Não
é só a economia que anda em
depressão. A ciência
econômica também está no limbo.
Em
recente visita à minha antiga faculdade de economia, pude perceber, pelas
palavras do meu antigo professor e hoje diretor, que o curso de economia está
mais decadente do que nunca. O número de
alunos inscritos caiu para a metade do que era no meu tempo — e eu me formei
pouco mais de uma década atrás. Além
dessa brusca queda no número de alunos, o curso teve que se modificar para
atrair alunos, e acabou dividindo o currículo com Relações Internacionais e apresentando
outras especificações mais voltadas para o ambiente executivo do que para a
teoria econômica propriamente dita.
Esse
exemplo local pode ser replicado no mundo inteiro, e atingiu seu ápice quando a
rainha da Inglaterra questionou por que os economistas erraram tanto nas
previsões sobre a crise de 2008.
O
termo "Ciência Sombria", cunhado por Thomas Carlyle para designar
a ciência econômica, nunca se mostrou tão acertado como agora. A ciência econômica, no ultimo século, se
entregou totalmente ao positivismo científico, ao utilitarismo; e, com a
avalanche keynesiana, virou uma completa conversa de loucos travestida de
ciência. Um amontoado de equações (há
quem diga que a economia hoje é apenas um braço da matemática) que não querem
dizer coisa alguma, e que servem apenas para apresentar um verniz científico
para respaldar políticos que querem gastar cada vez mais e mais. No meio acadêmico, produz-se em massa teses
que ninguém lê e que pessoas comuns jamais entenderiam.
Diante
desse cenário, fica a pergunta: "Existe futuro para a ciência econômica?".
A
minha resposta é um sonoro SIM. Não só
futuro, como também o presente e o passado da ciência econômica nunca fizeram
parte desse cenário sombrio que hoje vemos nas universidades, na vida acadêmica
e na confusão sem sentido que escutamos de economistas da corrente dominante.
Para
entender meu entusiasmado otimismo é preciso que eu esclareça para o leitor
que, se o pensamento dominante se enclausurou na situação descrita no começo
desse artigo, esse pensamento não é, e nunca foi, o único. Existe e existiu quem ousasse discordar e
pensar diferente, e esses são os chamados economistas da Escola Austríaca de
Economia.
Durante
décadas no século passado, os pensadores dessa escola viveram isolados e
marginalizados, viram a avalanche keynesiana e monetarista dominar todos os
postos da academia, e viram pensadores como Hayek, Mises e Rothbard conseguirem
preservar um tesouro que ficou próximo de desaparecer (esses economistas
pensavam que a Escola Austríaca desapareceria quando eles morressem, de tão
poucos adeptos que ela tinha).
Hoje
essa escola vive um entusiasmado reflorescimento, graças ao laborioso trabalho
desses três gigantes citados acima. O
corpo teórico não só foi preservado, como eles também desenvolveram obras
monumentais seguindo uma sólida teoria econômica, a qual, ao longo do tempo,
foi se provando cada vez mais acertada. Tivesse
a rainha da Inglaterra tomado conhecimento do que dizem os economistas dessa
escola, jamais diria que economistas nenhum previram a crise.
O
ponto mais importante é que a ciência econômica nunca precisou ser essa confusão
sem sentido de manuais keynesianos matematizados. Ação Humana, de Mises,
é um livro de mais de mil páginas e não possui um único gráfico ou
equação. Sua frase seminal "Good Economics is Basic
Economics" (A ciência econômica boa é
a ciência econômica básica) representa o resumo precípuo de que é a
verdadeira ciência econômica: é aquela que não enrola, que não confunde, que é
clara, compreensível e acessível a qualquer leigo inteligente.
Mas,
voltando ao assunto do renascimento, se por anos esses economistas ficaram
isolados, o fato é que sua obra não se perdeu.
Lew
Rockwel e Murray
Rothbard, em conjunto com Margit von Mises, viúva
de Mises, fundaram o Mises Institute para preservar,
ensinar e divulgar as obras de Mises. Hoje,
o Instituto e seus artigos são mais lidos do que qualquer outro site de
economia. Nem menciono aqui os papers e as teses das universidades
mundiais — esses não conseguem em um ano a audiência de um dia dos artigos do Mises Institute. Aqui no Brasil, o Instituto Mises Brasil vem
seguindo o mesmo caminho.
Por
ser parte essencial da Escola Austríaca, a linguagem é acessível a todos. Pessoas que antes achavam que jamais leriam
um artigo sobre economia, agora já não passam um único dia sem ler os artigos
publicados no site. A clareza dos
artigos já tira a pecha de "sombria" da ciência econômica. Com a internet, a informação circula cada vez
mais rapidamente. Fenômenos como os
ciclos econômicos, desvalorização do poder de compra das moedas e sistema de
reservas fracionárias — coisas para as quais os jornais nunca conseguiram dar
uma explicação minimamente coerente — agora já estão facilmente esclarecidos
para todo o público leigo e inteligente.
Não
só isso: ao passo que o formalismo de um artigo acadêmico é contraproducente,
pois mantém totalmente restrita a um pequeno círculo as informações que quer
transmitir, aqui no site do IMB podemos encontrar, além da enorme variedade de
artigos, vídeos, ilustrações e comentários em blog que auxiliam ainda mais os
leitores a entenderem questões aparentemente simples, porém de implicações
profundas.
No
site do instituto há vídeos que se tornaram hits e mostram como a ciência
econômica pode ser divulgada de forma clara e animada. Veja a genialidade de John
Papola ao contrapor a teoria austríaca ao non
sense keynesiano. Ou veja como Peter
Schiff explica toda a
crise financeira de uma maneira que você nunca viu — e não irá ver no futuro
próximo — nos telejornais.
Melhor
ainda: os artigos diários permitem comentários onde o leitor tira dúvidas e
participa de debates em que o Leandro Roque, o Fernando Chiocca, o Roberto
Chiocca e o presidente do instituto, Helio Beltrão, estão sempre prontos a
esclarecer. Você não verá nenhum debate
de ideias assim nas universidades. A
apatia dos alunos e professores, bovinizados pelo pensamento único que vigora
nesse ambiente, faz com que qualquer possibilidade de debate seja apenas um simulacro,
uma farsa sem qualquer oposição de ideias; há apenas concordâncias monótonas. A possibilidade de comentários nos artigos do
IMB abriu espaço para um fórum dos mais movimentados sobre economia que temos
no Brasil. A quantidade e a qualidade do
material contido nessas discussões nada deixa a desejar em relação ao conteúdo
dos próprios artigos.
Portanto,
caro leitor, não carregue mais consigo aquela impressão de que a ciência
econômica é uma maçante e árida ciência que mais confunde do que explica; que é
mais parecida com uma aula de matemática do que um estudo das ações humanas. Não. A ciência
econômica é muito diferente disso. A
escola austríaca é a linha de pensamento a ser seguida, pois é a única escola
de pensamento econômico que realmente explica a economia de maneira realista,
lógica e sensata. Mais ainda: é a única
escola de pensamento que realmente entende a economia. A Escola Austríaca é a única ciência econômica verdadeira.
E
o Instituto Mises é o lugar onde você pode ler sobre economia e não estragar
seu dia.