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Kondratiev - a irresistível força gravitacional dos ciclos longos

Uma sucessão de bolhas?  A bolha da tecnologia, que inflou de 1995 ao estouro em 2000, foi sucedida pela bolha imobiliária, que estourou em 2007-2008.  No momento, boa parte dos especialistas defende que há uma bolha dos títulos dos governos ao redor do mundo.  De fato, os juros nunca estiveram tão baixos.  O Tesouro do governo dos Estados Unidos está pagando apenas 2,09% ao ano para o prazo de dez anos[1], e créditos exóticos, como os Tesouros de Ruanda e Mongólia, aproveitaram o momento para captar dinheiro fácil.

Há quatro anos acredita-se que os juros deveriam subir, mas, desafiando os especialistas, os juros caem ano após ano.  A pergunta é: temos realmente uma bolha de títulos de renda fixa, ou há algum outro fator estrutural que explique tal comportamento paradoxal dos juros?  O que isto significa para o mercado de ações nos Estados Unidos e no Brasil?

Nicolai Kondratiev[2] foi um economista russo do princípio do século XX, que se propôs a estudar falhas da economia capitalista.  Em livros e estudos, chegou à conclusão de que esta percorre ciclos econômicos longos e razoavelmente regulares.  Os principais seguidores atuais da tese dos ciclos de Kondratiev — ou K-wave — acreditam que o ciclo varia de 55 a 80 anos.   As variáveis explicadas pelos ciclos longos são principalmente taxas de jurospreços de ações[3], e inflação.

Ao passo em que os chamados "ciclos econômicos", que variam de 7 a 15 anos, são usualmente traçados causalmente a políticas monetárias dos Bancos Centrais, a K-wave é supostamente explicada por outros fatores, como tecnologia ou demografia[4].

Prefiro, no entanto, entender o comportamento da K-wave primordialmente por fatores causais relacionados a respostas monetárias e fiscais do sistema — sejam advindas das políticas monetária e fiscal, ou do próprio sistema financeiro privado —, que por sua vez refletem paradigmas geracionais[5].

K-wave costuma ser dividida em quatro "estações" de 15 a 20 anos cada.  Não recomendo o foco na duração das estações, mas sim na sua sucessão lógica bem como nos indicadores de mudança da estação.

O diagrama abaixo mostra de forma simplificada o atual ciclo Kondratiev dos Estados Unidos, cuja passagem do Inverno para a Primavera ocorreu em 1949 (veja no diagrama a passagem entre estas estações na posição das seis horas, marcada à época em que o mercado acionário tocou o ponto mais baixo).

Primavera de Kondratiev começa quando a economia já está depurada: os bancos já se livraram dos ativos tóxicos e se tornaram melhor capitalizados, e não são mais necessárias políticas monetárias e fiscais agressivas. É o período no qual gradualmente o processo inflacionário é retomado (reflação), após a longa temporada hibernal, deflacionária e desalavancadora.

A confiança ainda permanece frágil, e há receio pelos agentes de uma recaída da deflação, que caracterizou o Inverno (descrito mais abaixo).  Há uma retomada lenta do crédito, e as taxas de juros sobem um pouco, de maneira gradual.  Os ativos mais beneficiados são ações e imóveis.  Os preços dos títulos (e demais ativos de renda fixa prefixados), que atingiram o topo no fim do inverno, começam a cair, pelo aumento gradual das taxas de juros.

Diagrama de Kondratiev – estações

Diagrama-Kondratiev.png

Fonte: http://www.mitonoptimal.com/include/pdf/media/109/WeeklyComment-Week4.pdf

Verão começa quando o mercado acionário alcança o topo histórico (all-time high) e inicia leve descida (conforme o diagrama, o Verão se iniciou em 1966, na posição das nove horas).  A confiança no futuro dispara, a inflação gradualmente acelera até chegar ao máximo ao fim do Verão.  As taxas de juros também batem no topo no mesmo momento.  Os ativos mais beneficiados são imóveis, commodities, e ouro.  Os títulos tocam o preço mais baixo (o que significa que seus juros chegam ao valor mais alto).

Ao final do Verão a economia já está em recessão inflacionária (estagflação). Os indicadores da passagem do Verão para o Outono são a recessão, e a inflação que já começa a ceder.  As ações, portanto, tocam um ponto baixo na passagem para o Outono. (veja a passagem do Verão para o Outono, em 1980, na posição das doze horas).

Durante o Outono a inflação começa a ser debelada e cai durante todo este período desinflacionário, e a confiança dos agentes aumenta gradualmente, inicialmente aumentando suavemente, mas eventualmente alcançando a euforia ao final da estação.  As taxas de juros caem durante todo o Outono, beneficiando ações, títulos, e imóveis, e punindo severamente commodities e o ouro, que chegam ao mínimo no fim da estação.  O endividamento aumenta.  Ao final do Outono, há um crash no mercado acionário.

O ponto máximo (all-time high) das ações e o crash marcam o início do Inverno (que começou em 2000 nos Estados Unidos, com o toque no máximo do S&P500 em 1.530 pontos, seguido do estouro da bolha de tecnologia, marcado no diagrama na posição das três horas).  A confiança migra gradualmente de preocupação ao medo, do medo ao pânico, e do pânico à desesperança, principalmente por conta do impacto de uma crise bancária e da desalavancagem. A moderação da inflação de preços se acentua e passa a haver pressão deflacionária.

A desalavancagem do setor financeiro com a contração aguda do crédito gera inadimplência e defaults.  As taxas de juros caem muito, e os títulos começam a subir no meio da estação, após a contração aguda do crédito, e chegam ao topo ao final do Inverno. Mesmo tendo caído muito com o crash, o mercado acionário sofre duas ou três correções agudas adicionais após altas provisórias, durante o Inverno.  Os ativos de curto prazo e de 'caixa', bem como o ouro, se beneficiam.

Segundo a análise da K-wave, os Estados Unidos se encontram atualmente no Inverno, que se estima que perdure até 2015-2020.  O índice de ações S&P500 (ver Figuras 1 e 2 abaixo), importante indicador de mudança de estações, mostra que os dois picos após o crash de 2000 (em 2007 e agora em abril de 2013) falharam em se aproximar dos 1.530 anteriores (quando ajustados pela inflação, conforme ilustra a Figura 2).  Caso o S&P500 alcance e se sustente na faixa entre 1.750 e 1.850 pontos, a análise de K-wave indicará que provavelmente o Inverno terá sido superado.  Mas ainda estamos distantes deste ponto.  K-wave sugere que haverá ainda mais um crash antes da entrada na Primavera, completando a terceira perna de queda.

Figura 1 – S&P 500 (1997-2013)

Figura-1-Kondratiev.png

fonte: Bloomberg, O Ponto Base.

Figura 2 – S&P 500 em dólares constantes de 2000 (1997-2013)

Figura-2-Kondratiev.png

fonte: Bloomberg, O Ponto Base.

Outro importante indicador, o índice Preço/Lucro (P/L ou PE Ratio) está hoje em 15,5x, ou seja, muito abaixo do nível do ano 2000, de 30x.  O P/L deveria alcançar e permanecer em18 a 20x para uma comprovação de que o Inverno já tenha sido superado.[6]

Figura 3 – Índice Preço/Lucro (PE Ratio) do S&P 500 (1994-2013)

Figura-3-Kondratiev.png

fonte: Bloomberg, O Ponto Base.

Hoje há um relevante suporte para os preços das ações.  E não tem nada a ver com o tal do "great rotation" — que os 'comprados' acreditam que ocorreria desde 2012 —, e que consistiria no êxodo dos investimentos em títulos (por conta de suposta alta de juros) para alocação em ações.  O suporte é baseado no fragilíssimo argumento de que o dividend yield[7] de 2,5 a 3% excede os juros dos títulos, ou seja, de que os rendimentos com dividendos excedem os rendimentos em renda fixa.

De fato, esta força representa mais que um mero suporte, pois está havendo efetiva pressão de compra.  É temerário que empresas como IBM captem recursos a 1% ao ano para pagar dividendos e aumentar o dividend yield, criando incentivos artificiais para a alta das ações.   Essa artimanha por estes hackers do sistema não é sustentável.

Os Estados Unidos e o mundo desenvolvido possuem atualmente economias auxiliadas à base de maciças injeções monetárias e aumento de dívida pública.   Não obstante, as forças deflacionárias do Inverno de Kondratiev desafiam e suplantam as ações dos governos.  Os preços dos títulos demonstram ser sustentáveis e devem permanecer altos (ou seja, com juros baixos) até a entrada da Primavera.   Deve-se ficar atento aos sinais do S&P500 e de seu P/L, que serão importantes para referendar uma efetiva mudança de estação.

Em que ponto da K-wave está o Brasil?  O que isto significa para ações, inflação e juros brasileiros?

E afinal, por que utilizar uma teoria não aceita pelo mainstream para usar como uma das ferramentas de análise de investimentos?  Por que razão ocorre uma sucessão repetitiva de estação para estação na K-wave?

Em breve discorrerei sobre essas questões.


Artigo originalmente publicado em O Ponto Base.

________________________________________

[1] Menos que os níveis correntes de inflação.

[2] [é também comum a grafia Kondratieff]  Kondratiev, que tinha apoio do establishment durante a era Lênin, foi assassinado em 1938 por ordem de Stalin na Gulag em que se encontrava preso desde 1930.  Stalin se desapontou quando Kondratiev deixou de corroborar sua crença de que o capitalismo se extinguiria com a Grande Depressão.

[3] Recomendo o premonitório livro de Michael Alexander, Stock Cycles - Why Stocks Won't Beat Money Markets over the Next Twenty Years.  Não discorre apenas sobre K-wave, mas é uma boa introdução ao tema.

[4] O conceito de ciclos econômicos é em grande medida aceito pela ciência econômica convencional, ou mainstream, em contraste com o conceito de K-wave.

[5] Explicarei tal mecânica em artigos posteriores.

[6] A média histórica do P/L americano desde 1900 é de 16x.  Um valor acima de 16x indica que há expectativa de crescimento de lucros que justifique um múltiplo acima da média.

[7] Dividend yield é a razão entre os dividendos anuais por ação e o preço atual da ação

 


autor

Helio Beltrão
é o presidente do Instituto Mises Brasil.

  • Julio Heitor  06/06/2013 12:53
    Fiquei com um dúvida:

    Pelos artigos que li no mises, o sistema de moedas fracionárias está em seus estágios finais de vida. Ou seja, fica cada vez mais dificil sustentar este sistema a cada vez que o problema é "chutado" para frente.

    O ciclo longo de Kondratiev formula que existe uma fase de primavera em que a retomada dos investimentos bons vão substituindo os maus, certo? Mas será que esta fase de primavera sempre aparecerá?

    Se o sistema de moedas fracionárias está definhando, será que um dia o ciclo longo não será fechado e a fase de primavera só entrará quando o sistema como um todo for substituído? Ou seja, com o sistema atual, o ciclo longo pode nunca ser fechado?
  • Leandro  06/06/2013 13:10
    É um bom ponto.

    O meu palpite é que o sistema bancário de reservas fracionárias ainda irá se perpetuar por muito tempo em decorrência de sucessivas alterações nas regras de Basileia, que irão exigir requerimentos de capital continuamente maiores.

    Estes aumentos nos requerimentos de capital -- que nada mais são do que reduções na alavancagem -- irão manter os bancos solventes, mas afetarão sensivelmente todo o processo de expansão do crédito. Aliás, isso já está sendo observado na Europa desde 2010. Em meio a uma severa crise bancária, os reguladores exigiram que os bancos reduzissem sua alavancagem -- isto é, aumentassem sua razão capital/ativos de risco.

    Só que tal razão só pode ser elevada de duas maneiras: ou os bancos vendem papeis (e com isso elevam seu capital) ou eles reduzem seus ativos de risco (no caso, empréstimos). Ambas as medidas geram deflação monetária. É isso que está ocorrendo nos PIIGS.

    Ou seja: o sistema bancário de reservas fracionárias levará a um aumento contínuo dos requerimentos de capital impostos por Basileia. E isso irá afetar cada vez mais o processo de expansão do crédito. Isso, por sua vez, afetará a taxa de crescimento da oferta monetária, o que por sua vez afetará a capacidade de pessoas e empresas quitarem suas dívidas. Essa é, em minha opinião, a grande enrascada que o mundo vivenciará.
  • Julio Heitor  06/06/2013 15:34
    Leandro,

    pelos seus argumentos eu poderia até divergir da sua frase "o sistema bancário de reservas fracionárias ainda irá se perpetuar por muito tempo em decorrência de sucessivas alterações nas regras de Basileia". Explico:

    Se as regras da Basileia exigem cada vez mais capital para manter a emissão de crédito, ficaria mais dificil de novos créditos serem concedido, acelerando ainda mais a chegada de qualquer recessão em gestação.

    Se as receções levam cada vez menos tempo para chegar, os ciclos economicos seriam cada vez mais frequentes, entrando em uma expiral no sentido de implodir o sistema mais rapidamente.

    A única forma de evitar novas recessões seria permitir o capital privado genuíno (via poupança) de fazer a sua parte, o que é exatamente o que o IMB defende.

    Meu raciocínio procede?
  • Leandro  06/06/2013 15:48
    Seu raciocínio está correto, mas vale enfatizar -- e eu não fiz isso -- que estes aumentos impostos por Basiléia são bem pequenos. No momento, os requerimentos de capital foram aumentados para apenas 5%, algo ainda ínfimo. Ou seja, ainda há muito espaço para a perpetuação do regime.
  • John  06/06/2013 13:26
    Por que o ouro subiria no inverno ("gold booms"), sob deflação?

    Sendo uma época de desalavancagem, quando o dinheiro se valoriza em relação a todos os outros bens, seria natural que a moeda se valorizasse em relação ao ouro, fazendo com que o preço do ouro caia.

    Acho que, no inverno, o ouro só performaria bem, igual a moeda, caso se estivesse sob um padrão ouro. Nesse caso, obviamente, o ouro teria o mesmo ganho que a moeda.
  • Arthur Dias  06/06/2013 13:50
    Meu palpite é que as pessoas e investidores correm para o ouro nesse momento para se proteger e tentar evitar perdas com a desvalorização da moeda ou de ações, etc., aumentando a demanda por ouro.
  • John  06/06/2013 14:01
    Só se tiverem uma percepção/expectativa errada do cenário.

    Pq sob deflação, a moeda está se valorizando.
  • Jose Roberto Baschiera Junior  06/06/2013 14:11
    A moeda está "desvalorizando menos", com o mercado acionário sem perspectivas as pessoas correm para o ouro.
  • Marcos Cunha  08/06/2013 18:47
    Prezado John,

    acho que o termo "ouro" poderia ser substituído por "moeda estrangeira". Kondratiev formulou a teoria quando o mundo seguia o padrão-ouro, vale lembrar.
    Se levarmos em conta que os EUA estão uma estação à frente do Brasil (atualmente, inverno e outono respectivamente), quando chegar a primavera deles e o nosso inverno, com o aumento de juros nos EUA o dólar se valorizará frente ao real. É o que consigo visualizar.
  • Jose Roberto Baschiera Junior  06/06/2013 14:07
    Brasil entrando no outono?
  • pensador barato  06/06/2013 13:56
    Quais foram as premissas usadas por kondratiev para ter chegado a essas conclusões,afinal na academia não aprendemos isto e no artigo não foi explicitado isto,então posso afirmar que kondratiev não chutou mas sim usou princípios básicos de economia e lógica pura para embasar sua teoria a respeito de assunto tão complexo mas ao mesmo tempo simples de ser entendido quando se parte das premissas usadas por ele,então gostaria muitíssimo que o Leandro Roque dicorrece sobre esta questão pois acredito que para nós leigos no assunto será mais uma aula de economia aplicada.
  • pensador barato  06/06/2013 14:01
    Detalhe boa parte desses assuntos relacionados a investimentos são pouco conhecido pelo leitor comun sendo assunto de profissional do mercado de capitais o que acaba mistificando o assunto portanto só o IMB para esclarecer assunto tão complexo,rico e simples ao mesmo tempo desde que as premissas sejam colocadas na mesa de forma clara.
  • zanforlin  06/06/2013 17:01
    Prezado Leandro:

    Posso estar errado (e quase sempre estou), mas penso que a teoria dos ciclos, do Nicolau Kontratiev, baseia-se num raciocínio indutivo, o qual, sabemos, é meramente estimativo e refutável pela existência de um simples "cisne negro", que infirme a proposição de que "todos os cisnes são brancos". Pois bem, o primeiro comentarista, o Júlio Heitor, especulou algo interessante (O ciclo longo de Kondratiev formula que existe uma fase de primavera em que a retomada dos investimentos bons vão substituindo os maus, certo? Mas será que esta fase de primavera sempre aparecerá?) Essa é a questão, haverá uma fase de seguinte a anterior, sobretudo no caso dos EUA, que injetaram, por emissão, por derivativos, mais de uma centena de trilhões de dólares no planeta? Por fim, a clara e didática explanação do Hélio, não satisfez minha curiosidade (e a de muitos, suponho) sobre como pode ser o final dessa "festança" para os EUA; aliás ele disse que "Caso o S&P500 alcance e se sustente na faixa entre 1.750 e 1.850 pontos, a análise de K-wave indicará que provavelmente o Inverno terá sido superado.". o que, para um leigo como eu, sugere que a festança de criação de moeda terá sido eficaz e decisiva para a recuperação daquele país...

    Grato.
  • Fred Henrique  06/06/2013 17:31
    Nobres colegas,

    Vejam este vídeo do L.G. Beluzzo veiculado pela Carta Capital (ergh!):



    Nada de muito polêmico para um economista mainstream, mas serve para perceber que a EA está no radar deles.
  • Occam's Razor  06/06/2013 18:17
    Nâo saiu o link. Aqui o vídeo

  • Fred Henrique  07/06/2013 01:52
    Agradecido pela gentileza.
  • Rafael  07/06/2013 23:04
    Resumo do vídeo:

    Escola Austríaca = Hayek,

    que, por sua vez, não entendia o dinheiro e defendia a intervenção na economia.

    Clap, clap...
  • empreendedores  08/06/2013 22:34
    Perfeito!!! Ou ele é ignorante ou estelionatário intelectual... fico com a segunda opção.
  • IRCR  06/06/2013 18:26
    Leandro

    Esses requerimentos de maior capital poderia ser resolvido com 100% de caixa mais lastro em ouro como Soto propoe ? Dando fim de vez as reservas fracionarias ? e como citado pelo Julio Heitor agora trabalhando com poupança genuina ?
  • Leandro  06/06/2013 18:36
    Correto. A reforma do de Soto é a melhor porque leva a um regime bancário sem nenhuma alavancagem e a transição para este regime é a mais suave possível. Porém, as chances de tal reforma ser implantada no mundo atual é nula, pois não é do interesse nem dos bancos e nem dos governos (que gostam das reservas fracionárias porque, com elas, o financiamento de seus déficits é mais tranquilo e menos doloroso).
  • J.Sena  06/06/2013 19:29
    Qual a utilidade de se publicar uma teoria dessas?
  • Marck  06/06/2013 21:16
    Falou bobagem?

    www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2013/06/1290212-anarquistas-neoliberais-e-foucault.shtml
  • Getulio Malveira  06/06/2013 23:05
    Alguma: a distinção entre neoliberais e anarco-capitalistas é meio sem fundamento e provavelmente se baseia na falta de conhecimentos do autor sobre as vertentes liberais (na verdade o cara escreveu sobre duas coisas que não conhece). Quanto a aproximação entre Foucault e os anarco-capitalistas... bem, seria preciso ler o que escreveu o tal sociólogo francês, mas a princípio, faz algum sentido. Mas há uma diferença crucial que aproxima Foucault mais dos anarquistas "de esquerda": ele não faz uma diferença entre organizações voluntárias e involuntárias e, assim, sua "defesa" do indivíduo acaba por se voltar tanto contra o Estado quanto contra instituições como a Igreja. De todo modo, são interesses diversos e questões diversas que temos de um e de outro lado, embora incidentalmente possam resultar em conclusões ou "bandeiras" comuns.
  • Emerson Luís  08/06/2013 13:15
    Foucault tinha dois olhos, era bípede e respirava oxigênio. Hayke e Mises também.

    Logo, Foucault tinha muitos pontos em comum com Hayek e Mises.

    Portanto, quem aceita os conceitos de Hayek e Mises coerentemente deve aceitar os conceitos de Foucault também.

    * * *

    Esse Foucault é mais um filósofo esquerdista irracional (desculpem o pleonasmo). Claro que ele tem alguns pensamentos interessantes e fez algumas frases de efeito, mas como um todo ele é incoerente e vitimista como todos os esquerdistas.

    * * *
  • Felipe  07/06/2013 01:34
    Para aquelas pessoas que adoram demonizar os empreendedores, pessoas que são verdadeiros responsáveis pela geração de emprego, e não um bando de sem vergonhas sustentados pelo povo e que não geram riqueza alguma, Além da proposta do Desviômetro, que tal realizarmos também o Calotrômetro, somando as dívidas pendentes de pessoas sem vergonhas, que não honram as suas dívidas, e ficam à espera do SPC/SERASA por 5 anos para consumir produtos sem ter de pagar por eles. Para algumas pessoas lembrarem, se o "zé coitadinho" dar um calote, comprando algo e não pagar, nada acontece, e em 5 anos não tem mais a obrigação "moral" de quitar a dívida. Agora se o empresário se nega a pagar um tributo/imposto pro governo....é motivo de confisco de bens e cadeia....

    Eu coloquei este comentário lá no carta capital.....vamos ver o quão parcial eles serão....rs
  • Emerson Luís  07/06/2013 14:22
    Ainda sou iniciante e quero tirar duas dúvidas básicas:

    1- "Bolha econômica" é o mesmo que "ciclo econômico"? Qual a diferença?

    2- Se os conceitos da EA fossem implementados, o que aconteceria quanto a este assunto? As bolhas e/ou ciclos seriam reduzidos, mas ainda poderiam acontecer alguns? Ou seriam totalmente eliminados?

    * * *
  • Leandro  07/06/2013 14:49
    Bolha é uma fase do ciclo econômico. A bolha está associada ao período de crescimento artificial da economia, crescimento este que é estimulado pela expansão do crédito (que nada mais é do que uma expansão monetária).

    Há bolha de ativos e bolha de demanda. Bolha de ativos é quando imóveis e commodities apresentam um acelerado aumento de preços, aumento este causado justamente pelo direcionamento do dinheiro recém-criado para este setor. E bolha de demanda é quando o consumo em toda a economia é aditivado pela expansão do crédito.

    Quando a expansão do crédito é reduzida, a demanda cai e as bolhas estouram.

    Portanto, bolhas fazem parte dos ciclos econômicos, mas elas não são os ciclos econômicos.

    Para evitar bolhas, seria necessária uma reforma no sistema monetário e bancário. A primeira e crucial medida seria a abolição do Banco Central. Há inúmeros artigos sobre isso aqui no site.

    Seja bem-vindo.

    Abraços!
  • anônimo  07/06/2013 15:13
    Na física é muito utilizada as chamadas Condições de Contorno para as equações que governam o comportamento - em termos de espaço, tempo e energia - do Modelo em estudo. Têm-se as condições iniciais em termos de variáveis e parâmetros fixados.
    No modelo de ciclo econômico apresentado pela teoria de Kondratiev seria interessante comparar suas Condições de Contorno dada pelas condições iniciais da TACE.
    A matemática será descritiva em orientar para os efeitos prováveis a curto ou longo prazo.
    As causas envolvem o escopo do conhecimento econômico, a priori, da E.A., prevalecendo esta.
    Chamando as condições iniciais de Oportunidades teremos para cada oportunidade suas possibilidades e para cada possibilidade suas probabilidades. Aqui a estatística vem a calhar sendo importante a coleta de dados no que couber. Sem ideologias, apenas informação.
    A Teoria da Informação de Claude Shannon completaria o D.I., Domínio Informacional.
    Assim, quem sabe não poderíamos ver o modelo de ciclo econômico de Kondratiev em uma formulação de Atrator Estranho, heim?
    Reparem, há ciclos semelhantes a ondas misturados com ciclos de expansão e contração, como em um elástico, referentes a este modelo de Kondratiev. Na física, tal "mix" de conceitos em vibrações é explorado pela Teoria das Cordas.
    Só mais um detalhe:
    A Potencialidade (a Potentia de Heinzenberg) é que poderia mudar tudo. O "tudo" descrito pela Oportunidade, Possibilidade e Probabilidade. Nosso conhecimento diante dos efeitos que a Potencialidade provoca é nula, é de uma incerteza total, pois essa faz parte da própria Singularidade que dá origem e sustentação de nosso Universo.
    Sabemos apenas que há uma Ordem Espontânea sendo continuamente criada e da qual colhemos o que plantamos, por ação e reação, pois estamos sempre interferindo ...



  • pensador barato  07/06/2013 17:27
    Anônimo falou,falou e não disse nada,linguagem empolada e técnica demais só complica, seja mais humilde e fala no popular usando o mínimo de linguagem técnica.
  • Eliel  07/06/2013 19:43
    Agradeço à crítica do pensador barato. Esqueci igualmente de me identificar como de costume o que resultou em rótulo de anônimo. Nem sempre é possível simplificar demais, pois

    "Tudo deveria se tornar o mais simples possível, mas não simplificado.
    Se, a princípio, a ideia não é absurda, então não há esperança para ela.
    Albert Einstein."

    Por outro lado,

    "Procura a simplicidade e, depois, desconfia dela."
    Alfred Whitehead

    Abraços.
  • Marcos Cunha  08/06/2013 00:35
    Leandro, vc poderia dar sua opinião sobre o que consegui visualizar?
    Transcrevo abaixo:
    "levando em consideração estações de 15 a 20 anos, eu consigo visualizar o seguinte para o Brasil:

    Primavera – 1954/1974 – início de inflação (governos pré-1964 e indexação pela poupança no regime militar);
    Verão – 1974/1994 – aceleração inflacionária (choques de petróleo em 1973 e 1975 até a hiperinflação nos governos Figueiredo e Sarney);
    Outono – 1994/2014? – queda da inflação e da taxa de juros, euforia nas bolsas e no mercado imobiliário (Plano Real em 1994, governos FHC, Lula e Dilma);
    Inverno – 2014? – crash nas bolsas e estouro da bolha imobiliária?

    Faz sentido ou visualizei o ciclo olhando poucas variáveis?
  • Leandro  08/06/2013 00:55
    Prezado Marcos, devo confessar que não sou seguidor do ciclo de Kondratiev, de modo que não estou nada qualificado para comentá-lo. Talvez o Helio possa fazer isso quando ele vir sua pergunta. Perdoe-me.

    Grande abraço!
  • Helio Beltrao  08/06/2013 16:32
    Marcos, sua interpretação está próxima à minha. O Brasil está no Outono desde 1994. Está se aproximando o Inverno de Kondratiev. Farei um artigo sobre isso nos próximos meses, a ser publicado no O Ponto Base.
  • André  01/07/2013 04:42
    Quem não lembra do slogan "Cinquenta anos em cinco".

    Analisando rapidamente, penso que o governo de JK [56-60] poderia ser o início da primavera.


    Próximos meses é muito longe Helio! Aguardo ansioso por mais este artigo.

    Abraço.



  • IRCR  08/06/2013 03:33
    Só acho pouco provavel um crash de bolsa aqui no Brasil, pois o volume de operações aqui é muito inferior a dos paises lá fora. Para ocorrer um crash tem que ter havido uma bolha na bolsa, porém nos ultimos anos ela só vem caindo e nem se fala esse ano.
  • Bruno Aguiar  09/06/2013 06:11
    Falta fundamentação.

    Aonde está a rigorosa justificação lógica que austríacos tanto prezam, e que são sua principal diferença para o mainstream??
  • Daniel Gonçalves  13/06/2013 02:49
    Me desculpe, mas não me recordo de ter lido no texto que a K-wave é uma teoria Austríaca.
  • Bruno Aguiar  13/06/2013 05:05
    Está desculpado, até mesmo por que eu não afirmei isso.

    A questão é que um austríaco, como o Helio, escrevendo para um instituto austríaco deveria seguir o rigor metodológico da escola austríaca, correto?
  • Helio  15/06/2013 04:07
    O artigo não foi escrito originalmente para o IMB, e sim para investidores leitores de O Ponto Base (www.opontobase.com.br).
  • Mohamed Attcka Todomundo  20/06/2013 19:53
    link "www.mitonoptimal.com/include/pdf/media/109/WeeklyComment-Week4.pdf" ñ funciona. favor corrigir
  • Charles Miller  19/11/2014 23:05
    Achei este artigo diferente dos que vejo por aqui geralmente. Como o resto do pessoal da EA enxerga esta teoria?
    Em tempo, existe algum estudo da EA que relacione a alavangem financeira das empresas e os ciclos econômicos, no sentido de ajudar as empresas a não começarem investimentos que elas não conseguirão terminar por causa do fim da expansão de crédito? Tenho a impressão que isto daria um estudo interessante.
  • Francisco  06/03/2016 03:33
    Interessante ler este artigo agora no começo de 2016. Alguns trechos: "Mesmo tendo caído muito com o crash, o mercado acionário sofre duas ou três correções agudas adicionais após altas provisórias, durante o Inverno". [...] "A K-wave sugere que haverá ainda mais um crash antes da entrada na Primavera, completando a terceira perna de queda."
    Depois do pico histórico em meados de 2015, agora no início de 2016, a curva do S&P500 começa a virar para baixo. Será que estaríamos na iminência do crash?
  • Hugo Guimarães  21/07/2016 18:34
    Há algum artigo que trate sobre as Ondas de Kondratiev relacionado à economia brasileira?






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