Antes que alguém me venha de ladainha furada, eu sou libertário. Portanto, em hipótese alguma defendo estado ou alguma forma de estado.
Apenas emitindo uma opinião sobre o pouco que eu entendi, ao menos até aqui, a respeito do caso do banimento do presidente americano no twitter e também facebook, que já tinha sido expulso em um episódio anterior se eu não estiver enganado.
Qualquer perfil (como bem dito no artigo) está empregado e subordinado às regras da sua plataforma de serviços. Seja essa plataforma privada ou não.
Portanto, a decisão do twitter de expulsar o trump de seus domínios não há nada de errado. Decisão deles, fim de papo. No máximo, a única discussão que pode haver é se houve "quebra de contrato por parte do trump" ou não. E mesmo assim é um discussão tola, pois o dono da plataforma pode colocar as regras que bem quer e muda-las a qualquer momento. Enfim, é o dono da casa quem tem a última palavra e usando um jargão bem brasileiro, o choro é livre.
Na minha opinião, o grande cerne da discussão e que o artigo não quis se aprofundar, foi o fato de que outras empresas, tais como: facebook, google e amazon (até onde eu sei) "reuniram-se" para de certa forma obrigar uma outra empresa, no caso o Parler, a adotar as regras delas. Isso tudo em ambiente privado, apenas pela força da "concorrência".
Eu considero isso uma forma de censura. Pois pelo fato do Parler a principio se negar a acatar tais medidas, sofreu consequências, como por exemplo ter sido retirado da Google Play Store. Aqui já não se trata de quebra de contrato de um perfil ou uma empresa. Se trata de uma espécie de perseguição sim. O Parler tem suas regras internas e nenhuma outra empresa tem algo a ver com isso. Assim como ele não tem nada a ver com a regra das outras. Fato que ele foi pressionado e temporariamente ao menos já foi punido.
O artigo informa, e eu concordo, que a expulsão de perfis contraditórios ao debate ou ideias em que a plataforma da sinais claros em defender, vai causar por fim o banimento definitivo do debate. E sugere, que com isso, teremos redes sociais com perfis que propagam e se alimentam somente de ideias "tipo A"e outras redes sociais concorrentes com perfis que fazem o mesmo, só que com ideias do "tipo B." E isso na prática não é debate, se não há o elemento contraditório.
Só que, com o fato de empresas pressionarem para que outras empresas sejam também de certa forma "canceladas", aqui nós temos um fato novo: a tentativa de não apenas acabar com o debate dentro de uma mesma rede, mas também, de exterminar o contraditório a qualquer custo, seja dentro ou fora dessa rede. E detalhe, tudo em ambiente privado, em tese, sem participação do estado.
Talvez o outro rapaz não soube expressar exatamente isso no comentário dele. Mas esse é o grande perigo para a sociedade no futuro próximo. Essa tentativa, agora explicita de eliminar o outro lado sem qualquer pudor. Antes a ameaça se dava exclusivamente via estado e seus tentáculos. Agora, temos uma iniciativa privada tentando criar uma aberração de "estado privado tecnocrático" ou dê outro nome idiota que quiser. E claro, tudo sobre o mantra do politicamente correto, politicas verdes, bem estar social, conscientização e etc.
O livre mercado pode permitir, mediante a demanda do consumidor, criar dezenas de outras redes sociais com diferentes ideologias e com isso derrubar, por exemplo as atuais redes sociais "consolidadas" até aqui.
Porém, não podemos negar, que foi iniciado uma ideia de controle social em berço privado. Vai funcionar? Acredito que não. Mas, meu maior receio, é que até a liberdade vencer (e ela sempre vence no final), os novos estragos feitos por esses grupos prejudiquem ainda mais a evolução das sociedades e assim todos nós percamos um tempo precioso com novas bobagens pautadas em velhas ideias.