojistas e de pessoas associadas ao mercado de publicidade externa. Além disso, a prefeitura garantiu para si o monopólio do segmento.

Na gestão Haddad, o primeiro impulso foi buscar novos aumentos do IPTU para financiar mais "soluções" para os problemas do município, deixando intocadas as ineficiências existentes que sorvem o enorme orçamento público municipal. Barrada essa tentativa de aumento de impostos, restou ao prefeito novamente deixar sua marca através do proibicionismo, desta vez no setor de transportes: faixas exclusivas para ônibus e bicicletas.

Por um custo irrisório para a prefeitura, os motoristas gastam algumas horas a mais por semana se deslocando pela cidade para abrir espaço para faixas completamente vazias de ônibus e bicicletas. Além do apoio a essas iniciativas, a prefeitura espera aumento significativo de arrecadação com a fiscalização eletrônica de violações dessas proibições.

Mas, como neste caso os custos incorridos pela população são consideráveis, piorando o que talvez seja a principal desvantagem de viver na cidade, a reação negativa foi considerável, o que requer considerável investimento ideológico para reverter a avaliação negativa do prefeito.

Os argumentos utilizados para desacreditar os críticos utilizaram um dos maiores talentos dos políticos, a saber: a exploração dos instintos tribais da população por meio da sugestão de divisão da sociedade entre classes antagônicas. Afinal, intelectual odeia riqueza, motoristas detestam motoboys e pedestres não gostam de ciclistas.

Muitos argumentos empregados invocaram lutas de classes entre ricos proprietários de automóveis e pobres usuários de ônibus e bicicleta ou ainda o confronto moral entre motoristas sem consciência ecológica e usuários das demais modalidades, possuidores dessa consciência. A resistência é atribuída, por exemplo, à elite "coxinha" do bairro de Higienópolis: dondocas consumistas não estariam dispostas a perder algumas vagas de estacionamento para dar passagem a ciclistas, ocupados em salvar o planeta.

A manipulação ideológica desses "conflitos de classe" varia conforme a necessidade do momento. Na URSS, sob o peso dos fracassos do planejamento, a classe conspiradora dos grandes proprietários de terra (kulaks) foi ampliada até finalmente incluir o agricultor com apenas uma vaca. Em São Paulo, a vítima social favorita na gestão Suplicy, o motoboy, é agora ignorado e substituído pelo ciclista, conforme as antigas faixas de motos são convertidas em ciclovias.

A demonização de opositores nesse processo nos oferece a oportunidade de contrastar as fantasiosas concepções sobre lutas de classe utilizadas pelos demagogos com a teoria da exploração relevante, esboçada no início deste artigo. Enquanto alguns fantasiam sobre seu bom-mocismo, a maioria padece parado no trânsito ou no ponto de ônibus e o pobre se endivida para comprar motos para fugir do péssimo sistema de transporte público.

Por que não são realizadas então mudanças significativas no setor de transportes urbanos, sistematicamente mal avaliado pela população? Por que a regulação não induz competição e eficiência? O profissional do ramo consulta os manuais de microeconomia, em busca de uma racionalização para a regulação existente: o transporte seria um monopólio natural, as ruas são bens públicos, existiriam externalidades significativas no ramo, que seria repleto de assimetrias de informação. Essas fontes de falha de mercado justificariam a regulação vigente.

O cético, pelo contrário, acredita que a perene má qualidade do transporte é explicada por regulação que obedece a lógica da aliança entre políticos e empresários: estes últimos obtêm receitas em ambiente livre de pressões competitivas em troca de, entre outras coisas, financiamento de campanha dos primeiros. O ônus político gerado pela transferência de recursos dos passageiros para as firmas do setor pode ser diminuído por congelamento de tarifas acompanhado de transferência indireta via subsídios cada vez maiores, como em São Paulo.

A existência de faixas exclusivas vazias ilustra perfeitamente as "contradições internas" da política de transportes: ceteris paribus, cartéis não têm interesse em expandir a oferta de um serviço, a menos que consigam dificultar a oferta das modalidades rivais, fora do cartel.

Esta explicação "cínica" para a má qualidade do serviço de transporte, infelizmente, não pode ser ilustrada diretamente, pois acordos de exploração política, pela sua própria natureza, nunca são públicos. O setor, de fato, apresenta a falta de transparência típica da atividade governamental. Mas a natureza anticompetitiva da regulação é indiretamente revelada o tempo todo.

Considere, por exemplo, a regulação dos perueiros na gestão Suplicy. A proibição da atuação de perueiros independentes ocorreu precisamente no momento em que estes, atuando de forma competitiva, se recusaram a acompanhar o aumento de tarifas do serviço prestado pelas companhias de ônibus. No novo sistema, esse resquício de competição foi eliminado pela substituição das vans independentes por cooperativas integradas ao esquema de divisão do mercado entre as firmas do setor.

Fica ao leitor a tarefa de estudar, na seção policial dos jornais, os laços entre partidos políticos, vereadores, companhias de ônibus, sindicatos, cooperativas e crime organizado que marcam a gestão do segmento desde então.

Considere ainda a rapidez com a qual são bloqueados em diversos locais do mundo os avanços tecnológicos, como os aplicativos de carona, que ameaçam os privilégios monopolísticos conferidos pela regulação da atividade de taxista. A exploração via regulação não apenas protege os interesses dos ofertantes estabelecidos, como impede que ocorra o processo de descoberta de novas formas de atender as necessidades da população. Os analistas da área de fato julgam inconcebível a existência de arranjos diferentes daqueles vigentes.

Isso nos leva ao contraste entre as soluções que seriam trazidas pela inventividade resultante da competição e as soluções dos burocratas, que pateticamente nos oferecem como opção um mar de bicicletas, como se estivéssemos em alguma cidade pobre da China de algumas décadas atrás.

Restrito pela falta de confiança no poder inventivo de homens livres e pelo medo de perda de apoio das demais pessoas que lucram com os esquemas vigentes de exploração da população, o político moderno é profundamente conservador, no sentido de que não cogita em absoluto alterar a lógica desse mecanismo de exploração.

Na impossibilidade de alimentá-lo ainda mais, resta a alternativa de proibir paternalisticamente algum tipo de comportamento. Aguardemos para descobrir qual será a proibição preferida pelo próximo prefeito.



autor

Fabio Barbieri
é mestre e doutor pela Universidade de São Paulo.  Atualmente, é professor da USP na FEA de Ribeirão Preto.



  • Freedo Fighter  31/10/2014 13:49
    Artigo perfeito. Só sugiro simplificar um pouco mais a linguagem, à guisa do que faz o Leandro Roque, para facilitar a leitura para os leigos.

    Moro em Higienópolis e me impressiona como todos odeiam mortalmente as ciclovias, feitas para filhinhos de papai da esquerda caviar para tirar uma onda com os "coxinhas", ai compreendendo-se pessoas que necessitam transitar com um mínimo de mobilidade no bairro para ganhar o pão de cada dia, e, aliás, custear a farra com o Erário feita pelos tecnocratas de plantão.

    Antes que apareça algum socialistinha caviar taxando-me de coxinha, isso inclui as pessoas pobres que trabalham perto do Metrô, que no melhor estilo livre-mercado (sem impostos nem regulações) vendiam pipoca, salgadinhos, roupas e eletrônicos, etc nas vagas livres perto do Metrô, e que agora ou se espremem na calçada ou invadem a ciclovia, como aliás todos deveríamos fazer. Isso quando simplesmente não desistem, deixando a esquerda caviar feliz da vida, afinal agora eles tem uma cidade mais "progressista", e a livre iniciativa do pobre que se exploda.
  • Lula contra a mídia golpista  31/10/2014 15:47
    Governo do PT representa o povo, e visa o melhor para todos nós

    Foi o nosso Lula quem salvou mais de 50 milhões da miséria absoluta e não o capitalismo

    Hoje 1/3 dos brasileiros só comem por causa do Lula
  • Freedo Fighter  31/10/2014 16:44
    Prezado "Lula contra a mídia golpista",

    Favor fazer o que o seu "presidento" nunca fez e ler alguns artigos aqui do site para ver se aprender alguma coisa. Panfletagem do seu socialista favorito não te deixará mais inteligente e duvido que afetará alguem aqui no site, já que somos "reaças" e "coxinhas" declarados.
    O Leandro (ou algum outro ser bem-intencionado) poderá fazer o obséquio de indicar alguns artigos para começar.

    Saudações bolivarianas
  • Tio Patinhas  31/10/2014 16:48
    Troll?

  • Lula contra a mídia golpista  31/10/2014 19:10
    A luta de classe tem se mostrada cada vez mais real, Marx e Lula iluminam a todos nós

    A elite golpista e a classe média vendida tem demostrado seu proconceito aos verdadeiros oprimidos do sistema, os nordestinos e a classe trabalhadora.

    Somente com a subida dos operários ao poder estamos conseguindo reveter o processo de exploração

    A Elite está desesperada, estão atacando por todos os lados, e estão até aumentando o preço para desestabilizar o governo do povo

    Vocês da classe média são fruto desse ataque, são enganados pela mídia.

    Mas o povo trabalhador está esperto, não deixaremos mais a elite volta ao poder.
  • Dom Comerciante  01/11/2014 23:12
    A mídia capitalista? O governo Lula salvador? Provavelmente você é só mais algum professor de geografia ou eleitor torcedor típico como os da minha região aqui do sertão central do Ceará. Aliás, você já ouviu pelo menos falar de economia nessa vida ou todo o seu conhecimento se resume a panfletos?
  • Típico Filósofo  31/10/2014 16:38
    Absurdo, data venia, é a elite se achar no direito de simplesmente falar contra uma medida da prefeitura, que foi escolhida pelo povo. Qualquer oposição, incluindo artigos, é sim ação de uma elite opressora e reacionária que quer impor suas vontades sobre a do povo. Achando-se no direito apenas porque moram ali e por ali transitam diariamente, sendo os grandes afetados por mudanças.

    Sou grande defensor do ciclismo paulista eu mesmo, estando sempre triste por ver por cima (a mim é concedido generoso tráfego por helicóptero, longe do caos mercadológico) direitos sendo violados em prol do trânsito de pessoas empilhadas em latas de aço.

    A eleição de libertadores (proibicionistas) é uma reação desesperada e inconsciente do povo para se livrar dos veículos de aço, impostos pela lógica temporal, invenção do capitalismo). Conheço o povo cada vez mais a cada seminário de urbanismo e arquitetura que visito e garanto que ao desincentivar o uso de veículo s e os forçarmos a usar bicicleta em uma das maiores cidades do mundo, garanti-los-emos uma vida de saúde negada pelo capitalismo.

    Anseio pelo dia em que serão feitas autovias, pois todas as vias serão para bicicletas (e que a prefeitura discuta vias exclusivas para corrida). E que o transporte por helicóptero seja exclusivo às prioridades da prefeitura.
  • André MP  02/11/2014 16:50
    Muito boa a percepção apontada no texto.
    E esse comentário do cara que quer condenar a todos que andem de bicicleta(a China fez isso no seu projeto comunista) e que ele tenha livre e exclusivo acesso de helicóptero pago pelos cidadãos, fechou com chave de outro pra demonstrar a podridão do estado que nos controla.
  • Freedom Fighter  31/10/2014 16:52
    Aliás, a foto do artigo é exatamente a quadra à qual me referi, na rua Albuquerque Lins.
  • Erick  31/10/2014 19:07
    Excelente artigo, muito bom!

    No trecho:
    "cartéis não têm interesse em expandir a oferta de um serviço, a menos que consigam dificultar a oferta das modalidades rivais, fora do cartel"
    Não seria interessante para o cartel aumentar sua frota e transportar mais passageiros? Não seria talvez o motivo de não aumentarem a frota a própria burocracia para isso?
  • Fabio Barbieri  01/11/2014 00:32
    Caro Erick,

    fico feliz que gostaste do texto.

    no referido trecho trabalho sob a hipótese de que reguladores fixam preços que atendem ao interesse do regulado, ou seja, preco que maximiza lucro (ajustado pela perda de apoio junto a pop. por causa desse preco, embora o subsidio indireto elimine em parte esse efeito).

    Sendo assim, estruturas de mercado concentradas operam com quantidade inferior aquela obtida em mercados competitivos: o cartel maximiza lucro produzindo menos do que se ocorresse competicao.

    a fixacao de precos centralizada já foi feita por vários critérios, sujetos a uma serie de problemas, como a hipótese de que custos são independentes do incentivo empresarial em mercado livre, por exemplo.

    Ah! no parágrafo do mussum, esqueci de mencionar a eterna proposta besta de implodir o minhocão!! mas, como ja observaram alguns, o texto fica grande...

    abs

    Fabio.
  • Carvalho  31/10/2014 21:04
    O artigo seguramente traz conceitos interessantes, pena que ficou muito extenso. Podia simplificar que seria bem melhor.

    O Fabio Barbieri é muito bom pensador, no podcast aqui do site mesmo ele consegue ser bem mais direto e claro que esse artigo. Abraços e parabéns pelo trabalho.
  • Joao Porto  31/10/2014 21:51
    Aqui na minha cidade acontece algo parecido com as ciclofaixas. Sou um ciclista que está contra isso, porque calculo que tais ações acabarão com a economia da cidade. No entanto, existe um grupo extremamente organizado de bicicletistas (os talibikers) que enfiam guela abaixo as faixas exclusivas para bicicletas...É...
  • Amarílio Adolfo da Silva de Souza  31/10/2014 21:56
    TODO E QUALQUER GOVERNO BRASILEIRO É ROUBO. A base sobre a qual se assenta o "estado" é fraudulenta e maléfica. Redução do "estado" brasileiro já! Devolvam o dinheiro do povo!
  • Couto  01/11/2014 03:40
    Fábio, obrigada pelo artigo. Mas tenho a impressão que essas medidas são propositais.

    No caso das ciclovias e das faixas de ônibus, o intuito é claramente deteriorar as condições do trânsito e prejudicar a vida das pessoas que têm carros. Veja abaixo o item 6, extraído do próprio Manifesto do Partido Comunista de Karl Marx.

    1. Expropriação da propriedade fundiária e emprego das rendas fundiárias para despesas do Estado.
    2. Imposto fortemente progressivo.
    3. Abolição do direito de herança.
    4. Confisco da propriedade de todos os emigrantes e rebeldes.
    5. Centralização do crédito nas mãos do Estado, através de um banco nacional com capital de Estado e monopólio exclusivo.
    6. Centralização, nas mãos do Estado, de todos os meios de transporte.
    7. Multiplicação das fábricas e dos instrumentos de produção pertencentes ao Estado; arroteamento das terras incultas e melhoramento das terras cultivadas, tudo de acordo com um plano geral.
    8. Trabalho obrigatório para todos, organização de exércitos industriais, em especial para a agricultura.
    9. Unificação do trabalho agrícola e industrial, atuação com vista à eliminação gradual da diferença entre cidade e campo.
    10. Educação pública e gratuita de todas as crianças. Eliminação do trabalho das crianças nas fábricas na sua forma hodierna. Unificação da educação com a produção material etc.

    Minha sensação é que há, além do viés econômico, o viés cultural, que seria importante avaliarmos na conduta dos detentores do poder. Pois olhando os acontecimentos vemos que essa forma de "destruição" por intermédio da burocracia gera um ganho para a causa. Então no fim das contas a bagunça que eles criam gera percepções positivas em favor deles próprios.

    Ou não vemos isso com os ciclos econômicos, tão bem elucidados pelo Leandro Roque por aqui? Um governo que gera inflação coloca a culpa no sistema capitalista, e não no seu conluio com os bancos na expansão monetária. E como as pessoas não conhecem o processo, acham que o governo tem razão, e apoiam o intervencionismo.

    De todo jeito, acho que seria necessário estudarmos mais Antonio Gramsci e Saul Alinsky, para nos atermos à postura das pessoas que estão no poder no Brasil. Principalmente o Haddad, prefeito de São Paulo, e o Lula e seu poste (o qual não lembro o nome) na presidência da República.

    Mais uma vez obrigada pelo texto!
  • Fabio Barbieri  01/11/2014 13:27
    Olá Couto,
    concordo.
    é o que chamo de lei de say do intervencionismo no texto.
    eles são mestres em atribuir ao capitalismo as falhas criadas pelas
    proprias politicas desastrosas.
    na esfera federal, a manipulacao da moeda facilita em muito essa arte!
    abs
    fabio.
  • tiagombp   01/11/2014 08:54
    Excelente texto, com idéias muito bem articuladas e extremamente didático! Como diz o grande Sowell, "o que é chamado de 'planejamento' na retórica política significa a supressão, por parte do governo, dos planos das outras pessoas pela imposição de um plano coletivo, criado por terceiros, armados com o poder do governo e isentos de pagar os custos impostos por esses planos coletivos às outras pessoas" ("Economics Facts and Fallacies", Thomas Sowell). E isentos também de arcar com qualquer prejuízo caso estejam errados.
  • Nilson Araujo  01/11/2014 18:08
    Só não concordo a referência aos ciclistas (sou um).
    Normalmente somos ignorados, afinal, as calçadas são ocupadas por veículos
    que impurram o pedestre para o meio-fio e o ciclistas para o meio da rua.
    Lá, os veículos em alta velocidade passam muito próximos de nós.
    Sou a favor de menos carros, mais ônibus e opção de novos transportes.
    Chega de fumaça! No mais, concordo com o autor.
  • anônimo  02/11/2014 10:03
    Menos carros e mais ônibus. Claro, tudo que force o povo a depender do governo.
    No thanks.
  • Andre Luiz  02/11/2014 02:01
    Um exemplo de proibicionismo é a atual majoração para 1000% em relação ao valor antigo para infrações consideradas gravíssimas no atual Código de Trânsito Brasileiro.
  • Rodrigo Bitencourt  02/11/2014 16:56
    Como de costume, mais um excelente artigo do Prof. Barbieri. Não perco um, pois sei que vou aprender muito. Como urbanista, me sinto um completo "idiota útil" do autoritarismo estatal, afinal, nós, especialistas, estamos sempre prontos em fornecer todas as desculpas para o planejamento centralizado e o despotismo esclarecido. Resta continuar estudando a EA e quem sabe contribuir para melhorar as contribuições que eu e meus colegas arquitetos podemos dar à sociedade.
    Abraço!
  • Rafael Pereira  02/11/2014 18:33
    Bom artigo, mas um tanto simplista.

    A relacao entre entes publicos e privados como uma situacao parasitaria e onde o agente publico somente toma definicoes erradas (subotimas) parece uma caricatura tao boa quanto a caricatura de que toda maldade reside no interesse do 'K'apital personificado nas empresas privadas.

    A ideia de que as politicas de faixas exclusivas de onibus e ciclovias se justifica apenas com um argumento vazio de luta de classes ignora dezenas de outros argumentos na literatura de estudos de transportes (nas areas de economia, meio ambiente etc). Ateh porque essa politicas nao proibem o uso do carro, e fazem mais uma 'realocao' recursos (o espaco publico) de um modo de transporte que tem sido historicamente priorizado. Isso nao me parece proibir, mas diminuir a prioridade dada ao carro. Se ainda sim alguem achar que isso eh "proibir" o uso do carro, entao outro ponto de vista poderia fazer a leitura contraria, a de que as politicas urbanas de transporte tem historicamente "proibido" o uso da bicicleta e dos onibus que nunca tiveram investimento razoavel em infra-estrutura e estiveram sujeitos aos congestionamentos, cuja causa recai deproporcionalmente sobre o uso do transporte privado.

    E por fim, o argumento da regulacao estah otimo. Mas a analise trata os setores publicos e privados como agentes homogeneos, como se nao houvesse conflitos internos. Isso ignora, por exemplo, todos os esforcos que algumas pessoas dentro de prefeituras pelo Brasil afora tem feito (com modesto sucesso) para rever os contratos com empresas de transporte para escapar desse ciclo vicioso. Conversando com o pessoal da SPTrans e o pessoal da FGV, ouvi relatos sobre sobre a resistencias das empresas de onibus para revisao da regulacao e dos contratos e como esses caras tem uma forca politica (quase mafiosa) que nao eh trao trivial de mudar.

    Enfim, gostei do artigo. Soh acho que ele conta a historia de uma maneira simplista como se todos os problemas do transporte publico decorresem (1) da irracionalidade/ineficiencia do agente publico ou (2) uma regulacao inadequada que soh pode ser fruto de uma falta de capacidade /mah vontade / ou cooptacao do agente publico (ou as tres coisas). :)

    ps. desculpe p longo comentario. :)
  • Hay  03/11/2014 10:11
    Conversando com o pessoal da SPTrans e o pessoal da FGV, ouvi relatos sobre sobre a resistencias das empresas de onibus para revisao da regulacao e dos contratos e como esses caras tem uma forca politica (quase mafiosa) que nao eh trao trivial de mudar.

    Acho que isso é meio óbvio, não? Quando você tem um oligopólio estritamente controlado e regulamentado pelo estado, não há como evitar a formação de uma máfia. O esquema não é revisar contratos, e sim permitir liberdade de entrada e saída de empresas nesse mercado. Não licitações, nem concessões, nem regulamentações obtusas. Liberdade de entrada e saída de empresas, pura e simplesmente assim.
    Infelizmente, o brasileiro tem um medo irracional disso. Parece achar que, se houver liberdade para as empresas, tudo ficará ruim, as empresas não farão nada e os governos corruptos as protegerão. A "solução" genial é... dar poder para o governo corrupto decidir quem entra e quem sai do mercado. Nossa, por que será que isso não funciona? MISTÉRIO!

    Enfim, gostei do artigo. Soh acho que ele conta a historia de uma maneira simplista como se todos os problemas do transporte publico decorresem (1) da irracionalidade/ineficiencia do agente publico ou (2) uma regulacao inadequada que soh pode ser fruto de uma falta de capacidade /mah vontade / ou cooptacao do agente publico (ou as tres coisas). :)

    Se o artigo conseguiu encaixar os problemas nessas duas categorias, acho que não é exatamente simplista. Seria simplista se concluísse que o problema é "da corrupção do governo", "da falta de regulamentação" e pedisse "maior investimento em educação". Leia os artigos de "intelectuais" brasileiros e veja se 99,999% deles são assim, supostamente profundos mas tão rasos que, fossem rios, uma formiga os atravessaria com água pelas canelas.
  • Rafael Pereira  03/11/2014 20:16
    Oi Hay,

    sim, a dificuldade de regular contratos em mercados com caracteristica de oligopolio eh um tanto obvia sim. Meu ponto era justamente o fato de que o artigo nao deixa isso explicito, e me parece um ponto importante para o argumento geral.

    Sobre a questao da regulacao, nao acho que isso seja um "medo" e nao acho que seja um problema de "brasileiros". Como o Prof. Fabio mesmo aponto, eh ponto comum em qualquer manual de economia que ha uma necessidade de se regular transporte publico por conta de diversas falhas de mercado, algumas delas mencionadas pelo Fabio no artigo. Veja que isso nao invalida em nada o ponto de vista cetico mencionado no artigo, mas tampouco isso se traduz em medo. No mais, regulacao do transporte publico eh praticado em milhares de cidades no mundo inteiro, inclusive em paises com economia muito mais aberta e regulacionista do que o Brasil. Enfim, nao eh uma problema de "brasileiro". A proposito, o pouco que li sobre transporte urbano desregulamentado no Brasil com a liberacao de vans e leglizacao de "transporte pirata" em algumas cidades nos anos 90 nao pareceu ter sido uma boa experiencia. Mas confesso que nao conheco muitos estudos sobre o tema (talvez pela falta de dados).
  • Leonardo Nascimento  05/11/2014 13:58
    Fabio,

    Ótimo artigo.

    O Estado agora inventou valores exorbitantes de multas de trânsito sobre algumas infrações. Existe algum artigo que menciona o poder coercitivo do governo de taxar esses valores? Ou explicar os malefícios dessa taxação arbitrária e incoerente que no pensamento dos burocratas, reduzirá significativamente acidentes?

    Abs,
  • Emerson Luis, um Psicologo  09/11/2014 17:57

    Bom artigo, com linguagem acessível à maioria dos leitores frequentes e tamanho médio.

    Legislador é aquele que cria leis, não é? Eles precisam justificar sua existência.

    * * *
  • Fellipe Lopes  21/01/2015 12:20
    Esse conceito é tão utilizado que eu vejo pessoas no cotidiano simplesmente repetindo o ato. Quando acham que algo na mídia (de modo geral) ou problemas de estrutura urbana/administrativa, já vão logo dizendo: "isso tem que ser proibido"; "tem que ter uma lei para corrigir essa sem vergonhice".

    Este tipo de pensamento é cunhado desde das escolas -e reforçado nas faculdades, nessa educação formada na base do marxismo, em que muitos educadores ao "ensinar" história do comunismo se contradizem nos atos de descrever os ocorridos totalitários dos regimes, mas que para ter responsabilidade social o marxismo é a única forma.

    Daí acontece isso, todos no país adoram leis. Quanto mais melhor. É complicado conversar com uma pessoa média e questionar o excesso de imposições jurídicas, as quais no final apenas encarecem a vida no país e podam as liberdades individuais.
  • MP  27/05/2015 18:17
    Embora concorde com a proposta de subverter a lógica no sistema de transporte, ainda acho as ciclovias defensáveis. Elas ocupam muito, muito pouco espaço na rede viária da cidade e não colhe o argumento de que teriam tornado o trânsito mais lento, justamente porque elas tomaram espaço que era destinado primordialmente ao estacionamento e não à circulação dos automóveis. As vias são públicas e não se vê por que estariam "usurpando" seu uso pelos carros, que obviamente não têm sobre elas direito natural exclusivo. Parece-me que a medida efetivamente tenta criar uma alternativa de uso mais racional desse espaço, cada vez mais escasso. Decerto seria um acerto (pelo menos para os que concordam com a medida, como eu) raríssimo do governo, mas a raridade, ou mesmo seu caráter demagógico e idealista, neste não lhe tiram a justeza.

    p.s. Professor, peço encarecidamente que não aceite os apelos para encurtar ou tornar mais didáticos seus textos. Estava excelente, não só no conteúdo, mas na extensão e na forma.
  • MP3  27/05/2015 20:58
    Correto, não há certo ou errado sobre as ciclovias, já que as ruas pertencem ao município de são paulo, cujo a gestão é competência de um representante eleito democraticamente.

    Mas podemos fazer um análise praxeológica e verificar suas consequências.

    Com as ciclovias haverá menos espaços aos carros, e por consequências prejudicará o fluxo dos motoristas e beneficiará o fluxo dos ciclistas. Em outras palavras, os motoristas ficarão em pior situação enquanto os ciclistas ficarão em melhor situação.

    Podemos acrescentar, saindo um pouco da análise praxeológica, que São Paulo, por ser uma cidade grande, tem uma maior necessidade por veículos, e sendo assim, haverá um maior número de pessoas que preferem utilizar o carro como meio de transporte. Portanto, para concluímos, uma maioria de paulistas estará em pior situação com as ciclovias.
  • brendo  13/08/2015 16:32
    Andor de bicicleta por causa do monopólio de ônibus. Alem de não paga imposto por isso
  • Paulo Bat  16/07/2017 10:46
    Prezado Prof. Fábio Barbieri

    De acordo com estudo publicado no Portal G1, de 23/03/2014, "Ciclovias representam apenas 1% da malha viária no pais", segue alguns dados, da cidade que nasci, me criei e visito frequentemente, visitando minha família ((Curitiba), da cidade que morei de 2003 à 2009 (Vitória) e da cidade que resido desde 2010 (Rio de Janeiro).

    - Rio de Janeiro, metade da população paulistana:

    361 km (primeiro lugar). 3,41% da malha urbana (quarto lugar).

    - Curitiba, 17% da população paulistana:

    127 km (segundo lugar). 2,70% da malha urbana (quinto lugar).

    - Vitória, 3,33% da população paulistana:

    29 km (décimo primeiro lugar). 6,62% da malha urbana (segundo lugar).

    - São Paulo

    60,21 km (quinto lugar). 0,40% da malha urbana (décimo sexto lugar).

    Nestas cidades não tem esta polêmica, pelo menos de tal nível de chegar ao fato de ser capa de jornais e revistas ou notícia em horário nobre na TV.

    Talvez o problema seja o conhecido stress paulistano e não as bicicletas. Afinal o paulistano passa mais tempo no trâsito do que com a família. E para ir à praia se estressa mais, com as horas e horas no engarrafamento.

    Ou talvez porque nas capitais que mencionei não foram prefeitos do PT que as criaram. Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba é do DEM.

    Em relação à faixa exclusiva para ônibus, ela foi implantada inicialmente por Jaime Lerner e equipe, no seu primeiro mandato, no longínquo ano de 1973. Ela fez tanto sucesso que a equipe dele exportou a experiência para o mundo todo.

    A principal razão do sucesso foi que, com pistas exclusivas, os ônibus chegam mais rápido ao destino. Desta forma, muitos migram para o ônibus, reduzindo a quantidade de carrot na rua e reduzindo os engarrafamentos.

    Interessante que a equipe do Lerner implantou o Transmilênio em Bogotá. A turma de São Paulo foi para Bogotá ao invés de Curitiba, para estudar. Talvez para viajar ao exterior e receber diárias em dólar.

    PS. Atualmente não tenho bicicleta e vendi meu automóvel.

    Com o dinheiro da venda aplicado e rendendo, somado à economia em depreciação, combustível, manutenção, IPVA, seguro, franquia do seguro, estacionamento, sobra dinheiro para andar de metrô, ônibus, Uber, táxi e avião.

    E sem o stress de dirigir no Rio nem nas rodovias.

    Pela minha Anásise técnico econômica, meu VPL (valor presente líquido) é positivo, tanto monetariamente quanto em redução de stress.
  • Ex-microempresario  16/07/2017 17:34
    Paulo, alguns comentários:

    - É preciso ver com muito cuidado estas estatísticas, porque existem ciclovias e existem faixas de asfalto pintadas que a prefeitura chama de ciclovia. Se não for algo viável, e que leve de um lugar para outro, não funciona, mas pode melhorar as estatísticas. O Haddad foi obviamente, campeão nisso, mas até Curitiba, que para muitos é modelo, tem muita faixa pintada que a prefeitura chama de ciclovia, mas que não tem funcionalidade.

    - Os problemas de trânsito de São Paulo são muito maiores que os de qualquer outra cidade no país, devido ao seu tamanho. A relação população x trânsito não é linear, é exponencial.

    - O que Jaime Lerner fez em Curitiba nos anos 70 foi reformar (alargar) ruas, que na época tinham pouco movimento, e criar uma pista exclusiva para ônibus. As pistas para automóveis, na época, davam conta do recado. É muito diferente do que se faz hoje, que é pegar uma rua que já é congestionada e eliminar uma faixa, aumentando o congestionamento ainda mais.

    - Também duvido destas estatísticas que dizem "o transporte público é tão bom que as pessoas trocaram o carro pelo ônibus". Nesta conta tem que entrar o custo crescente do carro e as dificuldades que o governo cria, às vezes até desnecessariamente, para o uso do mesmo. Algumas pessoas fazem esta troca, mas não porque seja melhor, mas porque são obrigadas.

    Vou dar meu caso como exemplo: Nos anos 90, trabalhei em uma empresa a 15 km de distância de minha casa. Havia uma linha de ônibus que passava a 100 metros da minha casa e tinha um ponto "na porta" da empresa. Situação ideal para usar o transporte público, não é ? Quase não precisa andar, não precisa "baldeação". Porém, após experimentar por duas ou três vezes, nunca mais fui trabalhar de ônibus. Por quê? Com meu carro eu chegava em 25 minutos, descansado, com direito a ouvir minhas músicas preferidas no caminho. De ônibus, eu levava 45 minutos (* com faixa exclusiva *), invariavelmente percorridos de pé, espremido entre outras pessoas, tendo que me preocupar se alguém não estava puxando minha carteira do bolso.


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