Não é bem assim, a plataforma pertence às big techs, mas os dados produzidos: fotos, contatos etc, pertencem ao indivíduo.
E para todos esses dados de propriedade privada que não é da plataforma, há disposições nos famosos EULA (Acordo de Licença para o Usuário Final) em que o usuário cede, plena e irrevogavelmente, muitos direitos - podendo incluir aí a cessão, em caráter irrevogável, do uso desses dados. Você não está errado quando afirma que os dados são de propriedade dos indivíduos. Esses mesmos indivíduos, contudo, pelo mero uso da plataforma, concordaram, na imensa maioria dos casos, em cedê-la.
Também nesses EULA há disposições bem claras a respeito do desligamento dos usuários da plataforma, por qualquer razão que seja, desde aquelas que todos concordariam: "Você está usando a plataforma para espalhar pedofilia, logo está banido e todos os seus dados foram encaminhados às autoridades" até aqueles que uma boa parcela acha arbitrário, mas que são perfeitamente lícitos: "não quero mais você aqui na minha plataforma, tchau."
Isso é o mesmo que dizer que dentro de um shopping você pode ter subtraída sua carteira, se o proprietário do empreendimento assim o decidir.
Não, não é. Aliás, uma coisa não tem nada a ver com a outra. Não confunda alhos com bugalhos.
Este é um precedente perigoso sim para a liberdade, uma coisa que me afastou dos escritos desse site é justamente essa visão purista de empresas, como se essas não pudessem estar alinhadas a objetivos antagônicos às liberdades individuais pelo único fato de serem privadas.
Não, não é. Trata-se apenas de uma empresa aplicando seus critérios, talvez não de maneira que muitos apreciem, para excluir um usuário. Um ambiente privado não tem que tolerar absolutamente nada. Na minha casa, minhas regras. O twitter, YT, e outros, por mais que uma grande parcela da população mundial padeça desse defeito lógico, não são espaços públicos. E, portanto, eles "desligam" quem eles quiserem e fim de papo. Quer um exemplo: Stephan Molyneaux, filósofo anarco-capitalista teve seu canal "deletado" pelo YT. Uma dia estava lá... no outro não. As razões para a remoção do canal foram risíveis: diziam que ele incitava ao ódio. Em contraste, a totalidade dos vídeos dele tinha um único propósito final: a verdade sem as cores ideológicas que teimam em distorcê-la.
Era melhor não terem dado razão nenhuma ou, talvez, terem sido mais crus e diretos: deletei teu canal porque você me ocupa petabytes de armazenamento e não monetiza nenhum mísero vídeo. Só tenho prejuízo com você! Cai fora!
E não, esse site, como os pensadores que motivaram sua criação, não nasceram ontem para fazer filosofia de grêmio estudantil: rasa, falaciosa, idiota. Mises, especialmente, foi um crítico acérbico dos grandes empresários, ou dos grandes detentores de capital, que usavam da sua fortuna em prol de ideologias que destroem as bases da civilização que permitiu que fossem ricos em primeiro lugar. Não cansou de criticar Engels (industrial inglês que adorava criticar a burguesia a que pertencia, por um lado, e, do outro, não perdia um caçada de raposa - hobby de ricos ingleses no séc. 19). Também não poupou críticas aos Webb, Sidney e Beatrice, vagabundos ricaços que despejaram incontáveis libras esterlinas fustigando a estupidez comunista. Empresários são humanos e não escapam de serem idiotas úteis, demagogos, imorais, etc. Isso nunca passou despercebido por Mises, nem por seus seguidores.